Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.
O deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA) é um dos personagens de reportagem que a revista "Veja" desta semana publica sobre o projeto "Ficha Limpa", aprovado na semana passada pelo Senado e que barra candidaturas de políticos que vierem a ser condenados por um órgão colegiado.
ResponderExcluirIntitulada "Golpes na impunidade", a matéria publica fotos de políticos "fichas sujas", que respondem a vários processos, mas continuam não apenas em liberdade, como se veem livres para disputar eleições seguidamente, mesmo agora, depois da aprovação do projeto. É o caso de Jader Barbalho.
A revista publica uma foto em que Jader aparece chegando algemado à cidade de Palmas, capital do Tocantins, quando foi preso no ano de 2002, logo depois de renunciar à presidência do Senado, sob suspeita de ter praticado atos de corrupção na Sudam.
No infográfico que acompanha a foto de Barbalho, sobressai em vermelho a indicação: "Impune com o texto da nova lei", referência ao fato de que o projeto aprovado pelo Senado deverá alcançar apenas os políticos que vierem a ser condenados a partir da sanção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que ainda deverá ocorrer.
o que vç tem a dizer?
A VEJA sempre fez campanha ostensiva contra Jader e a matéria é exatamente isto.
ResponderExcluirJader não é atingido pelo projeto "Ficha Limpa" exatamente porque ele jamais sofeu condenação alguma, em nenhuma instancia da justiça e não sofrerá, pois não há nos autos do processo nenhuma prova que o incrimine.
Querer que uma acusação impeça uma pessoa de se candidatar seria um caos: bastaria alguém fazer a denuncia, como aliás, foi feito pelo ACM, no caso de Jader.