O presidente Michel Temer vai processar Joesley Batista por conta das acusações feitas contra ele em entrevista à revista "ÉPOCA", publicada desde ontem na edição online da revista e desde hoje (17), nas bancas.
Em longa nota publicada nesta manhã (17), Temer afirma que entrará na segunda-feira (19), com ações civil e penal contra o empresário.
Na nota, Temer, opina que as “mentiras” de Joesley Batista "serão comprovadas e será buscada a devida reparação financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da República, mas ao Brasil” e acusa o empresário de proteger "estrategicamente" o PT, eis que a sua fortuna se formou nos governos do PT, muito antes de Temer assumir a presidência da República.
A nota parte para as vias de fato ao afirmar que "o senhor Joesley Batista é o bandido notório de maior sucesso na história brasileira. Conseguiu enriquecer com práticas pelas quais não responderá e mantém hoje seu patrimônio no exterior com o aval da Justiça. Imputa a outros os seus próprios crimes e preserva seus reais sócios".
E critica o acordo de delação premiada obtido por Joesley com a Procuradoria-Geral da República ao observar que ele obteve “perdão pelos seus delitos e ganha prazo de 300 meses para devolver o dinheiro da corrupção que o tornou bilionário, e com juros subsidiados. Pagará, anualmente, menos de um dia do faturamento de seu grupo para se livrar da cadeia. O cidadão que renegociar os impostos com a Receita Federal, em situação legítima e legal, não conseguirá metade desse prazo e pagará juros muito maiores".
A nota de Temer revela que a palavra de ordem do Palácio do Planalto é resistir aos golpes que vem recebendo e manter a ofensiva contra a JBS e PGR.
Abaixo, o inteiro teor da nota:
"Em 2005, o Grupo JBS obteve seu primeiro financiamento no BNDES. Dois anos depois, alcançou um faturamento de R$ 4 bilhões. Em 2016, o faturamento das empresas da família Batista chegou a R$ 183 bilhões. Relação construída com governos do passado, muito antes que o presidente Michel Temer chegasse ao Palácio do Planalto. Toda essa história de "sucesso" é preservada nos depoimentos e nas entrevistas do senhor Joesley Batista. Os reais parceiros de sua trajetória de pilhagens, os verdadeiros contatos de seu submundo, as conversas realmente comprometedoras com os sicários que o acompanhavam, os grandes tentáculos da organização criminosa que ele ajudou a forjar ficam em segundo plano, estrategicamente protegidos.
Ao bater às portas do Palácio do Jaburu depois de 10 meses do governo Michel Temer, o senhor Joesley Batista disse que não se encontrava havia mais de 10 meses com o presidente. Reclamou do Ministério da Fazenda, do Cade, da Receita Federal, da Comissão de Valores Mobiliários, do Banco Central e do BNDES. Tinha, segundo seu próprio relato, as portas fechadas na administração federal para seus intentos. Qualquer pessoa pode ouvir a gravação da conversa na internet para comprová-lo.
Em relação ao BNDES, é preciso lembrar que o banco impediu, em outubro de 2016, a transferência de domicílio fiscal do grupo para a Irlanda, um excelente negócio para ele, mas péssimo para o contribuinte brasileiro. Por causa dessa decisão, a família Batista teve substanciais perdas acionárias na Bolsa de Valores e continuava ao alcance das autoridades brasileiras. Havia milhões de razões para terem ódio do presidente e de seu governo.
Este fim de semana, em entrevista à revista "Época", esse senhor desfia mentiras em série.
A maior prova das inverdades desse é a própria gravação que ele apresentou como documento para conseguir o perdão da Justiça e do Ministério Público Federal por crimes que somariam mais de 2000 mil anos de detenção. Em entrevista, ele diz que o presidente sempre pede algo a ele nas conversas que tiveram. Não é do feitio do presidente tal comportamento mendicante. Quando se encontraram, não se ouve ou se registra nenhum pedido do presidente a ele. E, sim, o contrário. Era Joesley quem queria resolver seus problemas no governo, e pede seguidamente. Não foi atendido antes, muito menos depois.
Ao delatar o presidente, em gravação que confessa alguns de seus pequenos delitos, alcançou o perdão por todos seus crimes. Em seguida, cometeu ilegalidades em série no mercado de câmbio brasileiro comprando US$ 1 bilhão e jogando contra o real, moeda que financiou seu enriquecimento. Vendeu ações em alta, dando prejuízo aos acionistas que acreditaram nas suas empresas. Proporcionou ao país um prejuízo estimado em quase R$ 300 bilhões logo após vazar o conteúdo de sua delação para obter ganhos milionários com suas especulações.
Os fatos elencados demonstram que o senhor Joesley Batista é o bandido notório de maior sucesso na história brasileira. Conseguiu enriquecer com práticas pelas quais não responderá e mantém hoje seu patrimônio no exterior com o aval da Justiça. Imputa a outros os seus próprios crimes e preserva seus reais sócios. Obtém perdão pelos seus delitos e ganha prazo de 300 meses para devolver o dinheiro da corrupção que o tornou bilionário, e com juros subsidiados. Pagará, anualmente, menos de um dia do faturamento de seu grupo para se livrar da cadeia. O cidadão que renegociar os impostos com a Receita Federal, em situação legítima e legal, não conseguirá metade desse prazo e pagará juros muito maiores.
O presidente tomará todas medidas cabíveis contra esse senhor. Na segunda-feira, serão protocoladas ações civil e penal contra ele. Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da República, mas ao Brasil. O governo não será impedido de apurar e responsabilizar o senhor Joesley Batista por todos os crimes que praticou, antes e após a delação.
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República"
Esse ator, DELATOR premiado, entrou na moda a partir da Lava Jato. Mesmo já existindo a figura no arcabouço legal, pouco era utilizado.
ResponderExcluirNo mundo inteiro delator não perde o status de bandido, no Brasil, delatores são Estrelas Midiáticas e agra com os Batista, São heróis do Ministério Público. Um bando de meninos que assistiram demasiadamente, os seriados da Liga da Justiça, comandados por um oportunista que quer ficar famoso.
Fora Temer!
ResponderExcluirta certinho o presidente.nao e possivel que o pgr da republica faça um acordo com o principal bandido.que levou bilhoes do bndes e esta livre.esse acordo e muito suspeito.eu nao sei como o senado aprovou o nome desse janot.ta na cara que as suas açoes e pra livrar os chefoes do pt.
ResponderExcluirProcura-se um honesto! O signatário do blog pode se habilitar ( respondo logo, eu não posso)?
ResponderExcluirDesde a época da Grécia antiga, Diógenes, com uma lanterna, procura um e não achou até agora. Antes porque, a honestidade, por regra, como vários outros atributos de caráter, não é um estado sólido, mas uma eventualidade.
ExcluirFora Temer, vai acabar o patrocínio pro "VEM PRA RUA" e pro "MBL" -
ResponderExcluirNÃO À MANIPULAÇÃO
Delinquentes confessos em 254 crimes, desde o início, para qualquer pessoa minimamente isenta, este acordo soa estranho, o PGR e o Fachin foram de uma celeridade absolutamente foras dos seus padrões de trabalho. Não que existem santos nesse rolo todo, mas em sendo candidato ao governo de Minas, o Janot escancará essa vontade de destruir o Aécio. Repito que não há santos, nesse rolo, mas crimes por crimes, há Senadores com ficha corrida mais avantajada, sem que o senhor Janot use de virulência oportunista. Quem errou, quem corrompeu, quem deixou-se corromper, que traficou influência, quem transgrediu regras e favoreceu empresários, confrades e apaniguados para tirar da sociedade um dinheiro que já é curto, deve pagar. Acontece que a delação,os confessos 254 crimes praticados, a liberdade, sem contar com as incursões na Bovespa à véspera do anúncio da delação super premiada, formam um conjunto que não se encaixa. Gostaria de saber da opinião do Parsifal, como advogado de conhecimento fornido, e mesmo se lá nas terras do Tio Sam os Batista fariam algo semelhante.
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