As tecnologias disruptivas causam alvoroço negativo quando abocanham o mercado feito leviatãs famintos, mas são inexoráveis e acabam provendo evolução em todos os níveis.
É o caso da Uber, que apesar dos percalços em mercados resistentes e da falta de sintonia fina no manejo de sustentabilidade financeira, firmou-se de vez no mercado de transporte individual terrestre e já caminha para carenar a modalidade no transporte aéreo de curto espaço, no que seria um quê de evolução dos drones.
No que tange à tecnologia ponta a ponta – prestador/usuário – a Uber já tem a maior base mundial na área que atua. Esse estoque é de fácil migração para o transporte aéreo de curto percurso. A Uber já oferece isso em algumas cidades, com o Ubercóptero.
Mas o serviço Ubercóptero é limitado, pois o uso do helicóptero para transporte individual ainda é relativamente caro.
A Uber já está na onda de uma promessa de disrupção na qual já estão, além de meia dúzia de pequenas startups, gigantes como a Google, a Microsoft e a Tesla: o transporte individual sem motorista aliado ao carro elétrico.
Mas a empresa não se limita à proposta de carro elétrico sem motorista e vai mais longe: quer o carro aéreo, com ou sem motorista, projeto, aliás, que a gigante da aviação, Airbus, já está trabalhando, para ao final concluir, dentre as duas modalidades, qual teria mais custo benefício no mercado.
E acabou sobrando para nós um pedaço desse novíssimo naco, pois a Uber contratou ontem (25) a Embraer para ser a principal desenvolvedora do projeto de “carros voadores”, como estão sendo chamados os protótipos de veículos elétricos que decolam e aterrissam verticalmente e fazem deslocamentos urbanos curtos, com passageiros.
O contrato prevê que os primeiros voos experimentais devem ocorrer em 2020, a partir de quando a homologação do veículo será providenciada para operação comercial até 2023.
A Embraer, além de desenvolver o conceito do veículo, vai fabricá-lo e será responsável pela manutenção e operação da frota, diretamente ou por concessão. A Uber vai ficar naquilo que já faz hoje: unindo através do seu aplicativo, o prestador do serviço ao usuário.
Além da Embraer, o Uber contratou a Aurora Flight Sciences, especializada em drones e helicópteros), a Pipistrel Aircraft, uma empresa eslovena que fabrica aviões de pequeno porte, a Mooney, que também fabrica pequenas aeronaves e ninguém menos que a Bell Helicopter, uma das maiores fabricantes de helicópteros do mundo, o que demonstra que a coisa não é um mero experimento.
Comentários
Postar um comentário
Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.