O ditador sírio Bashar al-Assad, em guerra intestina com forças que lhe querem tomar o poder, ultrapassou a linha roxa na terça-feira (04) ao ordenar ataque aos seus desafetos com armas químicas que mataram pelo menos 100 civis, inclusive crianças.
O evento minou o que restava de resistência no presidente dos EUA, Donald Trump, que titubeava em meter o seu governo na tradicional doutrina bélica estadunidense, mais especificamente no caso da Síria, eis que Putin insiste em proteger o regime de al-Assad, por interesses geopolíticos russos.
Intoxicado pelo gás Sarin que al-Assad espargiu, Trump apertou o botão da retaliação na própria terça-feira (04) e ontem (06) duas belonaves táticas dos EUA, desde o Mediterrâneo, cuspiram não menos que 50 mísseis Tomahawk sobre a base militar síria de Shayrat, localizada na cidade de Homs, de onde, por suposto, partiram as aeronaves usados para o ataque com gás Sarin.
Segundo relatório de danos, o ataque tirou do ramo todo o equipamento da base, incluindo “aviões, depósitos de combustível e partes da pista de pouso e decolagem”.
A imprensa narra o ataque como uma surpresa. Não foi. Trump, na base do para o bom entendedor meia palavra basta, anunciou a crônica da sua investida.
Na própria terça-feira, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, prometeu "uma resposta apropriada às violações de todas as resoluções prévias da ONU e das normas internacionais". Tal “resposta apropriada” não poderia ser um buquê de flores enviadas a al-Assad com um cartão dizendo, “From Trump, with love”.
Na quarta-feira, Trump falou de novo, desta feita no plenário da ONU, quando a representante americana, Nikki Haley, diante do titubeio do órgão em tomar medidas duras contra o regime de al-Assad, advertiu que os EUA “poderiam tomar algum tipo de medida unilateral se o bloqueio na ONU persistisse”.
Entrementes, todos os experts militares internacionais observaram que a poderosa Sexta Frota Marítima dos EUA, a frota do Mediterrâneo, entrou em prontidão. A certeza do ataque foi flagrada quando dois destroieres da frota cruzaram o Mediterrâneo oriental e se colocaram em posição de médio alcance do território sírio.
O movimento de Trump, além de ser uma mudança radical na sua política externa, marca, idem, um eventual limite que a Rússia quis impor a al-Assad, pois é impossível que Putin não tenha sido avisado e não tenha concordado com o ataque à base de Shayrat.
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