O bastidor do arranca togas ocorrido ontem (23) no STF, em virtude do vazamento da citação do ministro Toffoli na proposta de delação de Léo Pinheiro, que eu soube ontem mesmo, e foi assunto da primeira postagem de hoje, tornou-se público hoje.
A imprensa trouxe mais elementos: disse Mendes que o vazamento que atinge Toffoli teria sido um “acerto de contas de procuradores porque Toffoli os teria contrariado ao mandar soltar o ex-ministro Paulo Bernardo e fatiado a investigação sobre a senadora Gleisi Hoffman (PT/PR) na Lava Jato”.
“Como eles (procuradores) estão com o sentimento de onipresentes decidiram fazer um acerto de contas. Decidiram vazar a delação. Se é isso, temos que prestar muita atenção. Há o risco de se tornar algo policialesco”, declarou Mendes, segundo matéria da Folha de S. Paulo.
Independentemente das razões que, por suposto, teriam levado os procuradores que atuam na Lava Jato a, segundo as palavras de Mendes, “vazarem” termos protegidos por sigilo legal, não há aí um mero risco do caso de tornar policialesco e sim já há um caso policialesco.
E qual é o caso? Um ministro do Supremo Tribunal Federal acusa os procuradores da República, que atuam na Lava Jato, de cometerem um ato criminoso, qual seja, vazar termos carimbados como confidenciais e que eles tinham, por dever funcional, de proteger.
Eu sempre digo que é possível combater o crime e fazer justiça respeitando todas as vírgulas do processo, pois se uma só delas for atropelada, a autoridade que o fez, seja lá por quais razões forem, pelo menos em gênero, iguala-se ao criminoso que quer condenar.
E quem se coloca a pular páginas, acaba pulando um capítulo inteiro, sempre sob a justificativa de que quer acabar logo de ler o livro.
Faz sentido as palavras no ministro. Pena que a verborragia só iniciou-se quando atingiu um de seus pares...
ResponderExcluir