A Veja publicou que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, está no menu de delação premiada do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, que relatou, aos procuradores, um encontro que teve com o dito ministro, no qual esse lhe pediu uma inspeção e apresentação de solução em obras de engenharia na sua residência em Brasília.
Pinheiro enviou uma equipe de engenheiros à residência de Toffoli, que “constatou as avarias, relatou que havia falhas na impermeabilização da cobertura e sugeriu a solução”.
De posse do laudo e da solução elaborados pela OAS, Toffoli teria contratado uma empresa para executar a obra e pagado, do próprio bolso, os custos decorrentes.
Se o vazamento tivesse apanhado algum político, pipocariam repercussões, mas no caso tintas foram poupadas, afinal, se Toffoli pagou pelo serviço, “onde está o crime?”.
Esta mesma pergunta o STF se fez, indignado, ao tratar o vazamento. Contam as paredes da Corte que a apoteose do arranca togas foi quando o ministro Gilmar Mendes acusou e apelou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que colocasse rédeas nos procuradores, pois “são eles os vazadores”.
Os apupos de Mendes fizeram Janot anunciar, ontem (22) à tarde, a anulação do acordo de delação com Pinheiro, o que é uma impropriedade, pois o réu, único, in casu, prejudicado, é também o único que não tem interesse nas goteiras, eis que assinou termo de confidencialidade lavrando que elas anulariam o acordo. Isso, aliás, todos os outros delatores assinaram, houve vazamentos, e a cláusula jamais foi executada.
O episódio ilustra a diferença de tratamentos entre demiurgos e mortais, pois centenas de vazamentos ocorreram na Lava Jato e não se fez escarcéu. Ainda, é cínica a pergunta referente de “onde está o crime, já que o ministro pagou a empresa que executou os serviços”.
Não se sabe se há crime, mas se sabe que há notícia de um, pois, afora não se saber se o encontro entre Pinheiro e Toffoli se deu quando aquele já era investigado, há o delatado deslocamento de uma “equipe de engenheiros” da OAS, que “constatou avarias e sugeriu solução”.
Se os serviços dessa equipe de engenharia não foram pagos por Toffoli, à OAS, aí está uma notícia de crime a ser investigada, pois um ministro do STF não poderia receber tal vantagem pecuniária.
Se a notícia não for devidamente investigada, o ex-presidente Lula está quite, pois, as vantagens que dizem que ele recebeu para as reformas de um apartamento e de um sítio que ele diz que não são dele, idem, não merecem investigação em nem constituem crime.
Só resta agora a imprensa, o STF, e o público em geral, exclamarem: ah, mas o caso do Lula é completamente diferente!!
Tudo bem, mas vamos investigar, para ver se à luz do dia diferem as cores, pois assim, no escuro, os dois gatos são pardos.
Dr. Parsifal, não provoque esse negócio de investigação... Deixe isso de lado... Quem tem telhado de vidro ( tá, eu sei que não devo/posso falar...)...
ResponderExcluirAssim como a Clementina foi feita pra vadiar, eu fui feito pra provocar.
ExcluirVocê deve, e pode, falar o que quiser.
Eu até posso falar, mas não devo...
ResponderExcluirEu sempre digo aos amigos, quando eles querem intentar valentias ineptas, que o homem inteligente sempre coloca a cautela na frente da valentia.
ExcluirHá coisas, que, de fato, não devem se ditas.
Isso é perfeição, parabéns Parsifal !
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