Acuada pela Câmara Federal, a quem cabe votar a abertura do seu processo de impeachment, a presidente Dilma decidiu entregar os anéis à bancada do PMDB na Casa, cujo presidente tem a prerrogativa de manter pendurada, ou deixar cair, a espada de Dâmocles sobre a sua cabeça.
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para manter as aparências, declarou não negociar ministérios com o governo, mas deixou o líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), fazer-lhe as vezes.
Picciani desincumbiu-se bem da tarefa e garantiu o compromisso da presidente em entregar duas pastas de peso ao PMDB da Câmara Federal e ainda, em consórcio com o PMDB do Senado, indicar um terceiro ministro, que juntamente com outros dois que caberão exclusivamente ao Senado indicar, serão a parte que cabe ao PMDB no latifúndio da reforma ministerial que diminuirá 10 pastas.
Os dois ministérios que caberão à Câmara Federal são:
1. Ministério da Saúde, para onde estão listados para a presidente escolher (mas creio que a cédula do realmente indicado sairá marcada da Casa), os deputados federais do PMDB, Manuel Júnior (PB) e Marcelo Castro (PI). Se a escolha recair sobre o primeiro terá sido a cota do deputado Eduardo Cunha preenchida; se recair sobre o segundo o tento terá sido do vice-presidente, Michel Temer, que também, como Cunha, finge que não indicará ministros.
2. Um suposto Ministério da Infraestrutura, que surgiria da fusão do Ministério de Portos e da Secretaria de Aviação Civil, para onde estão indicados os deputados federais do PMDB, Sérgio Souza (PR), José Priante (PA) e Celso Pansera (RJ), todos puros sangue do plantel do presidente da Câmara Federal.
A presidente priorizou as conversas com o PMDB da Câmara Federal, mas ontem à tarde o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), já discutia com os senadores do partido os dois nomes e pastas a serem indicados pela Casa e começou as conversas com o líder da Câmara Federal, sobre o nome comum à pasta consorciada, que será a 5ª do PMDB, que a presidente sinalizou que poderia ser o Ministério do Desenvolvimento, mas o senado, em conjunto com a Câmara, reivindicam o Ministério da Integração Nacional.
Na cota exclusiva do Senado, o nome do senador Eduardo Braga (AM) é consenso para permanecer nas Minas e Energia, mas a senadora Kátia Abreu (TO), que ocupa a pasta da Agricultura, não tem apoio da bancada senatorial, que a considera, apesar de ser do PMDB, da cota pessoal de Dilma.
A senadora Kátia Abreu, aliás, é a única unanimidade dentro do PMDB, tanto da Câmara quanto do Senado (é, tem dois): o partido já avisou a presidente que não considera Kátia Abreu como cota sua.
Dificilmente o Planalto anunciará hoje, como antes prevista, a reforma ministerial, pois as disputas intestinas do PMDB acabaram por tomar a pauta do realinhamento, motivo, inclusive, do adiamento da viagem da presidente Dilma para os EUA.
Antes porque, quando os PMDBs estiverem, pelo menos eventualmente, aquietados, restam os demais partidos da base para acalentar.
e o barbalhinho onde vai se encostar.nessa briga de foice entre os deputados e senadores,quem levantar a cabeça pode levar uma foiçada,e plos noticiarios o vellho barbalho ja nao tem os poderes de antigamente.
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