As luzes da ribalta
O juiz federal Flávio de Souza pertence aquela espécie que adora rodear a luz: as mariposas. Mas não atenta para o fato de que chegar muito perto dos holofotes pode cegar.
A penúltima presepada do magistrado - dar uma de manobrista de luxo com um Porsche Cayenne apreendido de Eike - custou-lhe a perda de mando dos processos e se ele queria luzes acabou as tendo demais e ofuscou-se
Agora, Flávio Souza, afastado não só dos processos de Eike, foi destituído da titularidade da 3ª Vara criminal e ainda, segundo a Veja, enfrenta suspeita de envolvimento com o suposto desaparecimento de parte de R$ 116 mil apreendidos na residência de Eike e R$ 600 mil, apreendidos de um traficante espanhol. Ambos os valores estavam sob sua guarda.
A revista não esclarece a origem da suspeita do sumiço de parte dos valores apreendidos, mas afirma que o grupo de juízes que recebeu a incumbência de apurar as supostas irregularidades praticadas por Souza nos processos de Eike, demandou dele informações sobre os valores e, ao fazer a conferência onde lhes foi indicado, as quantias estocadas não coincidiam com os autos lavrados.
Ou contaram as notas errado na hora da apreensão, o que é improvável, ou o dinheiro foi também dar uma volta de Porsche.
O juiz Souza parece que nunca ouviu aquele belíssimo samba sincopado que o Nelson Gonçalves compôs com o Adelino Moreira, “Mariposa”, que avisava na última estrofe:
"Segue o teu caminho mariposa
Já que esta luz te embriaga
Mas nunca te esqueças Mariposa
Que toda luz se apaga
Presta bem atenção Mariposa
Neste aviso derradeiro
Antes que a luz da cidade se apague
Pode cegar-te primeiro"
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