Um dos últimos moicanos
Um câncer nos ossos foi o pretexto usado pela ceifadora para levar Plínio de Arruda Sampaio, às vésperas dos 84 anos.
Advogado, promotor público, deputado federal constituinte e jornalista, Plínio foi uma proeminente figura da política nacional e jamais se afastou dos seus ideais: era um marxista-leninista convicto. Seus adversários, tentando ridicularizar-lhe a extemporaneidade, diziam que “ele não aceitou ser discípulo de Cristo porque O achava de direita”.
Plínio era deputado federal quando eclodiu a ditadura de 1964. A rebeldia às botas custou-lhe o mandato: foi cassado pelo Ato Institucional n° 1 e exilado no Chile, de onde seguiu aos EUA para se tornar mestre em uma das mais renomadas universidades estadunidenses, a Cornell.
Em 1976, antes da Lei da Anistia (1979), voltou ao Brasil e, juntamente com Lula, foi um dos fundadores do PT (1981).
A partir do segundo ano do primeiro governo de Lula, Plínio já demonstrava desconforto com os rumos da legenda. O escândalo do mensalão (2005) foi a gota d´água: declarou, para significar que o partido abandonara seus dogmas, que “jamais sairia do PT, mas o PT saíra dele”, e foi um dos fundadores do PSOL, sob cujo signo virou uma espécie de anticandidato à Presidência em 2010.
Tradutor de obras sobre o socialismo, Plínio deixou inconclusa a tradução de uma das obras do jornalista e ativista britânico Chris Harman, "A People's History of The World", (em tradução livre, “A história feita pelo povo”), no qual Harman traça a história feita por pessoas comuns e anônimas, cuja força de trabalho, “apropriada” pelo capital, foi a motricidade da riqueza das nações.
Plínio de Arruda Sampaio era um homem de bem. Que a terra lhe seja leve…
E sobre o Lula...se calou ou quis ser gentil?
ResponderExcluirAcho que quis ser gentil. Ou eu não procurei...
ExcluirUm político ( veja só! ) vai deixar saudades...
ResponderExcluirSobre o Barbalho. Honesto! Muito honesto. Pessoalmente muito simpático.
ResponderExcluirO Jamente, Jateve, Beto e Isabela MUI Honestos
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