Pular para o conteúdo principal

Crimeia decide se anexar à Rússia. EUA e UE impõem sanções inócuas

Os EUA e a União Europeia continua pisando em cacos de vidro para lidar com a crise na Crimeia.

Ambos não aceitam o resultado do referendo que, com maioria de 96,77% de 83% da população habilitada a votar, decidiu pela anexação da Crimeia à Federação Russa, alegando que a decisão fere o direito internacional.

crim

Há procedência na alegação. O Direito Internacional não prevê que parte de um país, unilateralmente, declare soberania e opte por se anexar a outro país. Para que isso ocorresse, seria necessário que o Parlamento da Ucrânia, a qual pertence a Crimeia, aprovasse o referendo.

Moscou declara a legitimidade do referendo. Pode ser legítimo, e acho que é, pois a Crimeia, historicamente, tem laços gentílicos com a Rússia, mas não é legal, pois se assim fosse permitido o mundo sofreria um constante estresse territorial devido à confrontações geopolíticas que tal facilidade acarretaria.

Para mostrar a severidade que lhe cobram domesticamente, Barack Obama, impôs hoje (17) sanções pessoais contra 11 russos e ucranianos, incluindo na lista dois assessores diretos do presidente russo Vladimir Putin. As sanções vão de vetos a vistos de entrada nos EUA, até o congelamento de bens, e são fundamentadas sobre o fato de todos os listados “serem responsáveis pela incursão militar da Rússia na Crimeia.”.

As sanções são lógica risível: o único responsável pela incursão militar na Crimeia é o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, contra quem, tanto os EUA quanto a UE, hesitam em impor sacões, pois seria, no fato, uma cessação nas relações diplomáticas entre os países.

Não creio que Putin vá responder às sanções, pois elas são de natureza pessoal e não influem em nada no planejamento estratégico do Kremlin para a Crimeia, ou seja, os EUA e a UE, por enquanto, passeiam entre o nada e o lugar nenhum.

Comentários

  1. Derrubar um governo democraticamente eleito através de algo que se parece um golpe, também não me parece legal, deputado.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, eu já me manifestei aqui que a deposição do presidente democrática e legitimamente eleito na Ucrânia se constituiu em um golpe, pois na democracia, quem tira e poe mandatários são as eleições ou decisões congressuais ou judiciais respaldadas em lei.
      Infelizmente os EUA e a UE, no entanto, fomentaram a deposição em um erro de avaliação, imaginando que, talvez, a Rússia fosse aceitar passivamente o movimento hostil do Ocidente em suas bordas.

      Excluir
  2. Creio que o melhor caminho seria EUA e UE terem apoiado a realização de eleições propostas pelo presidente deposto. Agora não tem mais jeito, pois é o povo da Criméia quem decidiu, não sei quem ganha ou perde, mas o fato é que decisões precipitadas levaram a esse imbróglio.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

Campanha para nomeação de Defensores Públicos aprovados em concurso

Os aprovados no concurso da Defensoria Pública do Pará, em 2009, labutam pela nomeação e, às vésperas da expiração do prazo do concurso, 23.07.2011, iniciam uma campanha para não terem as suas expectativas frustradas. No concurso de 2009 foram aprovados 148 candidatos, dos quais 56 foram nomeados e 92 aguardam nomeação. Por emenda da deputada Simone Morgado, o Orçamento do Estado, para 2011, prevê dotação para a contratação de 45 Defensores Públicos. A Defensoria Pública do Pará está recebendo, desde janeiro deste ano, os repasses financeiros já acrescido o valor da emenda citada, mas, até o momento não notificou os aprovados para nomeação, assim como não dá explicação alguma da não providência. Dos 144 municípios do Pará, 83 não possuem Defensores Públicos. Das 117 comarcas instaladas no Pará, em apenas 65 há Defensores Públicos lotados. O Grupo de Concursados requer a nomeação dos 45 Defensores Públicos para os quais o órgão possui dotação orçamentária e recursos financeiros para c...