Morreu ontem (26), em São Paulo, aos 99 anos, uma das mais ilustres figuras do samba nacional: Ernesto Paulelli.
Ele nunca compôs ou gravou um único samba, mas inspirou um dos maiores sucessos do gênero: o “Samba do Arnesto”, do inventor do samba paulista, Adoniran Barbosa.
Adoniran e Ernesto se conheceram em 1938. Aquele tinha a mania de inventar trocadilhos e trocou o nome do amigo: no círculo de amizade de ambos, ele passou a se chamar “Arnesto”.
Em 1955, já famoso, Adoniran começou a batucar um samba em uma caixa de fósforos em frente ao amigo e a inspiração da letra veio leve:
"O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás
Nós fumos não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez nós num vai mais"
O samba foi um sucesso e o Arnesto ficou tão famoso que os moradores do Braz lhe concederam um título de cidadão do bairro, pois ele sempre morou na Mooca. Mas tudo é Zona Leste, reduto do Corinthians e dos corintianos: um dos mais legítimos e coloquiais pedaços da São Paulo que os deliciosos sambas de Adoniran ilustravam.
Certa feita, em entrevista ao “Estadão”, o jornalista perguntou se o Arnesto havia mesmo convidado o Adoniran para um samba e lhe deu o bolo: “O Adoniran era um fanfarrão. Nunca o convidei para um samba em casa”, respondeu.
Ao que Adoniran retrucou: “Arnesto, meu amigo, se não tivesse mancada, não tinha samba. Segura essa pra mim!”.
O Seu Arnesto dividia as suas atividades nas rádios com um comércio que mantinha na Mooca. Aos 60 anos realizou um sonho: formou-se em direito e advogou até os 90, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC).
Ouça o “A Samba do Arnesto”, cantado pelo próprio Adoniran Barbosa.
Que a terra lhe seja leve.
É por isso que ontem nóis fumo na casa do Arnesto e não encontremo ninguém... Ele morreu!
ResponderExcluirÉ por isso que ontem nóis fumo na casa do Arnesto e não encontremo ninguém... Ele morreu!
ResponderExcluirÉ por isso que ontem nóis fumo na casa do Arnesto e não encontremo ninguém... Ele morreu!
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