Leio que o deputado Tião Miranda (PTB), candidato a prefeito de Marabá, reinou com o Hiroshi Bogéa, por esse ter publicado em seu blog a carta de um sindicalista com referências desfavoráveis à sua candidatura.
Tião Miranda resolveu ralhar com o Hiroshi na Justiça, onde requereu a retirada do texto, cominação de multa e publicação de direito de resposta.
> Dois fatos em cotejo
Isso me remete à atitude, democraticamente exemplar, do juiz Paulo Jussara, que ao ver o seu nome, e o do filho, relacionados em favorecimento político no blog “A Perereca da Vizinha”, ao invés de se fardar com a toga optou por exercer o direito de resposta em um educado e respeitoso e-mail ao blog citado.
Mais recentemente, o mesmo referido blog publicou postagem sobre a remuneração dos desembargadores paraenses, denunciando vencimentos de até R$ 90 mil no Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE-PA).
Os desembargadores poderiam descer o peso das suas togas sobre os ombros da jornalista que assina o blog, mas optaram por, educadamente, através do Departamento de Relações Institucionais do Tribunal, enviar as suas explicações, solicitando que as mesmas fossem publicadas, o que foi feito.
> O debate de ideias acima das vaidades pessoais
Os agentes públicos devem satisfações aos contribuintes e as críticas são composições que devem ser analisadas sob dois aspectos.
Primeiro, se ela diz respeito à atividade pública. Se assim for, deve-se recebê-la com serenidade e travar o debate, que é a essência da depuração democrática, onde as ideias estão acima das vaidades pessoais.
Se a crítica ultrapassa a atividade pública avalia-se a busca do reparo, que aí vai além da resposta em mesmo espaço. Mesmo assim, todavia, é necessário juízo de valor específico para que se conclua se a busca judicial é razoável, ou não, pois a razoabilidade das nossas ações é o que dita se as empreitadas valem o tento.
> Indefiro
Não vi na carta do sindicalista publicada no “Blog do Hiroshi”, nada além de considerações sobre o político Tião Miranda, portanto, meu caro Tião, fosse eu o juiz dessa querela, indeferiria o seu pedido.
Quanto ao direito de resposta, é claro que assim que for enviado, o Hiroshi não hesitará em publicá-lo, não sendo necessário incomodar a Justiça com tal deferimento.
Deputado Parsifal Pontes: a segunda nota de esclarecimento enviada pelo TJE foi publicada por mim em respeito ao direito do tribunal de se manifestar. Mas a reportagem não está errada. O TJE considera incorreto o uso do termo remuneração, já que os ganhos citados incluem verbas eventuais. No entanto, a inclusão de verbas eventuais está explícita na matéria. Além disso, a "eventualidade" de que fala o TJE já deve durar mais de um ano, uma vez que desde o início do ano passado os ganhos médios dos desembargadores já estavam acima dos R$ 36 mil por mês. No caso do Paulo Jusssara houve um erro, sim, prontamente corrigido. O filho de Jussara deixou a Assessoria de Jatene dois dias antes da publicação da última postagem do blog - aquela em que eu avisava que ia denunciar os magistrados ao CNJ. Mas o filho de Paulo Jussara estava lá: eram verdadeiras todas as reportagens anteriores, tanto assim que ele pediu exoneração. Ou seja, são duas situações completamente diferentes - a da nota do Paulo Jussara e a da nota do TJE. E eu peço que o senhor, se possível, tenha a gentileza de destacar esse meu comentário, exatamente como eu faria em meu blog com o senhor, por quem sempre tive profundo respeito e admiração. Muito obrigada pela atenção, Ana Célia Pinheiro.
ResponderExcluirOlá Ana Célia,
ExcluirEu não afirmei que as suas postagens estavam equivocadas e acho que não estavam, pelas razões que você apresenta. Pincei as duas amostras apenas para demonstrar a postura do juiz em uma e do Tribunal em outra, que optaram por dialogar com o seu blog e fazer o contraponto com o Tião, que logo partiu para a "ignorância".
Como não volto hoje ao PC, destacarei o seu comentário amanhã cedo.
Na espécie, concordo plenamente com você :de fato em todas as esferas de poder, inclusive na Alepa, os eventuais sempre se tornam permanentes.
Oi, deputado! Não precisa destacar, não - deixe pra lá. Já publiquei esse esclarecimento lá no blog da Franssinete. E obrigada por citar o meu blog. É sempre um prazer lhe receber na Perereca, já que sempre gostei muitíssimo do senhor. Abs, Ana Célia Pinheiro.
ResponderExcluir"lhe receber na PERERECA" ficou um tanto que estranho....hehehhe.....
ResponderExcluirPedro Paulo
Receber na perereca.....
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