Foi amplamente noticiado, ontem, pela imprensa massiva e pelos blogs, "a descoberta de um rio subterrâneo de 6.000 quilômetros de extensão que corre embaixo do rio Amazonas, a uma profundidade de 4.000 metros.".
A notícia leva o leitor a compreender que a “descoberta” é nova e que a 4 mil metros abaixo do Rio Amazonas corre um rio com características similares a ele, o que não é verdade.
O trabalho dos dois cientistas, Valiya Hamza e Elizabeth Pimentel, iniciaram por volta de 2005 usando dados de perfuração de 241 poços de testes da Petrobras (que prospectava petróleo), na longitude do Rio Amazonas, nas décadas de 1970 e 1980.
A conclusão, até agora, evidencia fortes indícios de que há um curso de água cujo fluxo se faz no mesmo sentido do rio, em trajetória, na maior parte, coincidente.
A ilustração que a imprensa posta, também ilude o leitor:
Não existe uma espécie de túnel subterrâneo por onde correria o rio e, se fosse possível descer até a profundidade mencionada, não seria possível navegar nele, pois a água escorre por dentro de uma camada densa de terra, como se fosse uma esponja ensopada, rumo ao mar:
A quantidade de água neste curso subterrâneo é de meros 2% da caudalosidade do Rio Amazonas: este tem vazão média de 133 mil m³ por segundo e aquele de apenas 3.000. Mesmo assim, estes 3.000 m³ por segundo são mais do que escorre no Rio São Francisco, que vaza 2,7 mil m³/s.
Caro:
ResponderExcluirTambém divulguei a notícia do rio subterrâneo, encantado e surpreso com sua possibilidade. Cheguei a pensar que tinha a ver com o Aquífero Itapecuru...
Agora vejo no seu espaço a versão do "rio esponjoso". Qual sua fonte? Quem contesta o Hamza como rio fluente?
Olá Ademir,
ResponderExcluirNão se trata de uma constestação ao trabalho da dupla de cientistas. Os dados são do próprio trabalho deles. A imprensa é que divulgou de forma algo fantasiosa.
Valeu, caríssimo.
ResponderExcluirtemos que ficar mais atentos a certos comentários,pois eu também viagei..
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