Uma verdadeira reforma política mudaria a forma como o eleitor se relacionaria com o eleito, iniciando, quiçá, a solução da crise de representatividade que os políticos vivem, em grande parte pela forma como exercem o mandato, e na outra parte, na forma como são escolhidos para exercê-lo.
Os morubixabas já disseram que não é possível uma reforma ideal e vão se contentar com o que der para fazer, mas, à guisa disto, deveriam cuidar em não piorar as coisas. Pelo que está se desenhando, vão piorar.
Parece caminhar para o consenso a instituição do “distritão”, que seria trocar o ruim pelo pior, pois se cuida de abolir o atual sistema proporcional nas eleições de deputados, e inaugurar uma eleição majoritária geral.
No Pará, por exemplo, se vingar a eleição majoritária para deputados, estarão eleitos os 41 candidatos mais votados, o que pode, a priori, parecer de bom tento, mas, é péssimo para a democracia.
Os partidos não valerão coisa alguma, pois não mais serão a expectativa de legenda para a redenção das minorias e estaremos reincidindo no voto censitário absoluto.
Andar pelo estado fazendo campanha é caro e quem tem muito dinheiro tem muitas pernas: o poder econômico será a tônica do “distritão”, bem mais do que hoje pode ser o compasso da proporção.
Que este pessoal tome tento e evolua desta sandice para o voto distrital, puro, ou misto, onde o estado é dividido em distritos e, na circunscrição destes distritos, elege-se o candidato mais votado.
O voto distrital é menos dispendioso, pois o espaço percorrido é menor. Além disto, o deputado terá maior e mais sólido contato com o eleitor do seu distrito e a ele deverá prestar contas, restabelecendo o laço da representação.
Para melhor compreensão dos malefícios do “distritão”, leia aqui uma postagem do cientista político Edir Veiga sobre o assunto.
Parsifal;
ResponderExcluirNão concordo com o voto distrital pois vejo nesta modalidade o risco de haver vícios no processo eleitoral. O primeiro deles seria o "enfraquecimento ou ausência de oposição" em alguns distritos, sendo impossível então aproveitar os votos oposicionistas da minoria desta. Nos distritos onde isso fosse possível, haveria certamente competição entre opositores, com grande risco de enfraquecimento. Penso que corre-se o risco de haver menos renovação a cada pleito.
Quanto à eleição majoritária, concordo com você e vejo o risco de favorecer os mais ricos ou os que têm mais exposição na mídia - nem que seja para falar inutilidades para a sociedade. Agora sou a favor do limite para reeleições no legislativo. O país não merece uma "pessoa especial" como o Sarney por mais de 8 anos. É tempo demais!
Eu concordo com o amigo acima. Acho que os deputados deveriam ter direito a dois mandatos consecutivos no maximo! Ser deputado não é uma profissão! Senador reeleito pior ainda! Um absurdo! Mandatos de 16 anos? Palhaçada isso! Pior é a renuncia ou a licença. Isso aí é a maior palhaçada que existe. O povo vota no elemento esperando que ele exerça seu mandato e o cara vai e se ausenta pra assumir secretarias, renuncia pra concorrer a outros cargos. Isso é um absurdo. O nefasto ficou dois anos como senador, escolhido, muito mal escolhido, pelo povo e saiu pra entrar um cara que ninguem sabia que existia. Isso é uma PALHAÇADA!!!
ResponderExcluirVossa Excelência é a favor ou contra a CPI dos empréstimos ?
ResponderExcluirO sr deveria dar os créditos ao Edir Veiga, já que foi ele quem publicou a notícia com a propriedade científico-política necessária a essa discussão
ResponderExcluir10:57:00,
ResponderExcluirNão se trata de ser contra ou a favor. CPIs não passam de propaganda de seus membros. Nunca vi alguma não se risto: holofotes.
O caso já está deviadamente apurado ou em vias de finalização de investigação pelos órgãos competentes. Até a Receita Federal está com procedimento instaurado dentro da ALEPA e não há como os auditores da Receita não concluírem o trabalho com a apuração de tudo, pois eles são extremamente competentes.
Já há também uma ação de improbidade administrativa impetrada pelo MP, MPT e PGR sobre o assunto.
Uma CPI só vai servir para os seus membros darem entrevistas dizendo o que estes órgãos já apuraram.
14:42:00,
ResponderExcluirNão li a postagem do Edir sobre o assunto. Não se trata de dar créditos, pois não copiei-lhe a matéria, mas, o Edir é um cientista político capacitado e irei procurar a postagem para fazer referência aqui e enviar para lá, para que as pessoas possam ler.
Parsifal, sua argumentação calcada em claros raciocínios nos convence de imediato, parabéns!
ResponderExcluirInfelizmente, os nossos Deputados Federais e Senadores não levam a sério o Brasil. Legislam para auto-benefício da categoria e estão se liaxando para a população. Essa reforma precisa ainda, além do voto distrital misto, estabelecer escolaridade mínima de segundo grau completo para vereadores e nível superior completo para qualquer outro cargo eletivo, inclusive e sobretudo o de Presidente da República. A crise moral que o país vive, é devido a inúmeros fatores, inclusive de ordem constitucional, que permite que analfabeto vote quando deveria ser proibido e menores de 16 anos idem. Se os eleitores brasileiros não participarem dessa "reforma" eleitoral e política que se prenuncia, ela já nascerá morta, imoral e por isso deverá ser rejeitada por toda a sociedade brasileira. Eu quero e vou participar dessa reforma com as minhas sugestões. Mande as suas também para os e-mails de cada Deputado, de cada Senador da República. Participe, use seu direito como eleitor. Talvez assim, consigamos mudar a triste história política do Brasil, que acaba por nivelar por baixo os bons, com os maus-intencionados e despreparados para tão sublime missão, de representantes da sociedade organizada. Vamos lá!
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