Sobre a proibição pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), da venda de medicamentos antibióticos sem receita médica especial e criteriosa, transcrevo o comentário abaixo, postado de forma anônima no blog, mas que por ter fundamento fático, mereceu o FrontPage:
“Não sei qual ameaça parece ser mais provável: se a citada "escalada de bactérias resistentes a antibióticos" (que segundo a ciência podem ter origem no uso indiscriminado de antibióticos); ou uma "escalada nos índices de morbidade e mortalidade por doenças infecciosas" pela escassez de médicos em número bastante suficiente para prescrever, de forma criteriosa como quer a agência, antibióticos para todo mundo que precise.
Aposto na segunda ameaça.
A proibição da venda de medicamentos sem o controle médico é uma "conclusão rápida e fácil" num universo epidemiológico tão diverso e tão complexo. É sabido que muitos médicos têm "preferências" por alguns laboratórios; que alguns prescrevem produtos novos em vez de antigos (cujos representantes já não se interessam mais em divulgar e doar amostras grátis); que na maioria dos hospitais o padrão farmacológico não contempla nem 20% dos similares, etc.
Junte tudo isso e ponha preços diferentes para diferentes bolsos. Então teremos armado um cenário de... adivinhem... mais exclusão social.
Há muitos anos proibindo a venda de medicamentos à base de hormônios, a ANVISA fracassou na tentativa de evitar que jovens narcisistas se "bombassem" para esculpir massas musculares avantajadas, mas certamente provocou tormentos entre o público que realmente necessita deste tipo de medicamento.
Tratamentos hormonais são de longo prazo, quando não permanentes. Muitos pacientes tiveram suas vidas atingidas por um "estigma colateral" causado exclusivamente pela ANVISA; sentiram enormes dificuldades em tomar injetáveis (mesmo com receita e tudo) e cansaram de ouvir um estribilho infernal dos "efeitos nocivos", de "dopping", de "tóxico", de "dependência", etc., como se merecessem tudo aquilo.
Mas sem dúvida que a maior maldade da ANVISA com os pacientes endócrinos foi retirar-lhes a preciosa discrição com que gostariam de ser tratados pela sociedade, de modo a não serem considerados tão anormais pelos velhos preconceitos deste mundo.”.
É um fato que a venda de alguns medicamentos sem receita médica poderia ser evitada, mas, antes disto, deveria ser providenciada estrutura mínima para que os efeitos desejados não tivessem consequência diversa, como as alegadas no comentário em tela.
Parabéns pelo comentário.
ResponderExcluirColaboro com seus dizeres, acrescentando o desespero de mães e pais deste imenso território, que tentam comprar antibióticos para seus entes queridos e não conseguem. Culpa de uma depravada anvisa, protegida em seus cargos, contratados ou concursados. Se cada farmacista ou balconista contabilizasse essas mães e pais desesperados, certamente teríamos 99% da populacão contra a anvisa, não só no pensamento, mas na estatistica comprovada do papel. Talvez assim tal projeto fosse revisto. Mas até então, pra essa agência, que se explodam...