A Assembleia Legislativa discute projetos de lei, de autoria do Poder Executivo, que diferem impostos devidos ao estado dentro da política de incentivos elaborada pela inteligência fiscal do governo que se fina.
Tal política herda o mesmo genótipo das demais dantes geridas aqui e alhures: neste pasto não há lavoura para originalidades, embora os alquimistas do governo queiram fazer acreditar, e eles mesmos continuem acreditando, que reinventaram a roda.
A grita se faz em um projeto: aquele que distribui prendas natalinas, por três décadas, à Vale, pela implantação da ALPA, em Marabá.
A inconsistência jurídica no diferimento do ICMS sobre bens de uso e consumo que o governo concede à ALPA foi o pomo da discórdia.
A oposição enxergou no item não um incentivo, mas uma renuncia fiscal, o que eivaria o texto de inconstitucionalidade, já que o estado não pode cometer renuncia fiscal sem a expressa anuência do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ).
O governo, não desejando dar a mão à palmatória colocou a boca no trombone dizendo que a supressão desta concessão pode inviabilizar o empreendimento.
Há razão no argumento da oposição: diferimento sobre bens de uso e consumo, cujo exercício não gera crédito ao estado, comina uma renúncia fiscal. O fato de a lei estadual defini-lo como diferimento, não lhe empresta tal natureza jurídica.
Não há razão no esperneio do governo, pois a supressão do item não inviabiliza o empreendimento: sequer o ameaça e o barulho nada mais é que festim.
Tanto fez, como tanto faz, a ALEPA aprovará o projeto e a ALPA será implantada em Marabá, pois a sua viabilidade fiscal, financeira, e política foi providenciada a priori, e este triunvirato não tem reversibilidade nos humores locais.
Os movimentos do tucupi apenas emprestam milimétrica margem maior ao empreendimento o que, é claro, não é dispensável por não ser desprezível: a escrita do capítulo que ora se soletra poderá ser facilmente lida por quem souber pesquisar na devida prateleira onde se assenta o livro.
Na verdade, o governo encontrou um pangaré, gentilmente cedido pela oposição, para dele fazer montaria e sair a travar a sua derradeira batalha, aos bufos de prestar contas de quanto está sendo árduo o pagamento da intendência.
Parsifal
ResponderExcluirA oposição e o s técnicos desse governo moribundo já se entenderam. Encontraram a pérola num profundo mergulho que consumiu mais de tres horas de reunião na AL. Vão emendar o projeto para alterar o prazo do diferimento do ICMS de 30 anos, reduzindo-o para 15 anos renovável por igual período. Sabe o que isso significa? Nada.
Parsifal
ResponderExcluirO problema dos deputados da nossa AL, é querem discutir um problema dessa grandeza apenas entre eles e o governo. Esqueceram de chamar a VALE para ouví-la, ela, a maior interessada nesse diferimento do ICMS, é quem sabe o custo de tudo isso que eles, deputados, querem saber. Se vai ser bom para o Estado ou só para a VALE, que se reavalie tudo, que se negocie novos prazos menores e etc, mas que se discuta tudo isso na e com a presença do ator principal da novela, no caso, a Cia. Vale do Rio Dôce, que sequer foi cheirada ou ouvida.