Foi apenas uma piada…
Postei uma piada sobre Cuba e Fidel, com o intuito de ser apenas uma piada. Mas, recebi comentários inesperados, que, mesmo não me chamando a atenção, entendi como algo de retenção.
Faço, portanto, em respeito aos leitores deste blog, questão de responde-los no FrontPage:
Conheço Cuba desde os tempos em que a União Soviética dava suporte financeiro à revolução de Castro: foi com este suporte que a Ilha conseguiu erradicar o analfabetismo e oferecer saúde plena aos cubanos.
Conheci Fidel Castro pessoalmente: por três vezes estive com ele em jantares oferecidos pela Embaixada Brasileira em Havana, quando era embaixador Ítalo Zappa, já falecido.
Zappa, aliás, foi uma figura extraordinária, vale à pena ler uma elegia que escrevi em 1997, ano de sua morte, que foi publicada em “O Diário do Pará”.
A última vez que cumprimentei Fidel Castro foi em 2005, quando acompanhei Ann, então deputada federal, em uma missão na Ilha: ele já apresentava sinais de avançada senilidade, prenuncio da enfermidade que o afastou do poder.
Tenho vários amigos na Ilha. La Havana é uma cidade onde me sinto totalmente à vontade: fui condecorado, juntamente com o então deputado federal Ademir Andrade, o ex-governador de Alagoas, Ronaldo Lessa e o escritor Fernando Moraes, com a comenda de "Guardião da Revolução".
Tenho, hoje, todavia, sérias divergências com o regime: o mundo mudou, os tempos mudaram, a revolução já cumpriu com a sua finalidade, e insistir com o regime implantado por Che (foi ele e não Castro quem envergou a Ilha ao marxismo-leninismo), já prejudica a qualidade de vida do cidadão cubano.
Tenho, todavia, como a maioria do povo cubano, profundo respeito por Fidel, mesmo achando que ele deveria ter posto um ponto final ao que começou, antes que a vida desse ponto final a ele.
Não há duvida que os cubanos apenas esperam a sua partida para fazer outra revolução, esta sem ideologia ou ideal algum, matando tudo aquilo pelo que muitos morreram na Sierra Maestra.
Fidel insiste, todavia: virou um velho teimoso apenas. Carcomido pelo anacronismo das suas próprias vicissitudes, comete um enorme equivoco: não consegue ter para terminar, a mesma coragem que teve para começar.
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