Os bastidores do leilão de Belo Monte vêm à ribalta: revela-se que os lances foram mudados minutos antes do arremate.
E sendo verdadeiras, as revelações constituem afronta à lei das licitações: a Eletrobras teria pressionado os licitantes para que estes diminuíssem a margem de lucratividade.
Revela-se ainda, o que é mais grave, que o governo conduziu um pesado jogo para que o consórcio Norte Energia, liderado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) vencesse a concorrência.
O duro recado da Eletrobras entregue aos licitantes minutos antes do leilão, para que os dois consórcios não ultrapassassem de 8% a margem de retorno, acabou, na pratica, derrotando o consorcio liderado pela Andrade Gutierrez, que considerava ser a obra inviável se a taxa fosse abaixo dos 12%.
O resultado foi que o consórcio Belo Monte Energia, liderado pela Andrade Gutierrez, decidiu manter a sua proposta, enquanto que a estatal Chesf, obedecendo o comando do Planalto, apresentou a proposta vencedora de R$ 77,97 por megawatt-hora.
No calor da mudança de preço, a Queiroz Galvão ameaçou deixar o consorcio liderado pela Chesf, alegando que o valor era inviável: foi convencida pelos demais membros a permanecer, com a promessa de realinhamento no futuro.
A Queiroz Galvão, temendo retaliações, permaneceu, mas, 24 horas depois voltou a mostrar disposição de retirada.
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