A resolução da ANVISA, proibindo a venda, do lado de fora dos balcões das farmácias, de medicamentos que não exigem receita médica, revela uma instituição montada no paquiderme da burocracia nacional.
A resolução contém injuridicidades: teve seus efeitos suspensos pela justiça.
É inócua: não impede que o cidadão compre Anador mesmo sem ter dor de cabeça: basta se dirigir ao balcão e demandar o comprimido.
É arbitrária: quer tutelar o indivíduo na compra de um Estomazil, naquela velha mania do estado totalitário de querer ser o mentor moral da nação.
É retrógrada: quer voltar a definição das farmácias ao conceito do século passado.
Não é finalidade do órgão regular mercado e nem a forma como o consumidor se relaciona com este.
Quem tem que dizer se eu posso ou não pegar um Mertiolate na prateleira é a lei e não uma resolução do sistema.
A ANVISA que deixe de querer proibir farmácia de vender trigo e supermercado de vender remédio, e cuide do que deve: fiscalizar se não há somente trigo no medicamento vendido no supermercado, ou na farmácia.
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