Eu sempre disse que Belo Monte estava subavaliada: não era possível uma obra daquela envergadura, ter um custo final menor que Tucuruí, por exemplo, que gera menos energia do que Belo Monte pode produzir.
Os experts rebatiam a minha dúvida fundamentando as suas assertivas no projeto revolucionário da usina e no barateamento dos insumos.
Nunca me convenci: eu acompanhei a construção de Tucuruí desde o primeiro marco de concreto fincado nas margens do Tocantins e aprendi que a construção de uma hidrelétrica de grande porte, mormente na Amazônia, desequilibra qualquer planilha.
O Governo Federal, portanto, terá agora, além de lidar com as variáveis já conhecidas da obra, que queimar pestana para fechar as contas entre o seu custo teórico de R$ 17 bilhões e o que os empresários do setor asseguram que o empreendimento vale: no mínimo, R$ 30 bilhões.
Se chegar ao meio caminho entre os dois extremos, estará caído o discurso do menor custo de energia do mundo: já será mais caro que Tucuruí.
Todavia, como o sistema nacional é interligado, o alto custo de Belo Monte poderá ser diluído, diminuindo o impacto do seu preço isolado.
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