Em um bate papo virtual, um participante perguntou qual a opinião da Governadora Ana Júlia sobre a criação do Estado de Carajás.
Para um político que pretende uma reeleição a um cargo executivo, esta é uma pergunta difícil de responder objetivamente: a Governadora tergiversou, mas disse que é contra.
A desculpa da prosa é o mesmo verso que se tem ouvido de todos os que a antecederam: “nunca na história do Pará se investiu tanto no Sul do Pará”.
Alegar que está levando “um dos maiores projetos de geração de emprego e renda para o Sudeste do Pará, que é a Siderúrgica em Marabá”, não é assertiva suficiente para, no que tange ao Sul do Pará, ratificar a ufana fala do “nunca na história se investiu tanto lá.”
O investimento é “no” e não “do” Estado, e não está evidenciado que será diferente dos demais já feitos na região: a lógica das inversões corrosivas da VALE, que só aproveitam a ela e àqueles que conseguem se agarrar à periferia do seu vácuo.
O fato, embora bem-vindo, por si só não muda em nada as necessidades intra regionais: a malha viária e aeroviária continuarão péssimas, os serviços de saúde e educação idem, e o Estado continuará com pernas curtas para alcançar suas devidas mesorregiões.
Portanto, o debate emancipacionista não deve ser submetido ao sofisma do qual a Governadora lançou mão para responder que é contra.
Por um lado porque ninguém, além dela, acredita nesta lavra de “nunca na história se investiu tanto lá.”
Por outro lado, o sentimento de emancipação não se dá nesta substância, pois, se siderúrgicas ou o que as valha, arrefecesse a saga, ninguém na região desejaria fazer a mitose, já que grande parte dos investimentos da VALE, e da própria União, lá se localizam, como o Projeto Carajás e a Usina de Tucuruí.
Muito bem dito.
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