Winnie, 82 anos, ficou viúva aos 26. A Geórgia sempre foi um Estado dos EUA difícil para os negros: ela criou os três filhos e os formou, com o suor do seu rosto.
O mais velho deles faleceu em um acidente e deixou um neto para Winnie criar.
Albert, assim batizado em homenagem ao falecido avô, meteu-se em encrenca em Atlanta: foi filmando, juntamente com mais dois jovens, por uma câmera de segurança, estourando uma máquina de refrigerantes para pegar as latas, que saíram bebendo.
O filme passou na TV local: se alguém cidadão reconhecesse os jovens, reportasse à polícia.
Winnie reconheceu o neto. Lívida, rumou à escola de Albert e, entrando na sala de aula, arrastou-o pelo braço aos berros, perguntando-lhe se era aquela a educação que ela lhe dava.
Alguns safanões depois, Winnie entregou o neto na delegacia mais próxima, relatando o fato. Albert foi preso.
Dois dias depois, Winnie, com as economias que guardava para os presentes de natal, voltou à delegacia, onde pagou a fiança e levou o neto de volta pra casa.
Entrevistada, em rede nacional, pela NBC News, perguntou-se-lhe o porquê de ter entregado o neto.
Respondeu, com aquele sotaque forte e deliciosamente sonoro dos negros georgianos: “Era o que o meu falecido Albert esperaria de mim. E foi assim que a América chegou a ser o que é”.
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