Curto circuito

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Há quatro anos, quando a presidente Dilma anunciou a bondade de baixar a conta de luz em 20%, o desavisado usuário fez festa. Mas eu escrevi um artigo avisando que o sistema elétrico não aguentava a tunga oficial, ia dar curto circuito e a conta ia chegar em percentual igual, ou superior, ao desconto.

Alguns me criticaram, alegando que tinha mais era que baixar a conta de energia mesmo e a Dona Dilma é que era a rainha da cocada elétrica.

Como não existe, mesmo, jantar de graça, a conta chegou muito antes do que eu esperava: ainda em 2015, no governo de Dilma Rousseff, a conta de luz subiu mais de 50%, o que anulou o desconto de 20% e ainda significou aumento real de 30%.

Mas a volta da pasta ao tubo, com direito à ágio, não foi suficiente para o equilíbrio financeiro do sistema elétrico, que já vinha capenga antes da bondade de Dilma e foi à bancarrota depois dela, tendo que usar tinta vermelha até hoje para fechar as contas.

E o saque a descoberto daqueles 20% de quatro anos atrás continua dando mangas aos panos. Ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), definiu que as transmissoras de energia fazem jus a R$ 62,2 bilhões a título de indenizações, em virtude de terem sido obrigadas pelo Governo – leia-se Dilma Rousseff – a entrarem na vaquinha do presente (de grego) ao distinto público.

Mas pelo menos o indébito não será cobrado de uma só vez, ou muita gente teria que jantar à luz de lamparinas. A Aneel determinou que o desconto seja feito em módicas parcelas mensais, na nossa conta de energia, até o ano de 2025.

Calculam os experts no assunto que o distinto público, que tanta festa fez com a diminuição na conta, sofrerá, para cumprir a indenização, um aumento de 7,17% nas próximas faturas.

Agora eu falo aquela famosa frase que os que são logrados detestam ouvir e quem avisou adora dizer: “eu não te disse!?”

Comentários

  1. http://www.ocafezinho.com/2017/02/23/nova-manipulacao-da-globo-e-do-governo-temer-sobre-conta-de-luz/

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    1. A Aneel não é uma agência de governo e sim, como todas as agências reguladoras, órgão de Estado.
      Todos os diretores atuais da Aneel foram nomeados pela ex-presidente Dilma Rousseff, após aprovação dos nomes pelo Senado Federal, para um mandato de 4 anos, que não pode ser modificado pelo atual presidente Michel Temer, que não tem, como qualquer outro presidente, nenhum poder de mando nas decisões da agência, pois seus membros são sujeitos apenas à legislação que regulamenta o funcionamento das agências reguladoras.

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  2. Copulatum et Malum Remuneratum24/02/2017, 11:35

    Aqui no Brasil, a conta sempre chega. Cedo ou tarde, mas chega. CELIC continua caindo, mas os juros bancários continuam os mesmos. A CELPA foi vendida por 1 real. Adivinha quem pagou os 800 milhões de débito da empresa? A Oi pleiteia 60 bilhões de reais, 20 bilhões só pra converter seu débito. Assim, amigão, também quero ser empresário...

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