Vassalagem pluripartidária

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O PT, PSB, PMDB, PCdoB, PDT e PRB, publicaram ontem (20) uma nota de desagravo ao ex-presidente Lula em função dos ataques que os “dirigentes do PSDB, DEM e PPS” levantam contra Lula em função da matéria da “Veja”, que reporta por “fontes sem identificação”, que Marcos Valério teria afirmado ter sido o ex-presidente o principal chefe do mensalão.

Estou entre aqueles que creditam a Lula um avanço inegável na qualidade de vida do brasileiro: ele soube surfar uma onda que já se levantava quando assumiu o governo e foi mestre em manejar o seu eclodir em proveito da República. O seu mérito, portanto, é sólido na história politica do Brasil.

A nota, todavia, é um ato desnecessário de vassalagem frente à articulação do próprio Planalto para que os presidentes dos partidos citados a assinassem. A diferença desse tipo de subserviência para as pressões que a ditatura exercia no Congresso é que à época lambiam-se as botas da caserna e agora beijam-se os pés do messias.

O PT tem tutano, maturidade e articulação eventual suficiente para lidar com os ataques a si e ao ex-presidente Lula, não cabendo aos demais partidos da base aliada tomar para si as questões político pessoais do lulo-petismo.

Comentários

  1. Luiz Mário de Melo e Silva22/09/2012, 14:20

    Isso confirmaria o mensalão?

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    1. Não, confirma apenas como estão submissos os partidos e o Congresso ao messianismo do lulo petismo, o que, destarte os méritos de Lula, é um desserviço à democracia.

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  2. Veja faz política partidária com base em sua ideologia ou seja lá em que for. Nada mais lógico que os partidos políticos respondam. Belo gesto da base aliada! Alguns que, como Michel Temer, têm medo da Veja, podem não ter gostado.

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  3. Se VEJA defende o ideário liberal, não há nenhum erro, crime ou pecado nisso. Outras publicações - como Caros Amigos, por exemplo - adotam um viés ideológico mais à esquerda. Nos Estados Unidos, a FOX é conservadora e se empenha em atacar o governo do presidente Obama.

    O importante em uma sociedade democrática é que todos tenham voz. A VEJA não inventou o mensalão - agora confirmado no julgamento do STF - nem praticou qualquer ato de governo ou partidário. A VEJA apenas publicou e publica fatos que interessam à opinião pública, empenhando-se - aqui, sim - em trazer à tona atos de corrupção dos governos do PT, mas sem violar qualquer preceito seja da Constituição, seja da ética jornalística.

    Por fim, há um limite para tentar esconder a verdade porque os fatos são teimosos, contrariam os interesses de grupos, partidos e governos. Este é o caso do mensalão, tantas vezes negado, e que agora se apresenta diante de nossos olhos no julgamento do STF.

    Se alguma coisa podemos dizer da VEJA nesse contexto, é que a revista prestou um grande serviço ao país, independentemente do seu ideário político, porque revelou um esquema de corrupção nunca antes visto na história da república brasileira.

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    1. Veja se aliou a Carlinhos Cachoeira, não como fonte, mas como parceiro, comprovado pelos diálogos gravados pela Polícia Federal. Veja já denunciou um grampo a uma conversa entre Gilmar Mendes-Demóstenes Torres. Nunca apresentou o áudio, simplesmente porque não existia. O grampo sem áudio, entrou para o anedotário do mau jornalismo. Veja agora publica uma "entrevista" sem entrevistado. Tem claro apelo eleitoral. Direito (?) dela. Agora, também é direito dos políticos atingidos reagirem. Quanto ao Mensalão, espera-se que Veja traga uma matéria de capa, quem sabe com o título "Mensalão, agora é a vez do PSDB". Prestaria outro grande serviço ao país, não acha?

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  4. Caro deputado como nos conhecemos bem o PT, sabemos também que quando esta por baixo eles recorrem aos aliado mas quando esta por cima da-lhe as costa, e o presidente LULA tem todo o respeito dos brasileiro querem caçar um jeito de baixar a popularidade dele. pois a do PT ja esta em queda sem rede.

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  5. 01:28, Porque a Veja que defendes não se empenha heroicamente no caso Azeredo que também interessa à sociedade?

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  6. Já disse, amigo, ela prefere apurar os atos de corrupção dos governos do PT. O caso de Minas pode ser apurado pela polícia e acompanhado pelos jornais que defendem o PT como Carta Capital, por exemplo.

    O problema é que ninguém aguenta imprensa chapa branca. TV estatal não tem telespectadores, a Carta Capital não vende como a VEJA. Esta é a grande verdade. Jornalismo se faz, em larga medida, em oposição a quem está no governo.

    VEJA cumpre, portanto, o seu papel sem abdicar de suas posições e/ou preferências políticas. Como disse, não vejo crime, erro ou pecado nisso.

    O pecado está em querer que a sociedade tenha uma só voz - e o que é pior a voz de um governo que vem caindo progressivamente no descrédito (em quantas capitais o PT vai vencer as próximas eleições?).

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  7. Mas eu também não sou contra a Veja publicar o que ela acha mais conveniente. Estou nessa postagem defendendo o direito dos partidos políticos em emitir a nota política defendendo o ex presidente Lula. O proselitismo político do texto da nota faz parte do jogo político. Democracia é isso.

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    1. Mas não foram os partidos que decidiram emitir a nota de desagravo ao Lula, foram apenas alguns dirigentes, a pedido do próprio Lula que desta vez não teve coragem de desmentir a VEJA. Afinal, quem tem c... tem medo.

      Figuras de proa do PDT, como os senadores Christovam Buarque e Pedro Taques, por exemplo, já desautorizaram o teor da nota assinada em nome do partido pelo Carlos Lupi (por sinal demitido recentemente por Dilma do Ministério do Trabalho por corrupção).

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    2. Os presidentes dos partidos têm a prerrogativa de falar pelos partidos que representam. A nota, portanto, foi, formalmente, uma ação partidária. Por certo há membros dos respectivos partidos que as ressalvam, como esses que você exemplifica. Eu mesmo, com a postagem, ressalvei a nota, por não concordar com ela.

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  8. Veja!Vejea?Veja!Vejea?Veja!Vejea? penso que o texto se refere a outra questão!

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  9. Não, a postagem trata exatamente de uma nota da base aliada em respostq a reportagem da revista Veja.

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  10. Caro Deputado, o Brasil pretende ser uma democracia, a imprensa brasileira diz tudo o quer os seus donos, isso ta fazendo escola em todas as esferas, inclusive no interior, ora é natural que aqueles que discordem, (imprensa não é dona da verdade) se manifeste, usando os meios que dispõem. Ora, se a oposição pode pedir a condenação de Lula, porque a situação não pode se manifestar em contrario.

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    1. Claro que sim. Exatamente porque vivemos uma democracia com liberdade de expressão é que a oposição pode dizer o que quiser e a situação idem e eu, posso concordar, ou discordar, eventualmente, com uma ou outra.
      Observe, todavia, que a sustentação de governos em uma democracia madura não se fazem sobre vassalagem pessoal e sim sobre programas políticos partidários. Os problemas do PT quando à governabilidade do Brasil devem receber apoio do PMDB e dos demais partidos da base aliada. Dos problemas do senhor Luis Inácio Lula da Silva cuide ele e, no máximo, a sigla a qual ele pertence.

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    2. Diga isso ao seu partido, o PMDB e deixe que os outros filiados cobrem dos seus

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    3. Ao PMDB eu manifestei a minha reserva assim que li a nota, acusando que a mesma não foi submetida à Executiva Nacional.
      Quanto aos demais partidos, não estou impedido de, publicamente, como qualquer cidadão, dizer a minha opinião: os partidos da base aliada passaram um desnecessário recibo de vassalagem.

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  11. Não me parece vassalagem. O ataque de Veja não se dirige somente a Lula. Mas a linha política que ele representa. De modo geral, Veja-Globo-Estadão-Folha se alinham ao projeto do PSDB e seus aliados tradicionais (mais especificamente o DEM - do Demóstenes Torres, amigo-irmão de Cachoeira, fontes preferenciais do Poli ou Caneta ou Policarpo Júnior. Partidos que pretendem marchar na base aliada ou mesmo que admitem a possibilidade de candidatura própria a sucessão de Dilma pelo campo da esquerda (caso do PSB de Eduardo Campos) podem ter apostado na resposta conjunta como estratégia política, não como vassalagem. O comportamento de Eduardo Campos e seu partido, o PSB, um dos signatários da nota, nas eleições municipais não aponta para uma postura de vassalo em relação a Lula e ao PT.

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  12. Deputado, a longa tradição de vassalagem do PMDB, independentemente de quem é o Senhor Feudal, Talvez, tenha o induzido a pensar isso dos demais partidos, a diferença agora, é que o PMDB está servindo a um senhor sem poder institucional.
    Mas acredito que os demais partidos o fizeram por defesa de um governo que eles ajudaram a construir, e Lula representa, desconstruir a imagem do Lula é essencial para as pretensões da oposição e também da grande imprensa brasileira, quem concorda reproduz o discurso, quem discorda contra-ataca. É, ou deveria ser, a democracia.

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    1. Permita-me discordar. O PMDB, e os partidos da base aliada que assinaram a nota, não servem a um senhor sem poder institucional: servem ao Planalto que os suserania com as benesses do feudo.
      Não tenha a ilusão de que alguma assinatura na nota se fez para ungir a democracia: elas servem à manutenção da correspondência de favores do poder de Lula, que se estriba na presidência da República e é mais institucional do que possa imaginar a nossa vã filosofia.
      Quem pratica a democracia somos nós, ao discutir isso aqui. Quem assinou a nota, quem exerce a presidência e quem nela se sustenta, são substratos do exercício democrático, mas praticam o poder puro e simples.

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  13. "O candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), concedeu entrevista ao telejornal SPTV da TV Globo, no sábado, e deu respostas demolidoras ao jornalista Cesar Tralli, que só fez perguntas venenosas com intenção de embaraçar.

    Haddad tirou de letra.

    Na primeira pergunta, sobre se o mensalão não o constrangia, Haddad disse que constrange a classe política como um todo, porque quase todos os partidos tem gente respondendo processos. Disse que gostaria que a justiça fosse até o fim em todos os casos, e que o mensalão nasceu no PSDB de Minas, e vem sendo postergado, com risco de prescrição, por ser mais antigo, de 1998...

    Eis a transcrição completa:

    César Tralli – Candidato, boa tarde.

    Fernando Haddad – Boa tarde, Tralli.

    César Tralli – Candidato, políticos importantes do seu partido estão sendo julgados e um deles já foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes graves como corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha. Isso não constrange o senhor? Não põe em xeque o discurso sobre ética?

    Fernando Haddad – Olha, constrange a classe política de uma maneira geral porque políticos de todos os partidos estão respondendo a processos. E eu gostaria muito que a Justiça fosse até o fim em todos os casos. Não apenas em relação ao PT, mas também em relação ao PSDB. Você sabe que o chamado mensalão nasceu em Minas Gerais, e o jugamento do mensalão de Minas está sendo postergado. E há um risco de prescrição em função das datas em que os crimes foram cometidos. Porque o mensalão do PSDB é muito anterior, é de 1998, é seis anos anterior. Então, desde que todos sejam julgados, garantido o amplo direito de defesa e punidos de acordo com o que fizeram, eu penso que as instituições saem fortalecidas. Agora, se a Justiça se fizer para uns, e não se fizer para outros, eu penso que a democracia vai sair enfraquecida. Nós não podemos seguir o princípio: aos inimigos a lei, aos amigos, tudo, como se diz. Então, vamos colocar o país a limpo, estamos de acordo, e as pessoas que erraram devem ser julgadas e se for comprovado o erro, tem que ser punidas. Não vejo problema nenhum em relação a isso."

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  14. Deputado, será que o senador e varias vezes governador do Paraná, Roberto Requião do PMDB é vassalo de Lula.
    Veja isso.
    Não costumo assinar manifestos, abaixo-assinados ou participar de correntes. Mas quero registrar aqui minha solidariedade a Luís Inácio Lula da Silva, por duas vezes presidente do Brasil.

    Diante de tanto oportunismo, irresponsabilidade, ciumeira e ressentimento não é possível que se cale, que se furte a um gesto de companheirismo em direção ao presidente Lula. Sim, de companheirismo, que pouco e me dá o deboche do sociólogo.

    A oposição não perdoa, e jamais desculpará a ascensão do retirante nordestino à Presidência da República.

    A ascensão do metalúrgico talvez ela aceitasse, mas não a do pau-de-arara. Este, não!

    Uma ressalva. Quando digo oposição, o que menos conta são os partidos da minoria. O que mais conta, o que pesa mesmo, o que é significante, é a mídia, aquele seleto grupo de dez jornais, televisões, revistas e rádios que consome mais de 80 por cento das verbas estatais de propaganda. Aquele finíssimo, distintíssimo grupo de meios de comunicação “que está fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada”, como resumiu com a sinceridade e a desenvoltura de quem sabe e manda, a senhora Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais.

    Este conjunto de articulistas e blogueiros desfrutáveis que faz a “posição oposicionista” nos meios de comunicação usa uma entrevista que não houve para, mais uma vez, tentar indigitar o ex-presidente. Primeiro, tivemos o famosíssimo grampo sem áudio. Mais hilário ainda: a transcrição do áudio inexistente mostrava-se extremamente favorável aos grampeados. Um grampo a favor. E sem áudio.

    Lembram?

    Houve até quem quisesse o impeachment de Lula pelo grampo sem áudio e a favor dos grampeados, houve até quem ameaçasse bater no presidente.

    Agora, este mesmo conjunto de jornais, rádios, televisões e revistas, esses mesmos patéticos articulistas e blogueiros querem que se processe o ex-presidente. Não me expresso bem: não querem processá-lo. Querem condená-lo, pois como a Rainha de Copas, de Lewis Carol, primeiro a forca, depois o julgamento.

    Recomendaria a vossas excelências que tapassem o nariz, não fizessem conta dos solecismos, da pobreza vocabular, das ofensas à regência verbal e lessem o que escreve esse exclusivíssimo clube de eternos vigilantes.

    Os mais velhos de nós, os que acompanharam o dia-a-dia do país antes do golpe de 64, vão encontrar assustadores pontos de contato entre o jornalismo e o colunismo político daquela época com o jornalismo e o colunismo político dos dias de hoje. Embora, diga-se, os corvos de outrora crocitassem com mais elegância que os grasnadores de agora.

    Fui governador do Paraná nos oito anos em que Lula


    (...)

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    1. Qualquer cidadão ou político, inclusive eu, posso ser solidário a Lula, ou não.
      A Veja e toda a imprensa que você desanca, tem o direito de conspirar, falar mal, falar bem, ou não falar do Lula, de mim, do Jader, da Dilma, ou de quem lhes apetecer, pois a liberdade de expressão é um direito constitucional de todos e não apenas de quem se alinha as nossas posições pessoais ou ideológicas.
      Dizer que os ataques a Lula e ao PT, venham de onde vierem, são uma ameaça ao sistema democrático é uma ortodoxia tão fora de foco que só pode caber no sectarismo messiânico no qual o lulo-petismo transformou a ótima carreira e presidência de Lula, como forma de manutenção de poder: o culto à personalidade, longe de ajudar a democracia à prejudica.
      É nessa escola que refuto qualquer tipo de “solidariedade político institucional” à relação do Lula e do PT com a imprensa, seja ela alinhada ou não com o governo, pois essa relação é um problema do governo com a imprensa e não da República com a imprensa, cabendo ao governo administra-la, o que faz, por sinal, muito bem, repassando à Veja, Folha, Estadão, Globo, Record, SBT e etc., em forma de publicidade institucional, cerca de R$ 500 milhões por ano (valores de 2011), para que tudo não passe de bate-boca (por incrível que parece a imprensa que bate no lulo-petismo é a que mais recebe verba do Planalto).
      O Requião pode assinar quantas notas quiser em favor do Lula. Eu também posso. Institucionalizar as notas através dos partidos políticos é vassalagem pura e simples. E o soldo disso costuma sair em forma de liberação de emendas e nomeações de espaços.

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