Reconstruir o presidencialismo de coalizão

Shot016

Nos países em que o bipartidarismo domina a cena política é possível governar sem buscar coalizão no espectro de representações alojadas no Poder Legislativo.

Onde o pluripartidarismo vingou, o governo precisa labutar uma coalizão que lhe permita satisfazer as matizes do Parlamento, onde precisa ter suporte.

A coalizão é boa à medida que elabora uma administração na qual estão representadas as diversas correntes sociais que depositaram votos nos diversos partidos. É inconsequente quando elaborada simplesmente para erigir maioria parlamentar.

O presidencialismo de coalizão praticado no Brasil não se queda à realidade esperada de um país que já se insere no cenário internacional como um agente ativo da história contemporânea.

O governo federal tem uma folha de pessoal de R$ 203 bilhões, que paga servidores imprescindíveis à estrutura orgânica da União.

Paga também 22 mil cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS). O perfil desta sigla que precisa ser reciclado: nomeações puramente políticas para exigências de caráter técnico devem ser evitadas. Nomeações somente para acomodar interesses políticos devem ser sepultadas.

A presidente Dilma Rousseff arredou pretensões puramente políticas na substituição de Mercadante no Ministério da Ciência e Tecnologia, ao nomear o físico Marco Antônio Raupp para o cargo.

Shot002

Com o nome de Graça Foster, técnica de comprovada competência na área, para substituir Gabriele na presidência da Petrobrás, a presidente coroa o funcionalismo de carreira (Foster é funcionária da Petrobras há 32 anos) e sinaliza que pode estar em andamento um salutar freio de arrumação na desacerto que tornou tento no presidencialismo de coalizão no Brasil.

Shot008

Ambos os cargos exigem expertise técnica que nem todos os partidos têm nos seus quadros para oferecer à República. Nestes casos, o direcionamento político dos órgãos poderá ser suprido pelo Gabinete Civil, que tem a incumbência de se relacionar com todo os espectro partidário.

Estes ventos que, desejaria que estivessem, de fato, soprando no Planalto Central do Brasil, é válido para os estados da federação e para os políticos em geral, inclusive eu.

Comentários

  1. Que coisa fofinha essa Graça Foster,como diria Michel Teló: Ai, ai, se eu te pego...Delícia, delícia. Assim você me mata.

    ResponderExcluir
  2. O governo de Simão Jatene dará um largo e expressivo passo à elaboração e execução das políticas de governo, à simetria dos seus programas com os anseios populares e à convergência das forças políticas para possibilitar alcançar o desejado progresso futuro ao Estado, caso ignore as paixões partidárias e nomeie pra Casa Civil um político que inspire confiança pela sua respeitabilidade e gabaritado espírito de ação para imprimir e viabilizar os ideais do governo para a sociedade.

    ResponderExcluir
  3. Professor de Bubuia24/01/2012, 12:01

    Deveria passar um furacão desses pela SEDUC, deputado. Ao 05:31, "Quem espera, sempre (al)cança"

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Popular Posts

Mateus, primeiro os teus

Ninho de galáxias

O HIV em ação