A parábola da certeza. Ou será da dúvida?

certd

Tenho recebido telefonemas de amigos do Sul do Pará. O tema é o plebiscito. O tom é como se a coisa fosse uma corrida e eles acham que “nós” não estamos correndo o suficiente para cortar a linha de chegada à frente “deles”.

O “nós” são os favoráveis à divisão. Os “eles” são os que se batem contra a divisão. A recíproca, também, é verdadeira, cá na Corte.

Explico que a discussão se equivocou no objeto, em uma metonímia torta: éramos para estar discutindo a divisão territorial do Pará e não a divisão entre “nós” e “eles”.

Era para estamos tirando dúvidas sobre as pertinências e não para estarmos cuspindo intolerância e escarrando estupidez sobre as impertinências.

A tentativa de racionalizar o debate, erigindo, cada qual, a sua inexorável verdade, acabou, enchendo “nós” e “eles” de certezas. As certezas causaram, e ainda causam, todas as guerras do mundo: só dá o primeiro tiro quem tem certeza.

São as “nossas” certezas, e as “deles”, que nos impedem de travar um debate mais consequente nesta questão: um não deseja ouvir as razões do outro, e quando aportamos neste tipo de ribanceira é sinal que as tochas já podem estar ardendo para incendiar os navios nas fogueiras das vaidades “nossas” e “deles”.

Pode ser, penso cá com meus rotos botões, que seja possível voltar nadando, mas, nesta empreitada, alguns se afogarão.

Inobstante, “com certeza”, os “nós” e “eles”, que usam platinadas abotoaduras, podem torcer os ombros e debochar: “quem for fraco que se afogue.”.

Com certeza, Caetano tinha toda a razão: “enquanto os homens exercem seus podres poderes, motos e fuscas avançam os sinais vermelhos e perdem os verdes. Somos uns boçais.”.

Ou será que não? Fiquei na dúvida...

Comentários

  1. Ô, deputado, "inobstante" não existe.

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  2. Todos ficam na dúvida deputado, vc analizou essa questão como lhe é de praxe em todos os outros assuntos,não deveria axistir o "nós e eles", deveria ser um objetivo comum, o desenvolvimento e o progresso mas, a questão são os meios ate chegarmos ao objetivo e se são coerentes os meios.ninguem consegue acreditar em pessoas que respondem a processos por ma utilização do dinheiro público. eis a questão, o plebiscito não partiu de um anseio da população, foi " empurrado goela abaixo" como se diz, por um grupo de justamente indiciados, desacreditados etc...por isso acho que vc é a pessoa que deveria estar lutando por um Pará mais forte e sempre colossal,o problema não é o territorio deputado e sim a má utilização da verba pública, haja vista politicos entre os 20 mais ricos do país apoiando o golpe separatista.
    NOSSO VOTO É NÃO A SEPARAÇÃO

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  3. É que venho falando sempre,inventaram essa solução de dividir pra resolver um problema que se resolve com investimento humano, mas por conveniência politica e preguiça intelectual querem fazer o que for mais conveniente pro próprio bolso.

    Entra o plebiscito e sai o plebiscito e nada vai mudar se a mente de ambos os lados não se tocar que não é o tamanho, mas a qualidade das pessoas.

    Hj tive uma discussão na empresa com funcionários em que a maioria quer ganhar mais, mas quando o assunto é estudar, qualificar e aprender, todos entendem q isso é uma punição, e logo desistem de avançar.

    A "elite" paraense acha a mesma coisa, então, se quem teve oportunidade de estudar, qualificar e aprender acha isso, quem não teve , por que deve pensar diferente? Por que jogar a responsabilidade do subdesenvolvimento aos que não tiveram a oportunidade? É dificil circular no meio empresarial e não tomar com gente deste nível tão baixo, mas infelizmente é quem comanda boa parte do capital financeiro desse estado, tanto da capital, quanto do interior, sem distinguir região, todos, 99% pensam assim, é difícil pra mim e pra outros fazer negócio justamente por isso.

    Preguiça de estudar, aliada a ganho fácil é igual a corrupção e incompetência pra administrar, isso aqui no Estado temos pra dar e vender.

    Lugar onde estudar é considerado punição nunca vai pra frente, não importa em quantos milhares de pedaço sejam divididos, o resultado sempre vai ser o mesmo.
    Terra de gente limitada intelectualmente, porque nunca olha pro lado pra saber que a empregada domestica que trabalha a mais de década precisa onde ela mora, não é digno de querer governar o povo do nosso Estado.

    Estamos num beco sem saída, se ficar o bicho pega, se correr o bicho come.

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  4. Égua, eu tou fora.
    Me tire dessa dessa.
    Boçal é o marqueiro do SIM que sai dando tapa na cara e falando mal da gente.
    Vôte cobra dágua!

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  5. Olá Victor Picanço,

    O "não existe", perdoe-me, não seria apropriado. A palavra ainda não é dicionarizada, mas, muitos escritores e literatos a usam com frequência, como uma forma reduzida de “não obstante”.
    É muito usada no meio jurídico, inaugurando contra argumentações. A construção está, do ponto de vista dialético, absolutamente correta, pois é perfeitamente compreendida pelo leitor.
    Entre os autores que primeiro usaram o termo está Euclides da Cunha, autor de “Os Sertões”, uma das mais belas obras da nossa literatura. Os puristas, todavia, alegando que o termo é um neologismo desnecessário, pois existe mais de uma palavra que a equivale, não aceitam o termo.
    Acredito que em mais uns 20 anos os dicionaristas serão obrigados a incluí-la e aí, você tem razão, ela passara a “existir” formalmente.
    Sobre o assunto, veja o que diz a linguista
    Maria Piacentini
    , autora de vários livros sobre a língua portuguesa.
    De qualquer forma, muito obrigado pela observação. Por favor, sempre que notar algum erro, não hesite em apontar.

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  6. Deputado, a primeira questão que devia se levar em conta nesse plebiscito seria as fronteiras e o tamanho dos novos estados. Pelo que eu saiba ninguem do povo foi consultado sobre as fronteiras. Quem desenhou esses limites? porque do tamanho proposto? É justo que muitos considerem um roubo de território essa desproporção de limites proposta. Dizem que o desenho foi feito pelo deputado Giovanni Queiroz, que na sua incompetencia politica no estado do PARÁ deseja criar um próprio estado para chamar de seu.
    Moro em Paraupebas e voto NÃO a divisão! Eu e minha família.

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  7. Olá Dep, quero me reportar ao teatro que promoveu a ex.Fafá de Belem, que tentou simular uma crise de choro contra a multiplicação do Estado, quero dizer ao povo do Pará que Ela alem de retirar o codinome como era conhecida por Fafá de Belem, nome que lhes projetou no cenário artístico como interprete da MPB, agora se negar a ser chamada de Belem, e so mente Fafá, e como se não bastasse, ainda se mudou do Estado do Pará, para Lisboa em Portugal, para criar seus filhos bem longe das violências do Pará, e agora vem com fingimento, quanto aos comentários da atriz global, Diras Paes,que do Estado do Pará, so conhece o centro comercial de Abaetetuba que é sua cidade. quanto as riquezas do Pará, o Estado do Maranhão leva tudo a traves da ferrovia norte sul que liga Carajás no Pará, ao porto de Itaqui na quele Estado, tudo isso com o concentimento do governo e daqueles que se dizem amar o Pará, como a Fafá, o Dep. Zenaldo Coutinho, que só ficam olhando vendo o trem levar tudo o que é nosso, fazendo daquele Estado, o maior exportador de ferro da America Latina sem falar na energia elétrica,que exportamos pela metade do preço que pagamos pelo kwh, e justo e isso que é amar o Pará, eles estão preocupados apenas em manter este Estado do tamanho que é, não estão nem aí com a qualidade de vida do povo, se estiver errado me corrijam.

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  8. Juntem a incompetência com a necessidade e o resultado será um plebiscito, incompetência política para carrear soluções e necessidade de achar um culpado!

    Mudar o governo não é necessariamente mudar o quadro e sim saber cobrar ações, qual é a garantia de que alguém que não foi testado em uma função seja melhor que alguém que já foi, o que já aconteceu eu sei , o que acontecera é incerto, valera a pena arriscar havendo a ínfima probabilidade de ser pior?

    Que tal relembrarmos algumas interpretações da lei de Murphy

    "Se algo pode dar errado, dará"


    "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará"

    "Se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo a causar o maior estrago possível".


    "Se há mais de uma maneira de se executar uma tarefa ou trabalho, e se uma dessas maneiras resultar em catástrofe ou em consequências indesejáveis, certamente essa será a maneira escolhida por alguém para executá-la"

    E olhe o que uma outra lei pertinente a lei de Murphy a lei de Clark diz: “ Murphy era otimista!”

    Ao ver arrogância e o tratamento sem pudor com seus conterrâneos em jovens de ambos os lados lembro o que este ser insignificante mais velho do que Cristo e que nada deixou escrito mas que lhe é atribuído por um suposto discípulo:

    O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu caráter.
    Sócrates

    Sei que hoje a situação do estado como um todo é realmente insuportável, porem não acho esse lugar chamado shangri-La nos melhores países do mundo, entretanto se é para haver mudança benéfica para todos o caminho deveria ser um conhecido , onde não houvesse duvidas em uma bifurcação, porque dedicar tempo e empenhar esforço se comprometendo em fazer o insólito se tornar progresso não é ato de justo ou benéfico e jamais será visto como tal!

    Dando um salto milenar chego a uma pessoa brasileira e até hoje admirada por todos que falava:

    “No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.” Airton Senna

    Corretíssimo de que adianta trocar a peça sem corrigir o defeito, o defeito vai continuar solicitando mais troca, até que ele seja corrigido!

    De que adianta separar sem garantia de melhoras concretas , separando apenas na base da especulação?
    De que adianta manter as atuais fronteiras sem garantia de melhoras concretas, mantendo apenas na base da especulação?

    O começo de uma Shangri-La se iniciaria em uma simples mudança geográfica, não mudança das fronteiras e sim mudança do atual centro administrativo longe para um lugar eqüidistante ou seja mudar a capital para o centro geográfico do estado!

    Governador, se sua excelência é favorável ao não de aos que lhe elegeram sua garantia de que o estado permanecendo intocável você fará o possível e o impossível e mudara a capital para o centro do estado!

    Fica aqui uma sugestão caso o não prevaleça e o governador não se comprometa , façamos um plebiscito interno sobre mudança da capital duvido que o não ganharia novamente!

    Parsifal os que hoje te cobram querem apenas munição futura para usá-la contra você, porem te lembro que coerência não pode ser confundida com indecisão!

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  9. Desculpe porem o texto eniviado foi incompleto pois tive que reduzi-lo para poder enviar segue o complemento

    Quanto a palavra inobstante Não obstante de nos querermos ou não ela existe (in+obstante) Indica oposição a uma outra ideia.idéia exposta, mas que não é impeditiva! Tendo como sinônimo não obstante ou apesar de!

    MCB

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