Chove nos campos de Cachoeira

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Um dos mais reconhecidos escritores do Brasil e, com certeza, o maior do Pará, foi Dalcídio Jurandir.

Embora a sua obra “Marinatambalo”, que foi publicada sob o título de “Marajó”, tenha, a meu ver, maior expressão literária, Dalcídio ganhou fama com “Chove nos campos de Cachoeira”, com o qual ganhou, em 1940, o “Prêmio Dom Casmurro de Literatura”, que era concedido por um júri formado pela Editora Vecchi, composto por Oswald de Andrade, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e Álvaro Moreira.

Foi em “Chove nos campos de Cachoeira”, que li há mais de 20 anos, que eu, pela primeira vez, ouvi falar no município de Cachoeira do Ararí, no Marajó: nunca houvera, todavia, pisado nos campos do Lago Ararí, onde está a cidade.

Ontem, quando sobrevoamos os campos do Ararí, para pousar em Cachoeira, veio-me a lembrança do livro de Dalcídio Jurandir: são belos, de fato, os campos de Cachoeira. E devem ficar mais belos quando chove.

Na caminhada da pista de pouso para o local da reunião, o povo alegre e hospitaleiro de Cachoeira saia à rua e saudava a comitiva, principalmente o deputado Jader Barbalho, que quase era carregado ao local.

Eu não faço politica em Cachoeira. A obra de Dalcídio foi o que me fez ir lá: foi mais uma incursão literária que politica.

Comentários

  1. Alguém pode ajudar?
    “Fui aluna do professor Marcos Evangelista Dias Klautau. E tive a sorte dele ter sido meu orientador na minha tese de mestrado. Um grande mestre por quem tenho uma grande admiração.

    O mestre Klautau está muito doente, não tem dinheiro nem para se alimentar. Está internado, sem plano de saúde, numa crise de depressão enorme, precisa fazer uma cirurgia e não tem condições.


    Isto é o Brasil para as pessoas honestas. O professor Klautau é uma das pessoas mais honestas e competentes que eu conheço nesta vida. Fala 3 idiomas. Já exerceu muitas vezes cargos de muito poder no serviço público, mas não tem nem carro. Nem dinheiro.

    Poderia ser muito rico se quisesse. Mas não quis nem quer, escolheu manter sua integridade moral. Já pediu trabalho para muita gente e ninguém lhe deu. Não tem vergonha de pedir, porque precisa. Tem competência para exercer qualquer cargo no serviço público, mas não serve para os políticos porque é honesto.

    No Brasil a honestidade e a competência são empecilhos para o exercício de cargos importantes. É triste, mas é verdade. Como ele existem outras pessoas honestas na mesma situação. Não são muitas mas tem.

    Ano passado ele pediu demissão da Secretaria de Planejamento de Marituba pois lá não querem fazer nenhum trabalho sério. Ele está abandonado por todos, inclusive a família. Os amigos se afastaram. Ontem fui visitá-lo e chorei. Ele não sai de casa, anda de muleta com grave problema de coluna. E para completar está sendo despejado e não sabe onde vai morar.

    Ele não sabe que eu estou escrevendo e enviando esta carta para um blog. Mas eu não posso calar-me.

    Que Deus lhe ajude a superar esta crise, mestre Marcos Klautau e ainda lhe dê muitos anos de vida.

    Sua ex-aluna e admiradora Regina Coimbra.”


    (enviado ao blog com pedido de publicação.)

    PARSIFAl, faça um apelo no seu BLOG. Veja o que pode fazer pra ajudar.

    Fale com o JÁDER, com o HÉLDER, com o JUVENIL e com quem mais você enxergue que possa, de alguma forma, estender a mão ao MESTRE MARCOS KLAUTAU, num gesto de necessário e urgente humanismo.

    Veja o que pode fazer PARSIFAL!

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  2. Seu comentário sobre o "Chove nos cmapos de Cacheira" foi bonito e senísível". Moro aqui e nunca vi os Campos de um avião. Este é o meu sonho. Parabéns, vc é um privilegiado.
    Mas que decepção ao terminar o texto: "Não faço política em Cacheira". Fala Sério. Só se preocupa com sua Região. Pois só voto em qualquer um que nao faça este tipo de discriminação. E olha que me falaram que vc pode ser o sucessor do Jader. Aprenda com ele. Ele jamais falaria isso. SOu de Cachoeira e fiquei chocado. Vê se muda este pensamento tacanho, provinviano e medíocre, meu amigo. E volte aqui para fazer política sim. É isso que queremos. Abraço!!!
    Professor Augusto.

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  3. Olá Augusto,

    Permita-me elucidar a expressão "não faço política em Cachoeira": eu quis dizer que não fui lá à caça de votos; não fui fazer campanha eleitoral na cidade.
    Política, latu sensu, qualquer deputado, como eu, faz no estado inteiro, pois somos deputados estaduais e não de uma micro ou meso região onde temos inserção eleitoral.
    Sou um municipalista, ou seja, para mim, o desenvolvimento se a partir do municipio. Foi com este principio que fiz, e consegui aprovar, a emenda substitutiva ao pedido de emprestimo de R$ 366 milhões que o governo queria usar para o Estado: substitui o projeto e aprovamos uma lei que obriga o governo a repassar a R$ 188 milhões diretamente para os municípios, e Cachoeira do Arari está na minha lista recebendo R$ 1 milhão: isto é fazer boa política em Cachoeira.

    Desculpe se me expressei de forma que pudesse dar ao leitor a impressão que você teve.

    Abraços.

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  4. Professor Augusto, quanta hostilidade, quanta indignação.

    Não estou reprovando um sentimento mais do que natural. Não é isso que estou fazendo. Aliás, comungo desse sentimento.

    O que estou indicando é a inutilidade de uma pauta que se esgota em excitar a cólera, em convocar à raiva, sem levantar os olhos para, um pouco além, identificar as causas dos fenômenos que nos contrariam e afrontam.

    Sentimentos assim são normais, mas raramente fazem algo que preste para a boa política. Aliás, observe que existem partidos que vivem do conflito. Qualquer conflito. Jogam, umas contra as outras, as classes sociais, as etnias, as sexualidades, as religiões, as instituições. Tudo serve, desde que possa acender o estopim das malquerenças.

    A boa política se faz no viés oposto. Ela não existe para gerar conflitos, mas para resolvê-los. Ela nasce do amor e do espírito de serviço; do reconhecimento da igual dignidade de todos; do respeito aos valores naturais, à verdade e ao bem.

    As principais causas dos problemas que vemos são de natureza institucional e a sua solução, em um Estado que queira ser democrático e de direito, é inequivocamente política. Mas só ficar brabo não muda coisa alguma!

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  5. Os campos de Cachoeira do Arari são exuberantes. É uma paisagem ímpar. O gado pastando ao horozinte refletido no sol poente na comunidade do Retiro Grande é uma paisagem real digna de uma tela a óleo de renomado pintor.

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