A síndrome do cachorro

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O bizarro ministro da Justiça Alexandre de Moraes afirmava que não passava de uma “bravata” o poder creditado ao PCC e ao Comando Vermelho dentro do sistema carcerário nacional e não deu atenção aos inúmeros alertas da inteligência que, desde outubro de 2016, apontavam um eventual conflito no presídio de Manaus.

A PF já identificara que a Família do Norte, facção dominante no Complexo Anísio Jobim, onde ocorreu a chacina com 56 mortos no dia 1 de janeiro, era filiada ao Comando Vermelho e recebeu ordens para exterminar o espaço de poder do PCC dentro do complexo.

Depois que a Inês morreu, o presidente Temer, que não chamou à chincha o seu incrédulo e despreparado ministro da Justiça, chamou-o ao tronco ontem (2) e determinou que a sua pasta tome providências para evitar o próximo capítulo, pois o PCC vai retaliar a execução dos seus tenentes em Manaus, indo atrás do fígado do Comando Vermelho em quaisquer dos presídios do Brasil.

O governo elabora um plano de segurança no qual deve investir R$ 1,2 bilhões, a fim de “reforçar a segurança e mobilizar os órgãos de inteligência para detectar eventuais novas rebeliões”.

Vai jogar R$ 1,2 bilhão fora e o resultado será zero, pois o investimento enxuga gelo, eis que a maioria das rebeliões são previstas. Elas acontecem porque tem gente sendo paga para cruzar os braços, ou porque não tem contingência para conter.

O governo deve atacar a causa do inchamento carcerário e administração da execução dessas penas. O Brasil tem hoje 711.463 presos dos quais cerca de 60% poderiam nunca ter ido aos presídios, e poderiam estar cumprindo penas alternativas, em regime aberto ou em prisão domiciliar.

Enquanto a lógico do sistema penal for o encarceramento indiscriminado, não há bilhão que resolva a questão, pois o número de presos vai crescer a uma proporção maior do que os bilhões que o governo tem para administrá-la e como em outras equações não resolvidas no Brasil, vamos viver com a síndrome do cão que vive a correr atrás do rabo.

Comentários

  1. Prezado Dr. Simão Jatene,
    Desculpa minha humilde crítica, mas quando devemos elogiar, elogiamos e quando devemos criticar também o fazemos com a mesma singeleza e isenção.
    Perdoe-me, mas a situação do meu estado do Pará não está muito bem. Vamos ter um ano de 2017 da cor cinza, e acho que um pouco da responsabilidade é sua por ter colocado pessoas em secretarias estratégicas e não ter feito um benchmark da atuação e produtividade. Por isso peço humildemente que neste último ano se ocupe em cobrar destes indicados uma atuação produtiva e pertinaz e não se conforme como o bom, pois o excelente é no mínimo o melhor a se alcançar.
    Por ter posto:
    Na SETUR, uma pessoa que quase nada fez pelo turismo no nosso estado, que insiste numa atuação retrograda e engessada, bem compatível com a sua especialidade; Na SETRAN um Empresário que tem mais afinidade com portos e só beneficia áreas de seu interesse pessoal, nada de obras relevantes para o estado; Na SEGUP um oficial preparado para a guerra e para ações afetas ao estado maior e que de segurança pública não melhorando em nada nossos índices de insegurança; Na SESPA um médico que poderia ter feito muito mais. E o pior de tudo, os gastos estão díspares do que é percebido. Ou seja, muito se gastou para pouco que se obteve. Na SEPLAN alguém que se planejou algo com certeza não foram para ações administrativas e gerenciais as quais muito se esperava que melhorassem o estado e reduzissem os gastos aumentando a produtividade e a eficiência, Na SEMAS um delegado com uma vida de atuação em outros tipos de crimes, e os crimes ambientais correndo as cegas, pois o Pará se consagrou campeão, mais uma vez no desmatamento; Na SEJUDH alguém com tantos direitos e todos os dias nossos Direitos Humanos Para Humanos Direitos são aviltados com crimes bárbaros em que a vítima é culpada por ser ela a opressora de uma sociedade de bandidos que assim ganham o direito de transgredir; .Na SEEL alguém que inaugura um complexo cujo nome do homenageado foi o ganhador da primeira medalha de ouro olímpica para o Brasil, o Tenente Guilherme Paraense, praticante de um esporte que se quer teve uma sala, um estande ou uma raia para a prática do referido esporte, fomentada pela ilustre desconhecida secretária; Na SEDUC alguém que entende muito de educação, mas, tem um desempenho reprovável, não passaria nem por segunda época quando existia; Na SEDOP 1ºuma jornalista sem conhecimento de construção civil e agora uma afilhado político, doente e sem pique para alçar grandes voos; Na SEDEME cuidando das minas e minerais e de nossa grande arrecadação com os famosos e tão noticiados “royaltys” veio mostrar que nem tudo que reluz é ouro; Na SEDAP alguém de formação marajoara que poderia ter emprestado seus conhecimentos e procurado sustentabilidade na produção animal deixou empresas pesqueiras afundarem e hoje nossos pescados são capturados por empresas do nordeste e do sul que entopem os porões de seus barcos com lucro seus estados; Na SECULT alguém que muito contribuiu com obras arquitetônicas e até mesmo faraônicas cujo forte do castelo foi restaurado sob uma visão onírica e deturpada e que em nada se parece o que seria na época que foi erguido. Cultura não é alegoria; Na SECOM alguém que não se comunica. Como dizia o velho guerreiro, que não se comunica se.....; Na SECTET alguém com um desempenho pífio como reitor, cujo conhecimento tecnológico se confunde com o literário em nada alavancou o que seria finalidade; Na SEASTER alguém que arrumou emprego no governo, mas não arrumou trabalho; Na SEAD alguém que não planejava estar lá, que não planejou o que deveria ser um plano e que executou sem administrar o planejamento. Na SEFA que realmente alavancou a arrecadação porem agindo como extrativista faltou à sustentabilidade, pois de onde só tiramos é lá que daremos por falta. Para fazer um governo condizente com seu preparo e sua competência, por favor, cobre ou troque por secretários que queiram trabalhar e engrandecer nosso estado.
    Feliz ano novo.

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    Respostas
    1. Faltou dizer que o cara da SESPA viaja para a 'terrinha' com din din PÚBLICO.

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  2. Prefeitos x Lixões:

    No 'país Belíndia' os prefeitos reeleitos e os novos torcem o nariz para o problema do acúmulo de lixo, principalmente em bairros periféricos. E mais uma vez Zenaldo Coutinho fez ameaças aos 'mal educados' e aos carrinheiros que levam o entulho até os lixões.

    Continuo achando que o problema é menos de educação ambiental e mais de ausência de política pública de recolhimento de lixos e entulhos. E no início da atual gestão postei neste espaço idéias para o prefeito de Belém articular com cooperativas de recolhedores de pequenos volumes de entulho nas periferias, o que aparentemente não foi feito.

    Um amigo dizia que tudo aquilo que é barato ou que o dinheiro é pulverizado nas mãos de muitos, não interessa para o gestor; pois só quando é concentrado numa empresa há esperanças de se receber por baixo da mesa um checão amigo (atualmente já não seria checão e sim uma malinha recheada).

    E assim todos vão empurrando o povo com a barriga, mais uma vez.

    __________


    Prefeitos Evasivos - esgotou-se o estoque de promessas:

    Pedro Coelho em Castanhal disse para a população esperar (4 anos?); o Manoel Pioneiro rebateu umas 10 cobranças com uma frase: 'a prefeitura não tem dinheiro'; em Marabá o prefeito Tião só garante o salário dos servidores e nada mais; e por aí vai... muito mal.

    __________


    Degola de Aspones:

    Prometida em 99% dos municípios sob nova administração; a demissão de assessores inúteis, onerosos e desnecessários pendurados nas folhas de pagamentos dos municípios parece que não foi incluída na agenda de Zenaldo Coutinho. As claques e a entourage remanescente do instituto Helena Coutinho podem usar o cartão de crédito por mais 4 anos.

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  3. até porque o governador Melo jogou fora 1,1 bilhão de reais a duas empresas mequetrefes pra não fazer nada nos calabouços infernais de Manaus

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