Pedro Corrêa detalha guerra entre FHC e Maluf em emenda da reeleição, em 1997

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O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE), em delação premiada na Lava Jato, dentre outros umbráticos detalhes da República, narrou com detalhes a compra de votos no Congresso para aprovar a emenda da reeleição em 1997.

Esta parte da delação não ganhou suítes na imprensa porque atinge diretamente o príncipe dos tucanos, Fernando Henrique Cardoso, mas Corrêa, que confessa ter recebido propina desde que se elegeu a primeira vez, em 1978, afirmou na delação que o episódio “foi um dos mais espúrios dos quais participou”.

Segundo Corrêa, a contenda foi conduzida, de um lado, por FHC, então presidente da República e maior beneficiário da emenda, e de outro lado o atual deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) que, recém-saído da prefeitura de São Paulo, como candidato à presidência da República, tinha interesse na derrota da emenda da reeleição, pois isso tiraria FHC do páreo.

O episódio foi amplamente divulgado, inclusive com gravações de conversas acertando a propina, mas à época o procurador-geral da República era Geraldo Brindeiro, nomeado por FHC, que engavetava toda e qualquer denúncia em desfavor do governo, comportamento que lhe rendeu a alcunha de engavetador-geral da República.

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Corrêa, que confessa ter participado do esquema pelo lado de Maluf, narra a queda de braço:

Do lado de FHC, lideravam a propinaria no Congresso o então ministro das Comunicações Sérgio Motta, o então presidente da Câmara Luis Eduardo Magalhães, o deputado Pauderney Avelino e os então governadores Amazonino Mendes (AM) e Olair Cameli (AC).

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Paulo Maluf, reconhecendo que não conseguiria arregimentar votos entre os líderes principais do Congresso, todos atrelados ao governo, apelou para o baixo clero e arregimentou os então deputados Severino Cavalcanti e Salatiel Carvalho, com trânsito no baixo clero, para comprar votos contrários à emenda da reeleição, no que não logrou êxito, pois o movimento de Maluf só encareceu os votos a ponto de, mesmo ele, não conseguir bancar o leilão.

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O jornalista Fernando Rodrigues, que publicou o esquema em 1997, revelou gravações de conversas nas quais parlamentares afirmavam que o custo de um voto havia chegado a R$ 200 mil, valor que atualizado pelo IGP-M para os dias de hoje vem a ser R$ 850 mil.

Ronivon Santiago, um dos deputados gravados, admitiu ter recebido os R$ 200 mil e afirmou que “cerca de 50 deputados foram comprados”. Na gravação Santiago cita nominalmente cerca de 10.

O caso chegou à Procuradoria-Geral da República, mas Geraldo Brindeiro o arquivou “por falta de provas”.

Comentários

  1. preocupante ver um governo fraco e sem sustentação sendo refém de um judiciário cada dia mais forte. esse aumento para agradar a classe que já ganha muito bem,onde o grosso da população sofre com desemprego e salários baixos é preocupante.ainda cortando as conquistas sócias dos menos favorecidos.é preciso ter cuidado

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  2. Francisco Márcio02/06/2016, 15:27

    Como sou seu amigo, e, aos amigos, as benesses da lei, lhe pergunto: ( excetuando-se V.exa, lógico!)

    Só existe 2 tipos de políticos? Os que roubam para fazer política e os que fazem política para roubar?

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    1. Há mais tipos, inclusive os que fazem sem roubar.

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    2. sem roubar? e como ele pagam as campanhas? e o caixa 2? infelizmente, a regra do jogo nao permite a existencia desse tipo...abs

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