New York Times: “É do Brasil a medalha de ouro da corrupção”

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Em meio às saraivadas de delações premiadas que a imprensa desnuda a conta gotas, tirando a roupa de todos os reis da República, inclusive da própria presidente afastada, Dilma Rousseff, até antes do afastamento diretamente preservada, um dos três maiores jornais norte-americanos, o "The New York Times", dedicou mais um editorial ao Brasil.

O título do editorial é agressivo: "Brazil’s Gold Medal for Corruption”, que eu já vi mal traduzido, como “Medalha de ouro do Brasil para corrupção”, mas que, em tradução equivalente, verte-se como, “É do Brasil a medalha de ouro por corrupção”.

Embora o título do editorial possa sugerir um tratamento geral do assunto, o texto revela uma mensagem específica ao presidente interino, Michel Temer.

O editorial recapitula o ato falho de Temer em formar um “ministério inteiramente masculino e branco”, acusa-o de “empossar sete ministros investigados por corrupção” e fecha o texto duvidando que ele pretenda, mesmo, combater a corrupção e, caso pretenda, até onde pretende ir com isso.

O NYT acolhe que não somente o Brasil sofre com a corrupção ao Sul da América, mas assevera que, embora Dilma Rousseff sofra um processo de impeachment por “truques contábeis”, os escândalos de corrupção no seu governo contribuíram decisivamente para o seu afastamento.

Dado isso, o presidente interino Michel Temer, para afastar a pecha de que conspirou contra a presidente como parte de um acordo político que visaria estancar as investigações da Lava Jato, deveria tomar atitudes severas contra a corrupção, como defender “o fim da imunidade parlamentar para congressistas e ministros em casos referentes".

É fato que o NYT diz o óbvio no editorial, mas é fato, idem, que o sistema está tão imbricado em uma engrenagem mal fornida que emperra quaisquer mudanças que poderiam ser feitas para blindá-lo.

Temer está fazendo do Congresso, principalmente do Senado, de onde virá a sua permanência ou o seu despejo da presidência que hora porta interinamente, o seu cadafalso, pois caiu, quiçá, na mesma armadilha que todos têm pisado para subir a rampa: acordos “fisiopatrimonialistas” muito além do que pode entregar.

E já está mais do que provado que patrocinar esse tipo de coalizão, nesses termos baseada, é colocar, com as próprias mãos, uma corda no pescoço e ficar com apenas a ponta dos pés sobre um tamborete de apenas três pernas.

Comentários

  1. Maior prova desses acordos espúrios foi ter nomeado Helder Barbalho para seu ministério. Pois se realmente ele quisesse fazer algo diferente da presidente Dilma, deveria ao menos não trazer para seu governo, pessoas que participaram do governo dela, como é o caso do filho de Jader Barbalho. Você não concorda, dr. Parsifal?

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