Na base do cara ou coroa
Há um mês, em dois processos que contestavam, no STF, a nomeação e posse de Lula como ministro da Casa Civil da Presidência da República, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou parecer opinando que a nomeação e posse fossem mantidas, excedendo apenas que as investigações contra o ex-presidente permanecessem com o juiz Moro.
Ontem, em outro processo protocolado na Corte, pelo PSDB e PPS, Janot ofereceu um parecer totalmente contrário ao que deu há um mês, e agora opina que o STF anule a nomeação e posse do ex-presidente Lula na Casa Civil.
Alega, Janot, que a indicação de Lula foi feita com o intuito de "tumultuar o andamento das investigações da Lava Jato e teve o objetivo de tirar as apurações do ex-presidente das mãos do juiz Sérgio Moro”.
Sem entrar no mérito alegado por Janot, e até considerando o que disse James Russell Lowell, de que “só os tolos e os mortos jamais mudam de opinião”, a questão aí é que não houve fato novo algum para que, em tese, a opinião do procurador-geral mudasse sobre o mesmo caso.
Janot explicou que mudou de posição porque teve “mais tempo e mais elementos para analisar a situação”.
Aí o soneto, então, nem deveria ter sido composto, pois se tornou revelação inconteste que o procurador-geral da República, “sem tempo e sem elementos para analisar a situação”, confecciona pareceres precipitados, oferecendo à Corte peças escritas na base do cara ou coroa.
a frase é velha mas é verdadeira aqui neste nosso abençoado Pais não há ficção que suporte a realidade!
ResponderExcluirV.Exa é implacável com a concorrência. Se o Janot mudasse o seu entendimento sem explicar, teria problema, se explicou o porque, continuou tendo problema... Às vezes, o silencio é a melhor palavra.
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