Economia mundial inicia 2016 com nervosismo

O baixo crescimento da China afeta a economia do mundo inteiro, mas o primeiro baque em qualquer soluço do dragão faz rebojo primeiro nas bolsas asiáticas, que foi o que ocorreu ontem (04).

O epicentro foi Xangai, que despencou 7,02%. As ondas passaram por Hong Kong, que caiu 2,68%, por Tóquio, que caiu 3,06%, foram para Frankfurt, que recuou 4,28%, Paris, que caiu 2,47%, Londres, que teve queda de 2,39% e o Dow Jones dos EUA teve declive de 2,39%, o que, segundo a Bloomberg, foi o pior “início de ano em no mínimo 30 anos”.

No Brasil a Bovespa sofreu uma queda de 2,79% e o real, que fechou 2014 com uma desvalorização de 48,4% em relação ao dólar, também foi vítima da débâcle mundial de início de ano, fechando a segunda-feira a R$ 4,032 na compra e a R$ 4,034 na venda, refletindo uma desvalorização de 2,12% em um dia. Mas, como todas as cotações publicadas, os valores oficiais são meros referencias: na hora do caixa, as casas de câmbio de todo o Brasil não negociavam o dólar, ontem, a menos de R$ 4,30.

Mas a valorização do dólar não ocorreu apenas no Brasil e sim em escala global, firmando-se como o index que sempre foi da economia mundial: o dollar index, que mede o valor de fundo de uma cesta de dez moedas fortes de todo o mundo, teve alta de 0,24%.

O nervosismo da economia chinesa, um forte mercado importador de commodities e exportador de qualquer coisa que se consuma, afeta sobremaneira as exportações de insumos pelo Brasil, repercutindo principalmente nos preços do ferro, que deverá sofrer queda média na mesma proporção ponderada da desaceleração da China, o que fará o dólar não arrefecer das bordas dos R$ 4, com a finalidade de compensar a balança com o incremento das exportações de bens manufaturados, que foi o que salvou a conta do chega no final de 2014.

Pelo que se mostrou nesses primeiros 4 dias de 2016, as barbas de todos os profetas deverão ficar de molho, e como cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém, é melhor ir tomando o caldo pelas beiras, e na moita.