Concordo plenamente

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Conheci Scheinkman quando ele era chefe do Departamento de Economia da Universidade de Chicago (EUA). Embora esteja há mais de 30 anos nos EUA, seu interesse pelo Brasil jamais foi para o segundo plano dos seus estudos econômicos.

Além de professor de economia em Columbia, Scheinkman também leciona a matéria em Princeton e é membro da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

Ouso discordar da primeira asserção do excerto, que pincei de uma palestra dada por Scheinkman, recentemente, em São Paulo, de que o “tamanho do Estado é um problema de segunda ordem em relação a quão ruins são as intervenções dele”, mesmo quando ele usa a asserção para explicar a posterior razão comparativa.

O tamanho do estado brasileiro é um problema tão enorme quanto ruins são as intervenções dele e creio que as duas coisas são causa e efeito de si mesmas, pois o estado erraria menos e seria menos ruim se fosse menor.

O Estado é uma necessidade inarredável para o progresso de qualquer nação, pois é o instrumento através do qual ela se organiza para se desenvolver, mas a métrica tem limites e não deve ser misturada em diferentes sistemas, sob pena de surgirem monstros.

A forma como o Brasil constitui o Estado e a burocracia burra e exorbitante que lhe atravanca, é uma pesada âncora para quem tem o espírito do empreendimento, que é o mais potente combustível da riqueza das nações.

Comentários

  1. O camelo é um cavalo criado por economistas...

    Ok, até concordo, que o mercado estimula a criatividade. Nada como sentir o chão esquentando para aprendermos a pular. Mas as potências ricas, a começar pelos EUA (e vários países da Europa) sempre tiveram um Estado fortemente indutor do desenvolvimento. Há muita falácia sobre o liberalismo americano. Lá sempre houve fortes leis contra monopólios, na comunicação, no petróleo. E toda a aparente liberalidade interna foi compensada com o imperialismo interventor em outros países, inclusive no Brasil. Ou o senhor se esqueceu que o Estado americano teve papel essencial na derrubada da nossa democracia? Isso é mercado? Não, é Estado.

    Ah, que alívio. Alexandre quer nos confortar dizendo que quem vai acabar com os privilégios será a economia de mercado… Agora sabemos que a “economia de mercado” irá construir estradas, escolas, hospitais, infra-estrutura. Irá aprimorar o Judiciário, combater a corrupção, humanizar os presídios. Irá sustentar a previdência social dos brasileiros, elaborar nossa política externa. Não precisamos nos preocupar com mais nada.
    O “Estado cheio de vícios” não mais atrapalhará a economia do estado brasileiro.
    Entregaremos a gestão de tudo para um executivo do “mercado”, que aliás pode ser o próprio Alexandre, e dai passaremos a viver um paraíso na terra.

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    1. Onde você leu isso que "agora sabe?". Deixe se saber rápido pois aprendeu errado.
      Os EUA não são um império porque o estado lá é grande, mas porque o estado lá é forte. E o estado tem que ser forte, muito forte. Nada pode ser mais forte que o estado.
      Eis o ponto: o estado brasileiro é grande e fraco e precisa diminuir para ser forte.
      Não. O Alexandre não aceitou, e nem aceita, conduzir economias. O FHC já o convidou e ele não topou, pois, segundo você, ele só sabe fazer camelos, de cavalos.
      Aliás, porque o preconceito com camelos? Eles sobrevivem por 40 dias onde um cavalo morre em três e vivem confortavelmente onde cavalos nascem. Acho que você deveria mudar o chiste.
      E o estado tem que fazer infraestrutura mesmo. Mas ele não precisa, segundo seu conceito de camelos, ser um enorme cavalo para isso.

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  2. Caro Parsifal, tenho medo do estado minimo.
    Compreendo que sua visão sobre o assunto deve ter forte incluencia do fato de o nobre politico estar no comando de uma estatal e sentir certas dificuldades diariamente.

    Li numa pesquisa que alunos desordeiros tornam-se com mais frequencia empresarios do que alunos bem comportados. Pela minha experiencia de vida percebo que os empresarios são mais encreiqueiros e brigões do que a média dos não empresarios, o que me leva a dar credito a essa pesquisa. Assim sendo, mesmo eu sendo a favor do capitalismo e da livre empresa, penso que o governo precisa ter uma mão forte sobre os empresarios.

    Tenho um forte exemplo. A casa onde eu moro tem um terreno grande. Um vizinho empreendedor (lavanderia) cortou uma arvore grande com tronco de quase um metro de diametro e com trator empurrou-a para dentro do meu terreno. Com esse ato, também derrubou o muro de cerca de 5 metros de altura, pois o terreno onde fica a lavanderia está num nivel mais alto. O autor é inquilino, tando ele como o dono do terreno, uma construtora me receberam mal. Então meu tereno está invadido por um monte de terra e grandes pedras, que são residuos de marmoraria. Ficou assim. Se for na justiça, penso que vão dizer que não foram eles.

    Em geral, os empresarios são tratados bem demais pelos governos, só são tratados não tão bem na parte financeira.

    Quanto aos maus serviços publicos é um problema cultural. As pessoas não tem noção do dever e não são justas. Um chega prá lá nessa educação que forma reizinhos e rainhas adianta, mas diminuir o tamanho não adianta.

    Sou a favor de imediatas licitações para portos. Penso que talvez não estejam saindo porque muitos querem tirar muito dinheiro com isso, alguns para os cofres publicos, outros para os seus, e outros para ambos.

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    1. Não confunda estado mínimo com estado fraco. O Estado tem que ser máximo e forte. Tem que estar presente em tudo, pois é ele que instrumentaliza a vontade nacional, que deve estar acima que qualquer interesse, resguardadas as garantias individuais.
      O Estado mínimo, no sentido sócio-político-administrativo e sob o ponto de vista sistemático, não deve ser entendido como a ausência do Estado em alguma atividade, pois isso seria a negação do organismo nacional. O que dá o ponto é a forma como o organismo estatal se faz presente, que deve ser elaborada como elemento regulador e facilitador das atividades privadas nacionais, pois é essa que alavanca o desenvolvimento e é dela que o Estado recebe os recursos necessários para se fazer forte, através dos poderes constituídos.
      Quando o Estado, além de regular mal, constitui uma burocracia superdimensionada e pachorrenta, que para movimenta-la consome mais de um terço do que arrecada da atividade econômica, ele se torna um elemento de desagregação, portanto, o Estado precisa medir o tamanho exato da sua intervenção para não inverter o seu papel, pois para ele ser forte, como deve ser, precisa ser ágil para fazer com que a sua regulação seja, incontinenti, atendida.
      Não tenho essa visão porque sou presidente de uma empresa estatal. Eu comungo deste ponto de vista há 30 anos, quando conheci por dentro, os regimes totalitários, onde o Estado era a quintessência da vida nacional e percebi o quanto isso era pernicioso para a riqueza das nações. E nenhum dos que tentaram exercer esse ideário prosperou.
      O Estado tem que ser forte e absoluto na sua regulação, mas tem que fazer disso um instrumento de geração de riquezas e não usar isso como combustível de mera burocracia.
      Aconteceu o que você narra, com a sua moradia, porque o Estado é fraco e não impõe a sua regulação com firmeza, para garantir a incolumidade do seu direito de propriedade.
      O Estado brasileiro, que você, como contribuinte, ajuda a sustentar a pachorrice burocrática, gasta cem toneladas de papéis com procedimentos para comprar 1 kg de café para uma estatal e ainda consegue colocar na caneca um café pelo dobro do preço da padaria da esquina, é tão ausente que não socorre o cidadão em tarefa tão cotidiana, porque ele é obeso e fraco.

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    2. Quando Gandhi estudava Direito na Universidade de Londres tinha um professor chamado Peters, que não gostava dele, mas Gandhi não baixava a cabeça.

      Um dia o prof. estava comendo no refeitório e sentaram-se juntos.

      O prof. disse:
      - Sr. Gandhi, você sabe que um porco e um pássaro não comem juntos?

      Ok, Prof..... Já estou voando...... e foi para outra mesa.

      O prof. aborrecido resolve vingar-se no exame seguinte, mas ele responde, brilhantemente, todas as perguntas.

      Então resolve fazer a seguinte pergunta:

      - Sr. Gandhi,
      indo o Sr. por uma rua e encontrando uma bolsa, abre-a e encontra a Sabedoria e um pacote com muito dinheiro.

      Com qual deles ficava?

      Gandhi respondeu....
      - Claro que com o dinheiro, Prof.!

      - Ah! Pois eu no seu lugar Gandhi, ficaria com a sabedoria.

      - Tem razão prof, cada um ficaria com o que não tem!

      O prof. furioso escreveu na prova "IDIOTA" e lhe entregou.

      Gandhi recebeu a prova, leu e voltou:
      E disse...

      - Prof. o Sr. assinou a prova, mas não deu a nota!

      Moral da historia.
      Semeie a Paz, Amor, compreensão. Mas trate com firmeza quem te trata com desprezo. Ser gentil não é ser capacho, nem saco de pancadas... sem mas

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  3. vc vive ou acumula !? Um jovem advogado foi indicado para inventariar os pertences de um senhor recém falecido. Segundo o relatório do seguro social, o idoso não tinha herdeiros ou parentes vivos. Suas posses eram muito simples. O apartamento alugado, um carro velho, móveis baratos e roupas puídas. “Como alguém passa toda a vida e termina só com isso?”, pensou o advogado. Anotou todos os dados e ia deixando a residência quando notou um porta-retratos sobre um criado mudo.

    Na foto estava o velho morto. Ainda era jovem, sorridente, ao fundo um mar muito verde e uma praia repleta de coqueiros. À caneta escrito bem de leve no canto superior da imagem lia-se “sul da Tailândia”. Surpreso, o advogado abriu a gaveta do criado e encontrou um álbum repleto de fotografias. Lá estava o senhor, em diversos momentos da vida, em fotos em todo canto do mundo.

    Em um tango na Argentina, na frente do Muro de Berlim, em um tuk tuk no Vietnã, sobre um camelo com as pirâmides ao fundo, tomando vinho em frente ao Coliseu, entre muitas outras. Na última página do álbum um mapa, quase todos os países do planeta marcados com um asterisco vermelho, indicando por onde o velho tinha passado. Escrito à mão no meio do Oceano Pacífico uma pequena poesia:

    Não construí nada que me possam roubar.
    Não há nada que eu possa perder.
    Nada que eu possa trocar,
    Nada que se possa vender.

    Eu que decidi viajar,
    Eu que escolhi conhecer,
    Nada tenho a deixar
    Porque aprendi a viver...

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  4. UM OBSESSOR NO CENTRO ESPÍRITA
    Num centro espírita famoso e muito frequentado, senhor Raimundo estava iniciando os trabalhos de desobsessão. Seu Raimundo, como bom doutrinador espírita há mais de 30 anos, fez uma prece de abertura e pediu a Jesus que ajudasse a libertar todos os irmãos que viessem a sala de desobsessão do sofrimento que atravessavam.
    Raimundo viu o médium incorporar um espírito que dizia estar no umbral, sofrendo muito por conta da raiva e mágoa que sentia de um desafeto. Senhor Raimundo iniciou então os procedimentos da desobsessão clássica e disse que o espírito deveria perdoar o desafeto, pois a lei do amor é a nossa salvação.
    O espírito incorporado, com olhar penetrante, disse:
    – E porque devo confiar em você?
    – Ora meu irmãozinho – disse Seu Raimundo – Estamos aqui num centro espírita, onde os ensinamentos de Jesus são praticados. Nós aqui ajudamos todos os espíritos sofredores e necessitados.
    – E você também ajuda a si mesmo, ou só pensa em ajudar os outros? Perguntou o espírito. Seu Raimundo ficou surpreso com pergunta, mas como doutrinador experiente sabia que não podia cair nas artimanhas dos obsessores, e disse:
    – Irmão… não estamos aqui para falar de mim. Você está no umbral e precisa de ajuda. Você não quer sair do umbral?
    – Sim, eu quero. – disse o obsessor – Eu só fico me perguntando como existem tantas pessoas vivendo no nível ou no estado umbralino e não percebem, mesmo estando encarnados. Pois afinal, como o senhor mesmo ensina em suas palestras aqui no centro, o umbral é um estado de consciência e não um lugar ou espaço físico. Alguns espíritos vivem no umbral porque não conseguem se desprender da raiva e mágoa que sentem de um desafeto. Mas o senhor, seu Raimundo, perdoa todas as pessoas? Não sente também raiva e mágoa de alguém?
    Senhor Raimundo estava ficando irritado com o obsessor. Estava pensando numa resposta, mas o espírito completou:
    – Não é verdade que o senhor também sente raiva e mágoa da sua ex-esposa, que te traiu com um dos seus amigos há aproximadamente 10 anos? Não é verdade que até hoje você não consegue perdoa-los?
    Senhor Raimundo ficou assustado com aquelas colocações. “Como o espírito poderia saber disso?” pensou. Começou a sentir raiva do obsessor, e não muito confiante, disse:
    – Não vou entrar na sua cilada. Você como obsessor experiente deve atacar as pessoas em seus pontos fracos. Portanto, saiba que…
    – Eu sou um obsessor, senhor Raimundo? – perguntou o espírito interrompendo seu Raimundo. – Eu me pergunto se todos nós não somos um pouco obsessores das pessoas que dizemos amar, mas que no fundo as tentamos controlar e ganhar seu afeto a força. Não é verdade que você tem sido quase um obsessor da sua filha adolescente? Quantas vezes por dia você liga pra ela perguntando onde ela está? Quantas vezes você proibiu os namoros dela? Quantas vezes você tolheu a liberdade da sua menina por conta dos próprios medos e incertezas que guarda em seu íntimo? Você pode estar sendo um grande obsessor encarnado dela e nem perceber…
    Seu Raimundo ficou atônito com aquelas revelações. Aquele espírito parecia saber tudo a seu respeito, e estava ali desnudando seus defeitos um a um. Seu Raimundo ainda não queria dar o braço a torcer e ficou com mais raiva. Resolveu fazer uma oração, dizendo:

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  5. – Senhor Jesus, peço que sua equipe conduza esse irmãozinho perturbado a um local de tratamento no plano espiritual. O espírito disse:
    – Por que me chamas de irmãozinho, se nesse momento você quer, na verdade, pular no meu pescoço? De que adianta fazer uma oração a Jesus com toda essa raiva que quase transborda de você? Não, Jesus não vai te atender nesse momento… Você precisa, Seu Raimundo, parar de fugir dos seus problemas e emoções, olhar para as impurezas do seu ser, e parar de achar que é o outro sempre o sofredor e você é o “salvador”. Na verdade, todos nós precisamos de ajuda, todos somos sofredores em maior ou menor grau. E orientar o outro a praticar aquilo que nós mesmos não realizamos em nossa vida é, nada mais nada menos, do que hipocrisia. É da hipocrisia que o ser humano precisa se libertar… Ensinar aquilo que pratica, ou apenas praticar, sem precisar orientar os outros a fazer aquilo que nós mesmos não fazemos. Quando se vive a vida espiritual, nem precisamos ficar ensinando-a a outros, nossos atos já demonstram os princípios que desejamos transmitir…
    Seu Raimundo sentiu uma imensa vontade de chorar e desabou em prantos… O espírito incorporado veio falar com ele. Colocou as mãos em seu ombro e disse:
    – Calma meu irmão. Você precisava dessa terapia de choque para poder enxergar a si mesmo e parar de ver os defeitos apenas nos outros. Precisava também parar de se ver como o “salvador” e os outros como “sofredores”, pois isso nada mais é do que uma forma de orgulho e soberba; é uma forma de se sentir superior e de ver os outros como inferiores. Chore, coloque tudo isso que você sente para fora, faça uma revisão desses pontos que eu te apresentei, e a partir de agora você poderá se tornar um verdadeiro ser humano, renovado, e pronto para ajudar ao próximo, realizando a verdadeira caridade… E dessa vez, sem hipocrisia.
    Seu Raimundo, após alguns minutos de choro intenso, olhou para o espírito e perguntou:
    – Quem é você?
    O espírito olhou para seu Raimundo com todo o amor e carinho e disse:
    – Meu filho, você não pediu a Jesus, em sua prece de abertura dos trabalhos, que libertasse os espíritos dessa sala do sofrimento? Então meu filho, Jesus me pediu que viesse aqui e mostrasse tudo isso a você, para que você pudesse ver a si mesmo, saísse do “umbral” de sua mente, e se libertasse de tudo aquilo que te causa sofrimento. Sou um enviado de Jesus, e a partir de agora, você será um novo homem…
    Seu Raimundo chorou ainda mais. Agradeceu imensamente a Deus e a Jesus aquela sagrada lição de autoconhecimento… Depois desse episódio, tornou-se uma pessoa muito melhor…
    Autor: Hugo Lapa obs: pense.

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  6. Só conheço um grupo que definitivamente não suporta estado mínimo, os POLÍTICOS. Perdem as boquinhas das nomeações. Lembro-me, quando da privatização das teles, o então presidente da república dizer que precisava assinar a nomeação de 135 presidentes e diretores das teles. Já imaginou arrumou boquinha para tanto pilantra e picareta que desfila em Brasília. Vejamos o caso PETROBRAS, repleta de nomeações políticas, sendo saqueada para sustentar campanhas eleitorais. Não fosse um cabidão de empregos e saques, fosse empresa privada, não teríamos nem tampouco passaríamos pela vergonha de ver tantos políticos envolvidos em bandalheiras na estatal que trata do nosso petróleo, isto é do petróleo deles. É por essa e outras que sou sim a favor do estado mínimo. Estado é para cuidar da educação básica, segurança do cidadão e da saúde dos que realmente não podem pagar, o resto é resto, deve ser eliminado.

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