10 sites recebem 94,5% da publicidade paga por estatais federais aos “veículos de audiência limitada”

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O jornalista Fernando Rodrigues revelou ontem (02) o valor que os “veículos de audiência limitada”, sites especializados em política ou economia, receberam de estatais federais em 2014: R$ 9,2 milhões.

Rodrigues insinua que esses sites são mantidos por publicidade paga por estatais federais, e que a publicidade mascara o sustento de uma mídia alternativa ligada ao PT.

Do total de R$ 9,2 milhões pagos em 2014, R$ 8,7 milhões foram para apenas 10 sites.

Rodrigues elaborou uma tabela demonstrando os 10 maiores anunciantes, quantos visitantes únicos teve cada um em 2014, quanto cada recebeu por mês e o custo por visitante único de cada um.

O “visitante único'', conceito usado pelas agências de publicidade para precificar a propaganda, é o usuário contabilizado uma única vez quando passa por uma página, durante 1 mês. Tomando como exemplo esse blog: se eu tive 46 mil visitantes únicos em junho, é índice de que o blog tem uma média de 1.533 pessoas que a ele retornam todos os dias. A medida é diferente do conceito de “visualização de páginas”, que é o número de vezes que os “visitantes únicos” acessam a página.

Abaixo os 10 “veículos de audiência limitada” que receberam 94,5% do valor pago pelas estatais federais:

Em seguida, Rodrigues, para sustentar a sua tese de que o PT turbina a mídia dos 10 sites retro vistos, anexa uma tabela demonstrando a audiência de quatro dos maiores portais do Brasil e revela que o custo por visitante único deles, embora com uma audiência exponencialmente maior, é menor:

O “247” e o “Luis Nassif”, esculhambaram o Fernando Rodrigues e justificaram a preferência da publicidade com o preço a maior.

O Nassif justificou o valor do seu espaço afirmando que “as empresas que anunciam em blogs são aquelas que procuram consumidores qualificados, maiores, bancarizados e formadores de opinião” e que portais “como a UOL turbinam a audiência abrigando sites pornográficos, salas de bate-papo (cujo maior atrativo, depois do aparecimento das redes sociais, é a pornografia anônima), espaço de e-mail e jornalismo”.

Não há problema em o assinante de um blog ser de qualquer dos pontos cardeais da política. A imprensa é livre para dizer o que quiser e como quiser, mas sou contra propaganda governamental de qualquer espécie. Quem tem que fazer propaganda é a Y.Yamada.

Mas já que o Brasil insiste com a prática, deveria por regras no jogo. Quando se trata dos grandes portais o tratamento monetário é praticamente igual. Não importa se o visitante único é bancarizado, formador de opinião ou gosta de pornografia, o preço é R$ 0,03.

Mas na primeira tabela os preços são uma balbúrdia, e como o governo não explica o porquê das disparidades, eu tenho o direito de achar que a coisa é feita na base do compadrio.

O Brasil Econômico, que teve 82 mil visitantes únicos em 12.14, recebeu no ano o dobro do 247, que teve 10 vezes mais visitantes únicos; o Nassif, que teve 61% dos visitantes únicos do 247 recebeu mais que aquele, e o Paulo Henrique Amorim, que teve a metade do Nassif, recebeu quase o dobro.

Eu até cismei, já que a festa dura, que deveria mudar de opinião e ir buscar um pouco desse caldo, pois eu, com média de 46 mil visitantes únicos, tomando como parâmetro o “Brasil de Fato”, poderia estar faturando das estatais R$ 27 mil por mês. E eu tenho certeza que os meus leitores são todos bancarizados, formadores de opinião e acho que deve até ter alguns que gostam de pornografia.

Comentários

  1. O jogo do poder é esse. O pior é que os caras só postam o que lhes interessa, certamente... Essa "imprensa marron" que se diz formadora de opinião é que dissemina a discórdia e o preconceito.

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  2. Nobre Deputado,
    Bastante oportuna, mais uma vez, sua abordagem. Permita-me contribuir com este comentário da turma do "Antagonista" ....


    O uso de dinheiro público para alimentar blogs a serviço do PT é só a face mais asquerosa de um absurdo que, no Brasil, atingiu proporções tiranossáuricas: a propaganda oficial.

    Os brasileiros precisam começar a perguntar-se qual é a utilidade de o governo fazer propaganda, a não ser as de promover o partido que está no poder, comprar a simpatia de veículos de comunicação (ou os próprios veículos de comunicação, como faz o PT) e encher as burras dos encarregados direta ou indiretamente da distribuição das verbas publicitárias. Objetivos que nada têm a ver com o interesse dos cidadãos que pagam a conta.

    Apenas em 2013 (os números de 2014 ainda não foram fechados), o governo federal gastou 2,3 bilhões de reais com propaganda. Essa cifra o transformou, naquele ano, no quarto maior anunciante do país, atrás da Unilever, Casas Bahia e o laboratório Genomma, e bem à frente da Ambev (1,8 bilhão), a quinta colocada. Nos âmbitos estadual e municipal, o modelo é replicado, com poucas variações.

    Em país decente, propaganda oficial só existe para divulgar campanhas de caráter emergencial ou convocatório. Na França, quando o governo resolveu fazer uma campanha para trombetear o seu plano de competitividade, a grita foi geral: como François Hollande havia se atrevido a gastar 2 milhões de euros com essa sandice? Dois milhões de euros, diga-se, é menos do que Dilma Rousseff doou aos blogs sujos em 2014.

    A melhor forma de divulgar um bom governo é fazer um bom governo. A forma mais abjeta de sustentar um mau governo é fazer propaganda dele. Quanto à publicidade das empresa estatais, vamos além: que todas, sem exceção, sejam privatizadas. Caberá aos seus proprietários estabelecer quanto gastarão com anúncios e comerciais. Garantimos que eles serão bem mais criteriosos do que o governo

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  3. Em primeiro louvo este blogueiro paraense que ainda não tem departamento comercial. Por outro lado não posso louvar aqueles que acham que a roda foi inventada pelo PT. Não sou petista, muito pelo contrário, mas querer dizer que este partido foi quem inventou a publicidade de governos no mínimo é estar com amnésia parcial. Para não voltarmos ao passado, vejamos o que está acontecendo agora e neste Estado. Todos nós somos sabedores que a muleta que apóia o governador Simão Jatene e o prefeito Zenaldo Coutinho chama-se grupo Liberal. Será que este apoio é de cunho filosófico partidário, ou será porque estes governos merecem excelências? Vale salientar que estes governos não são petistas, são tucanos, que estão no governo há bastante tempo. Antes de atirarmos pedras afoitamente é necessário primeiro fazer um levantamento das verbas publicitárias destinadas ao grupo, afora outros eventos patrocinados pelo governo municipal e estadual. Seria necessária uma fiscalização a blogs no Estado que através da vara de condão dos já assinalados governos mudaram rapidamente de oposição à situação. O interessante e paradoxal nas críticas é que o governo federal expõe os números gastos em publicidade o que permite ao blogueiro paulista e ao paraense reproduzi-los. Pergunto ao nobre deputado: o senhor teria os números explicados dos gastos financeiros do prefeito de Belém e do governo estadual, com blogs e com a mídia tradicional? Teria como explicar os custos de “entrevistas” e inserções desnecessárias tanto em jornais, rádios e TVs, normalmente para explicar o inexplicável? Comparar a educação política de alguns países europeus já consolidados no assunto no mínimo não é apropriado. No Brasil, um país ainda novo em democracia em relação à Europa ainda não cabe esta comparação. Aqui pela falta deste conhecimento ainda elegemos elementos da mídia a determinados cargos, porque infelizmente aqui neste país a imprensa funciona exageradamente com Primeiro Poder e não como Quarto Poder. Ao contrário de uma civilização como a norte-americana que coloca a mídia nas últimas posições de ranking de aceitação, aqui colocamos nas primeiras. Um exemplo disto é o poderio da Globo e afiliadas que impõe suas vontades à qualquer instituição de governo neste país o que não acontece em qualquer país como nos Estados Unidos, na América e aproveito a França, como exemplo na Europa. Para romper a barreira dos barões da mídia é necessário apoio às redes sociais pelas circunstâncias próprias da forma de agir da imprensa brasileira, que hoje são apenas empresas jornalísticas e que por altos lucros se associam aos governos e quando não conseguem se afastam.

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  4. o uol publica hj debate fontenele x flavia alessandra, e ainda ganha dinheiro publico para sustentar isso?

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