Os lobos não dormem

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A três anos da eleição presidencial, o tucanato nacional está em alvoroço desde que a sua alta plumagem abriu uma guerra intestina, por conta da indicação do PSDB à sucessão de Dilma Rousseff em 2018.

Leia-se como “alta plumagem” o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o senador por São Paulo, José Serra e o senador por Minas Gerais, Aécio Neves, que já percebeu que não é o candidato natural do PSDB à presidência da República, mas já avisou que não entregará os tentos candidamente.

A recente eleição do diretório regional do PSDB de São Paulo abriu a brecha para se enxergar a disputa publicamente: o palco lançou, sem meias ou interpostas palavras, Geraldo Alckmin para presidente.

Serra e Aécio não estão para prosas e uivam que não descartam, inclusive, a saída do PSDB. Tudo sem pressa, obviamente, afinal ainda rolarão três anos de águas por debaixo da ponte e se a enxurrada for grande até a ponte afoga-se rio abaixo.

O próprio Geraldo Alckmin tem o seu plano B: poderia ir para o PSB e o namoro com a sigla já tem um soslaio que asseguraria aos socialistas o apoio do governo de São Paulo para eleger Márcio França governador do Estado.

Aécio Neves trabalha na moita, pois, acostumado às conquistas fáceis das noites cariocas, não é chegado às articulações longas, que demandem muito amor platônico antes da consumação do ato.

José Serra troca olhares com o PMDB, o que tem posto octanagem nas faíscas estomacais da maior federação partidária do Brasil.

É que os alfas do PMDB, encabeçados pelo vice-presidente Michel Temer, não descartam receber Serra na sigla e lançá-lo candidato a presidente, mas eis que surgiu mais um alfa que quer formar a sua própria matilha: o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (RJ), que quer almoçar Temer para que esse não o jante ao anoitecer.

Depois de se fazer presidente da Câmara, mais por seu próprio muque que pelo PMDB, Cunha elegeu o líder do partido na Casa, derrotando o grupo de Michel Temer, cuja hegemonia parlamentar reside no Senado.

O objetivo de Cunha é tomar o comando do PMDB, tendo como aliado o grupo do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que tem como sonho de uma noite de verão ser o candidato do partido à presidência em 2018.

O Palácio do Planalto tenta colocar algodão entre os cristais, em uma incomoda e inglória posição, pois o mero olhar para agradar um lado é visto pelo outro como preterimento.

Político que dorme, em qualquer lugar do mundo, mas especialmente em Brasília, acorda morto.

Comentários

  1. O PMDB poderia abrir as portas para GERALDO ACLKMIN, que tem mais chances de vitória. E o PMDB poderia desembarcar logo deste governo, que só faz utilizar o partido para fazer o trabalho impopular. ACORDA PMDB!!!!!
    A cada eleição, o PMDB vem diminuindo.

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    1. E o Helder vai fazer o que? Apresentar o Barra Pesada?

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  2. Eduardo Cunha aparelhou e domesticou o legislativo com seu time de evangélicos.O estilo cesarista casa perfeitamente com o medievalismo de seus aliados pentecostais. Aos poucos, diante de pouca ou nenhuma resistência, eles foram entrando como ratos em cada cômodo da casa.

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  3. o psdb so pensa em 2018,so que tao esquecendo de cuidar da base,o que fizeram com o empresario amarildo paulino em xinguara e uma grande sacanagem,entregaram o partido para o osvaldinho. que nao sabe se vai ou se fica.tam agindo da mesma forma do ex deputado giovanne queiroz que de tanto intervir nas comissoes municipais acabou na rua da amargura sem o cargo de deputado federal.

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    1. O Oswaldinho, conhecemos há bastante tempo desde quando era funcionário do Banco do Brasil. Ele não vai para o PSDB. Ele nunca saiu de lá. Ele apenas se aproveitou da sigla PMDB por uma temporada. Portanto ele apenas continua.

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    2. realmente ele nao saiu da aba do psdb,so que quando o davi do pt, mandava em xinguara, durante 8 anos, quem levou as cipoadas plo psdb foi o amarildo.portanto nao e justo tomar lhe o partido e entregar ao prefeito bandoleiro osvaldinho.

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    3. Infelizmente a política paraense é assim mesmo, nem sempre os que lutam pelo partido levam a preferência.Lembrando que na Revolução Francesa, os que luram por ela não serviram para governar.

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    4. Nas eleições passadas, o PMDB do Pará fez isto em Castanhal e em outros municípios e o resultado foi lamentável. O muito esperto se dá mal com suas espertezas.

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  4. Por que será? Agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) fazem operações em Parauapebas, Castanhal, Vitória do Xingu e em outros municípios, menos em Belém. Será algum tipo de blindagem muito especial?

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  5. Enquanto isto o governo usa a Alepa para pavimentar as parcerias públicas privadas, que se avizinham com empresários paulistas principalmente na área de educação. Palestras acontecendo para limpar o trilho, para o trem correr tranquilamente. O TCU somente em um gasoduto da Petrobrás encontrou 1.800 % de superfaturamento. Todo o cuidado é pouco. O senador José Serra, disse que quando governador de São Paulo,não concordou com esta prática que somente serve para impedir licitação e aumentar em muito a corrupção.

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