O governo na moita

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Todos os presidentes da ditadura militar batiam continência a um só civil quando o assunto era a economia nacional: Antonio Delfim Netto.

Aliás, depois de enterrada a ditadura, Delfim continuou, ao sol ou à sombra, sendo um dos conselheiros recorrentes dos presidentes civis.

Aos 87 anos, Delfim Netto continua em plena atividade intelectual: é conselheiro de grandes empresas e ministra palestras concorridas.

Sempre que estou em São Paulo procuro o circuito de palestras da área e se Delfim está em uma delas não procuro outra. A sua maneira de abordar os temas econômicos e a forma concisa com que ele destitui aventuras não encontram similares na espécie.

Em entrevista concedida ontem (7) à Folha, Delfim faz rápida visita na atual conjuntura nacional.

Opina que a crise econômica tem alto peso específico político, que a presidente precisa sair da moita e que o ajuste fiscal é necessário, mas que a “economia é só uma expectativa” enquanto que o “desenvolvimento é um estado de espírito”, ou seja, para que o país retome o crescimento é preciso ir além da agenda no Ministro da Fazenda.

Admite que a presidente Dilma Rousseff cometeu um “estelionato eleitoral” ao fazer uma mudança “na política econômica equivalente à de são Paulo na estrada de Damasco” [Paulo de Tarso saiu de Jerusalém como perseguidor de cristãos e chegou a Damasco convertido ao cristianismo], mas sugere que o importante é o conserto.

Para ler o inteiro teor da entrevista clique aqui.

Comentários

  1. Interessante respeitado pelos militares e participe da ditadura que nos chumbou e agora dos ditos inimigos daquela malfadada..o quê mudou? em quem?

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    1. Ninguém mudou. Ele é que continua inteligente.

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  2. Bom dia..acho que voce veve ler..se já não leu..esse texto-entrevista..http://www.cartacapital.com.br/economia/201ca-divida-publica-e-um-mega-esquema-de-corrupcao-institucionalizado201d-9552.html

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  3. Se ele é tão bom assim, porque legou ao país a hiperinflação?

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    1. Eu só acho que ele é bom. Não acho que ele é perfeito. Todavia, por incrível que pareça, a inflação nunca foi uma preocupação para os governos militares. Eles achavam que a questão estava resolvida, e eventualmente estava, com a indexação, uma coisa inventada por outro economista muito bom da época militar, Roberto Campos.
      Algo assim como se tem tanta louça suja na pia que não cabe mais nada, para resolver o problema não precisa lavar a louça, basta aumentar o tamanho da pia e comprar mais louça. Os militares tinham louça e pia suficientes.

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