Instituto Lula recebeu doação da Camargo Corrêa, Instituto FHC também e Época apaga o passado

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A imprensa extasia-se a qualquer índice de estripulias do PT, caprichando nas caixas altas, como é o caso da doação de R$ 3 milhões feita pela Camargo Corrêa ao Instituto Lula, que há três dias dança samba, rock e fox-trot em toda a mídia.

A Polícia Federal já disse que poderá “abrir inquérito para apurar a doação”, os precipitados ligam a doação à Lava Jato e apitam que esse é o tão esperado batom na cueca de Lula e a CPI da Petrobras convocou o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, para dar explicações.

Mas façamos um corte aí e voltemos ao final do governo FHC, quando, no Palácio da Alvorada, o próprio ex-presidente FHC recebeu, para um jantar de gala, “12 dos maiores empresários do país”.

E qual era a peça de resistência do jantar preparado pela chef Roberta Sudbrack (ravióli de aspargos, seguido de foie gras, perdiz acompanhada de penne e alcachofra e rabanada de frutas vermelhas)? Entre um e outro gole do vinho francês Château Pavie, de Saint Émilion, o próprio presidente FHC explicava aos convivas a finalidade do Instituto FHC, que nasceria assim que se finasse a sua presidência e pedia, gentilmente, que o clube o ajudasse na empreitada.

Os 12 comensais, agradecidos por tudo o que FHC fez de bom ao Brasil, resolveram doar R$ 7 milhões a Fernando Henrique Cardoso. E sabem quem estava na vaquinha? A Camargo Corrêa, essa mesma que doou R$ 3 milhões ao Instituto Lula.

Não, eu não estava no jantar. A riqueza dos detalhes sobre o cardápio e os convivas foi narrada em uma reportagem, assinada pelo jornalista Gerson Camarotti, publicada na edição 234, de 11/11/2002, da revista Época.

A Época publicou a mesma reportagem na sua edição online, mas espantem-se, ou não: a matéria foi retirada da rede e o link que a ela conduzia devolve uma “Página não encontrada”. A Época, ao tentar apagar o passado só consegue revelar o seu presente.

ScreenComo o desconfiado vive muito, o Google grava um cache de tudo que é postado na rede (o Departamento de Estado dos EUA, idem), portanto, quem não tem a referida edição da revista, pode ler a matéria de Gerson Camarotti, aqui.

De volta ao presente, tanto FHC, no pretérito imperfeito do indicativo, quanto Lula, no pretérito perfeito, usaram o verbo “pedir” baseados na mesma conjugação, portanto, tanto petistas quanto tucanos guardam a mesma flexão. Da mesma forma, a imprensa deveria ter mais pruridos quando tivesse que se valer do verbo apagar, pois a conveniência não deveria, em absoluto, ser um óbice à credibilidade.

Comentários

  1. Quem vê o desocupado Arnaldo Jabour no Jornal do Globo, os mais incautos pensam que ele é sério. Nada mais que um bandoleiro contratado para usar sua verborragia descontrolada para atacar aqueles que não se submetem aos caprichos da milionária família Marinho.

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  2. Por falar em imprensa; os que gostariam que fosse uma festa midiática, esta rapidamente acabou virando, ao contrário em um enorme protesto, causando constrangimento aos autores. No decorrer da semana com estardalhaço por parte da mídia paraense o Secretário de Educação Helenilson Pontes, esteve com o presidente do TCM, César Colares para anunciar um acordo para um Pacto pela Educação com apoio daquele tribunal de contas. Tudo ficou preparado para o projeto iniciar exatamente na cidade natal do secretário, Santarém. Grande parte da corte se deslocou para aquele município além de conselheiros também do TCE. O impressionante é que o Helenilson não compareceu. Não compareceu porque mesmo estando naquela cidade, soube de uma grande manifestação de professores, que o estava esperando na porta do encontro pomposo. Mesmo ele lá não indo ao encontro preparado, os manifestantes adentraram ao recinto e o prefeito da cidade teve que entregar o microfone aos sindicalistas que desancaram com virulência a gestão do governador e do Secretário de Educação do Estado. A reunião foi encerrada e não alcançou o objetivo midiático. Interessante é que nenhum órgão de imprensa da capital noticiou o fato.

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  3. Parsifal;

    A corrupção no PSDB é a mesma do PT. Não há o que discutir. O grande problema é que o PSDB se esquece de que os pobres também querem um 'dinheirinho' no bolso.

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    1. Mais um entreguista da soberania brasileira. A serviço de quem? O senador José Serra (PSDB-SP), pretende colocar em votação na próxima semana um projeto que altera o modelo de exploração de partilha do pré-sal. A proposta do tucano exclui, por exemplo, a obrigatoriedade de participação mínima de 30% da empresa na exploração e produção de cada licitação.

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  4. Parsifal;

    Simão Calote:

    Servidores públicos estaduais querem saber até quando o governador Simão Jatene vai empurrar com a barriga o pagamento do retroativo de 22,45% devido a eles. Mais um recurso protelatório foi mandado ao TJPA, cujo presidente tem duas filhas lotadas com DAS no gabinete do governador. A decisão do TJPA foi prevista para março deste ano, mas até agora...

    Como dizia o colunista: 'et pour cause'.

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    1. Quem vai nos defender? O governador tem várias sinecuras para oferecer a qualquer poder. Estão amarradinhos e com rabos presos aos cargos de altos salários para familiares de outros poderes. Nas redes sociais, o que mais se vê é parentes de outros poderes "trabalhando" bem remunerados no Executivo.

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    2. Sobre auxilio a juízes no Estado do Rio de Janeiro já sacramentado e agora em proposta na Lei Orgânica da Magistratura do STF, a ser apreciado pelo Congresso Nacional: Goran Lambertz, da Suprema Corte sueca: “Em minha opinião, é absolutamente inacreditável que juízes tenham o descaramento e a audácia de serem tão egocêntricos e egoístas a ponto de buscar benefícios como auxílio-alimentação e auxílio-escola para seus filhos. Nunca ouvi falar de nenhum outro país onde juízes tenham feito uso de sua posição a este nível para beneficiar a si próprios e enriquecer”.

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  5. A diferença é que o FHC a época não tinha o poder de influenciar contratos na Petrobras

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    1. Você está brincando comigo ou acha isso mesmo?!
      Se não estiver brincando (mas eu acho que está): durante os dois governo de FHC ele nomeou para presidir a Petrobras Joel Rennó, José Coutinho Barbosa, Henri Reichstul e Francisco Gros e todos faziam exatamente o que FHC mandava.
      A propósito, você me deu uma ótima pauta: os escândalos e prejuízos da Petrobras sob o comando de FHC que a imprensa já "esqueceu", já apagou ou nunca pautou. Dá uns bons bilhões de dólares. Só de um que eu lembrei aqui, o gasoduto Brasil-Bolívia, se fosse hoje não tinha ninguém fora da cadeia.

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    2. * Câmara aprova em 1a votação a mudança
      * Emenda encerra 42 anos de privilégio estatal
      A Câmara dos Deputados aprovou ontem em primeiro turno a quebra do monopólio do petróleo. A emenda constitucional teve 364 votos a favor e 141 contra. Houve 3 abstenções. O quórum, de 508 deputados, foi o maior nas votações da reforma.

      O texto tira do Estado a exclusividade sobre pesquisa, prospecção e refino do produto. O monopólio está em vigor desde outubro de 1953, como resultado do movimento "O Petróleo é Nosso".

      A emenda permite a entrada de empresas privadas, nacionais e estrangeiras. Ela ainda será submetida a nova votação na Câmara. Depois, irá para o Senado.

      O presidente Fernando Henrique Cardoso assinou documento comprometendo-se a não privatizar a Petrobrás.

      Manifestantes contrários à emenda, impedidos de entrar no Congresso por seguranças, quebraram três vidraças do prédio e invadiram um dos salões da Câmara.( Publicado na Folha de S. Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995

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  6. Globo e Stalin: Tudo a ver.O mesmo método de falsificar a História; manipular registros e acontecimentos; perseguir adversários; acobertar os amigos e trair o povo.

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  7. "Difícil mesmo. Vale, vale. O texto é de um tempo em que ainda havia vida e jornalismo nas redações. Apuração boa, mais substantivos e histórias do que adjetivos. Agora, tirar o texto dos arquivos eletrônicos da revista é de um obscurantismo estúpido e isso atende por um nome: partidarismo", escreveu o jornalista Luis Costa Pinto, ex-editor de Época, sobre a decisão da revista de tirar de seus arquivos uma reportagem que apontava como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso levantou recursos para seu instituto, o iFHC, quando ainda era presidente

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  8. Doação pra tucano é caridade? Sabia que a Sabesp (estatal tipo Consanpa, por aqui) doou para o recém criado Instituto FHC? A Sabesp é aquela uma empresa do governo sob o comando tucano há uns 4 mandatos e que está sendo responsabilizada pelo caos do abastecimento de água em São Paulo. Dinheiro pra investir não tem, mas pra dar pro FHC tem e muito.

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