Dono da Azul e empresário português compram a TAP

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Eça de Queiroz, além de um dos mais renomados escritores da literatura mundial, foi também um cáustico cronista de época. No jornal “As Farpas”, que ele, juntamente com Ramalho Ortigão, publicou em Portugal a partir de 1871, é possível ler o mais completo retrato da sociedade lusitana da época.

Eça criticava a política colonialista e pregava que se Portugal colocasse placa de venda nas colônias e achasse alguém que as quisesse de graça, já sairia lucrando.

O governo português, desde 2011, tentava vender a TAP, mas não havia encontrado comprador até ontem (11), quando, finalmente, o norte-americano-brasileiro, David Neeleman, teve a sua oferta aprovada para arrematar a aérea portuguesa.

Neeleman é o dono da Azul, a terceira maior companhia aérea brasileira e, ao associar-se ao empresário português Humberto Pedrosa, dono de empresas de transportes no país, conseguiu vencer o lance do judeu-boliviano-polaco-colombiano-brasileiro Germán Efromovich, dono da Avianca, a quarta maior companhia aérea do Brasil.

O lance vencedor de Neeleman, que juntamente com Pedrosa formou o consórcio Gateway, foi de € 354 milhões (R$ 1 bilhão), o que pagará 61% do controle da TAP.

O consórcio Sagef, formado pelo grupo Synergy e Germán Efromovich, perdeu a TAP por conta de regateios: ofereceu € 250 milhões em dinheiro e € 100 milhões em 50 novos aviões.

De fato, o governo português ficará com apenas € 10 milhões dos € 354 milhões ofertados pelo Gateway. Os € 344 milhões restantes serão usados para sanear a TAP para que ela possa enfrentar, doravante, o mercado com competitividade, ou seja, o governo português, ouvindo a sugestão de Eça de Queiroz para as colônias, conseguiu encontrar a quem entregar a TAP de graça e ainda saiu lucrando € 10 milhões.

A transferência de titularidade da TAP ainda deve durar até o final do ano, pois os órgãos reguladores da União Europeia precisam aprovar a operação.

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