Do Planalto ao Jaburu
A tentativa da presidente Dilma Rousseff de levar o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), para a Articulação Política, na segunda (6) e a recusa deste na terça (7) demonstra a gravidade da situação política do governo.
A presidente jamais poderia fazer um convite sem antes estar certa de que o convidado aceitaria, pois a recusa cria uma fratura exposta no centro de uma coalizão com osteoporose.
Todavia, dizem as paredes, o vazamento do convite feito a Padilha não veio do Planalto, mas da Câmara Federal: o presidente Eduardo Cunha (PMDB), a quem Padilha procurou para ouvir, teria informado a imprensa e iniciado movimentos que levassem Padilha a recusar a oferta.
O vazamento do colóquio fez com que Pepe Vargas, locatário da pasta de Articulação Política, soubesse pelos portais que estava rifado, o que lhe fez cancelar as agendas e apresentar, ontem (7), sua carta de demissão à presidente.
Para remendar o rasgado, a presidente ofertou a Vargas a pasta dos Direitos Humanos, o que criou outro problema: a atual titular, Ideli Salvatti (PT), só soube que seria defenestrada depois que metade do corpo estava para fora da janela. Ou seja, o governo está tão derivado que se equivoca até quando quer ardentemente acertar.
A saída encontrada pela presidente Dilma para sentar a poeira, também pode ser um equívoco e coloca o vice-presidente Michel Temer (PMDB) no centro do redemoinho: a pasta da Articulação Política será extinta e o próprio vice-presidente está encarregado de lhe fazer as vezes desde o Palácio do Jaburu, a residência oficial da vice-presidência da República.
Temer, um gentleman, entendeu que não poderia se negar a pegar na rodilha, mesmo sabendo que não é possível assegurar que pode com o pote, pois o movimento está contaminado com a mesma inconveniência apontada sobre Padilha: o PMDB não marcha unido sob Temer, que cometeu um equívoco ao se contrapor a Eduardo Cunha na eleição da liderança do PMDB na Câmara Federal. Cunha venceu a queda de braço e, desde ali, tomar de Temer a presidência do PMDB passou a ser o seu sonho de consumo.
Sobre o novo arranjo do Palácio do Planalto, Eduardo Cunha já se manifestou: marretou o prego dizendo que agora o Planalto está melhor servido de articulação, e emendou castigando a ferradura ao avisar que o deslocamento da articulação política do Planalto para o Jaburu não muda em coisa alguma a postura dele e da Câmara Federal com relação ao governo.
Um provérbio português ensina que “onde quebrou o pote, lá se procura a rodilha”. O governo tem dois potes quebrados: um na Câmara e outro no Senado. Insistir em procurar a rodilha em lugares outros é um pecado original que continuará fazendo da solução, problemas.
Parsifal;
ResponderExcluirA 'Solução Final' para o mérito profissional dos não apadrinhados pela politica.
Enquanto o congresso nacional não perde tempo em transformar milhões de profissionais brasileiros em "blue collars" terceirizados, o supremo jogou água sanitária nas letras que contrariavam o mais escancarado nepotismo e agora está com uma injeção de botox pronta para afrouxar a musculatura do CNJ, que ainda luta contra o nepotismo, a venda de sentenças, a bandidagem de toga.
Considerando a tradição secular dos empresários brasileiros em remunerar empregados num patamar muito abaixo e exigir que os mesmos se sacrifiquem muito além do serviço público (com exceção de alguns setores na capital de São Paulo). A criação da "Zona-Franca-de-Terceirização", válida em todo o território nacional, dá uma rasteira em milhões de brasileiros que almejam chegar a um cargo no serviço público com remuneração menos indigna e menos instável.
O projeto a médio prazo é transformar o serviço público numa coisa menor e mais ociosa; porém suficiente para albergar filhos e apaniguados dos políticos (em caráter permanente) e curral eleitoral (temporário) para votantes. graças a oferta de empregos que não exigem concurso e que certamente serão melhor remunerados; uma vez que os profissionais competentes e sem nenhum pistolão político serão despachadas para os "campos-de-terceirização".
Se eu visse hoje um "Urutu" municiado em frente a rampa do Congresso anunciando um novo golpe militar, iria saudar os granadeiros com muitas palmas. A imoralidade atual fede muito mais que a ditadura.
Nada fede mais que a ditadura.
ExcluirEsse pessoal está tão perdido que parece câmara municipal de município pequeno com prefeito novato na lissa
ResponderExcluirnessa contenda toda ,quem ficou de bobo da corte foi o ministro ,pepe vargas,ele dizia que tinha sido convidado pra sdh ,logo ficou sabendo que tinha sido demitido por telefone, o cabra trapalhao da porra.
ResponderExcluirÉ o PMDB do Pará votou contra os trabalhadores na Lei da Terceirização.
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