A conta chegou

O Copom, na segunda reunião de 2015, aumentou, mais uma vez, a taxa básica de juros (Selic) em meio ponto percentual.

Agora, com uma taxa Selic a 12,75% ao ano, o Brasil volta a ostentar a maior taxa de juros reais do mundo, seguido pela China e pela Índia.

É o Banco Central seguindo na sua ortodoxa política de segurar a inflação com juros altos. Nada mais óbvio: se tirarem o oxigênio não sobra ninguém na Terra.

A taxa por unidade de energia elétrica também começou a dar choque no consumidor. Em alguns estados e segmentos o aumento foi maior que os 30% que o ministro das Minas e Energia prometeu que seria o teto, mas a média ficou abaixo do forro, embora acima da inflação do período.

As distribuidoras ainda choram alegando defasagem e, para finalizar o indébito, precisam de um bondoso empréstimo da viúva, a juros menores que a taxa Selic, claro.

O ministro das Minas e Energia já sinalizou ao setor elétrico que até o final desse mês terá preparado um arrego de R$ 3 bilhões para que continue o Fiat Luz.

Isso, somado aos R$ 17 bilhões que foram emprestados em 2014, totaliza R$ 20 bilhões, ou seja, o governo forçou o setor elétrico, em 2013, a segurar a roda do registro e agora vomita o indébito.

Tanto o aumento dos juros quanto o pagamento das duplicatas do setor elétrico são a prova do que eu sempre digo aqui e escrevi, mais de uma vez, quando o governo era prodígio em bondades sem lastro: não há jantar de graça. Um dia a conta chega. Chegou.

E não adianta reclamar. As medidas são duras mas necessárias, ou a conta sobe ainda mais. É melhor pagar logo.