Brasileiros tinham, em 2008, US$ 7 bilhões (R$ 19,6 bilhões) apenas na filial suíça do HSBC
Hervé Falciani, ex-técnico de informática do Hong Kong and Shanghai Banking Corporation (HSBC), segundo maior banco do mundo, é uma espécie de Edward Snowden do setor bancário. É ele que está por trás do vazamento de dados da filial suíça do HSBC, já tratado como SwissLeaks, cujas revelações desvelam o lado obscuro do hermético sistema bancário do país.
Os arquivos subtraídos por Falciani, que faz malabarismos judiciais para não ser apanhado pela Justiça suíça, que o acusa de roubo de dados, foram entregues, em 2008, para o “Le Monde”, que somente agora os publicou, depois de um minucioso pente fino, apontam contas bancárias que somam cerca de meio trilhão de dólares, dos quais, até agora, cerca de U$ 100 bilhões foram comprovados como de atividades ilícitas e meios de evasão fiscal.
As titularidades das contas vão de traficantes de armas, drogas e pedras preciosas, passam por fruto de corrupção de ditadores e políticos, permeiam financiamento de atividades terroristas e financiamento de golpes de estado e chegam a jogadores famosos de futebol e tênis, estrelas do rock, atores de Hollywood e membros da realeza europeia.
Mas as contas não têm titularidade apenas na Europa e Oriente Médio: titulares de vários países da América Latina tinham, em 2008, depósitos que somavam US$ 31 bilhões, o equivalente hoje a R$ 86,8 bilhões.
Do montante da América Latina, foi apurado que haviam 5.546 contas de titulares brasileiros. Essas contas somavam, em 2008, um total de US$ 7 bilhões (os números são arredondados), o equivalente hoje a R$ 19,6 bilhões. Os nomes dos titulares das contas, até o momento, não foram revelados pela imprensa.
Instado pelas autoridades da Comunidade Europeia, o HSBC respondeu que não tinha conhecimento de tais atividades da filial suíça, mas que desde que tomou ciência “reposicionou” os negócios naquele país e determinou “que a filial suíça reduzisse sua base de clientes em quase 70%”.
Resta saber como e para onde esses clientes foram reposicionados…
Esclareça-se que as contas dos brasileiros, e os totais, têm abertura anterior à era lulo-petista, remontando algumas à década de 70, portanto, a corrupção, como sói saber, não é, como alguns desejam inculcar, coisa de agora. A diferença é que agora o bicho, ou melhor, a PF, começa a pegar.
Sem dúvidas, a corrupção existe antes de Lula, depois de Lula, antes de Hélio Gueiros, antes de Ana Júlia, depois de Ana Júlia, antes Pioneiro e com toda certeza depois dele. Aliás uma coisa que nós podemos ter certeza nesse país é acerca da corrupção, como diria uma amigo: "igual a coceira em c... de macaco, nem se acaba, nem fica pouca".
ResponderExcluirEntretanto esse discurso de que "agora a PF atua" é piada. Quem está atuando fortemente é a Justiça Federal e o MPF, a maioria das ações da PF são em decorrência da sua competência legal de Polícia Judiciária Federal.
A diferença entre a atuação da PF de hoje e a PF de antes é que em anos passados poderíamos ter o PRAZER de ver um político ser algemado.
Não há como a Justiça agir, no direito penal, sem a polícia, pois é ela que instrumentaliza o aparato judiciário e ao mesmo tempo dele se vale para se desimcubir do inquérito. A polícia é a ponta da lança e isso não é piada.
ExcluirEu não tenho prazer algum em ver alguém, independentemente de quem seja, algemado. Eu sinto prazer em ver coisas boas. As coisas ruins me entristecem. Mas reação é como impressão digital: cada um tem uma.
A ocultação dos nomes, por enquanto, traz preocupações ao ex-deputado?
ResponderExcluirAs minhas preocupações, todas, estão no Brasil. Nenhuma na Suíça.
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