EUA e Cuba preparam reaproximação diplomática desde 2012
Em 2012, quando o Ana Cecilia singrou de Miami a La Havana, depois de 50 anos sem linhas oficialmente autorizadas entre os EUA e Cuba, intui que Barack Obama iniciara a distensão entre os dois países.
Obama foi corajoso ao autorizar a linha, pois os republicanos balem a qualquer movimento que aproxime os EUA de Cuba, invocando o embargo, anualmente renovado pelo Congresso.
Quando em 2013, no velório de Nelson Mandela, Obama cumprimentou Raúl Castro com um aperto de mão, flexionando o corpo para baixo, o movimento foi mais audacioso.
Na linguagem corporal diplomática, os presidentes não fazem gentilezas: cumprem protocolos. E o protocolo estadunidense não permitiria que Obama cumprimentasse Raúl Castro caso isso não estivesse deliberadamente decidido como um sinal de aproximação.
> Juntos contra o Ebola
No início de 2014, quando os EUA mandaram médicos para a África Ocidental, com a finalidade de ajudar no combate ao Ebola, algo inusitado ocorreu: Washington e Havana estavam misturados na empreitada.
Os sinais revelavam uma política do salão oval, marginal ao embargo e, para testar a receptividade da dança, a Casa Branca ousou: o secretário de Estado, John Kerry, destacou a "impressionante" iniciativa de Cuba, no combate ao Ebola, e a embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, disse que estava "muito agradecida" a Cuba “pela parceria”.
Na ilha, Fidel Castro, em artigo intitulado “A Hora do Dever”, rasgou a seda que lhe cabia, à Casa Branca:
O Congresso do EUA ficou silente, salvo os berros da deputada republicana Ileana Ros-Lehtinen, porta-voz da agressiva bancada anticastrista.
> História
A Casa Branca tomou o silêncio do Congresso como um “siga em frente” e fez história no dia de ontem (17), ao anunciar que, embora o embargo comercial tenha sido renovado em 2014, os EUA e Cuba reatarão relações diplomáticas.
Sabe-se agora que o acordo vinha sendo conduzido, secretamente, desde o Canadá e que um dos maiores mediadores das conversas bilaterais foi o papa Francisco, que organizou uma reunião final entre Obama e Raúl Castro, no Vaticano.
Anticastristas que vociferaram contra a atitude de Obama, alegando que isso daria sobrevida à ditadura, do que eu discordo. A ditadura cubana não suporta mais que um quatriênio sem o embargo, pois a pressão do capitalismo de consumo é quem derrubará a ditatura moribunda, e duvido que ela não ceda antes de cair.
Os sinais que os castros dão são claros: querem capitular, mas devagar. Não pode ser tão rápido quanto foi a entrada de Fidel, em 8 de janeiro de 1959, em La Havana, quando os componentes da ditadura batistiana, que não conseguiram escafeder-se para Miami, foram metralhados sem piedade. Os castristas não querem arriscar o couro.
Esse Obama é um pacóvio mesmo!
ResponderExcluirApesar de saber de sua admiração por Fidel, torço pelo povo cubano, que esta maldita ditadura caia, e caia o mais rápido possível. Se houver tempo, que Fidel pague pelos crimes bárbaros que cometeu na ânsia de perpetuar-se no poder - o que ocorreu. Como pode, em pleno século XXI tais situações ocorrerem?
ResponderExcluirDificilmente o povo cubano se levantará contra Fidel. Por incrível que possa parecer, os cubanos, na sua maioria, têm-lhe apreço, da mesma forma que por incrível que possa parecer, eu tenho apreço por ele. Transformou-se em uma espécie de ícone de uma resistência contra um imperialismo que não mais existe desde o final dos dois blocos Leste-Oeste.
ExcluirA abertura na ilha será manejada por ele e a reaproximação com os EUA é o primeiro passo de política externa.
Os republicanos, nos EUA, que terão maioria no Congresso, deverão manter o embargo, o que os torno mais perniciosos a Cuba do que a ditadura de Fidel.