Enquanto o calçadão do BRT (BRT!?) se quebra a Califórnia discute um trem supersônico

Enquanto em Belém vivemos o engodo do BRT, o bilionário Elon Musk apresentou na Califórnia, na semana passada, o Hyperloop: um veículo que ligaria São Francisco a Los Angeles a 1.200 km/h.

O Hyperloop custaria US$ 12 bilhões e faz contraponto ao projeto de um trem-bala que, no mesmo trecho, viajaria a 450 km/h e custaria US$ 70 bilhões. Só aí a discussão já se faz muito interessante.

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> Custo/Resolutividade

Mas na audiência pública (nos EUA há também audiências públicas e lá o poder público não manipula as pessoas como cá) que apresentou o Hyperloop, a pergunta que calou foi como aquela maravilha resolveria o transporte de massa dentro das áreas metropolitanas das duas cidades.

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> Pressa/Resolutividade

O mundo não deveria, in casu, dar à pressa peso específico tão alto. A tecnologia do rápido nos faz perder torque na busca da democracia dos transportes, pois não é possível oferecer às massas viagens supersônicas, não sendo lícito, portanto, colocar o erário nessas empreitadas.

E mesmo que o recurso seja privado, os governos têm a obrigação de tangê-lo, nas concessões, para o campo democrático, ou seremos vencidos pela tecnologia de ponta, mas de acesso limitado, e assim continuaremos excluindo, quando a civilização se aprimora com a inclusão.

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> BRT/Resolutividade

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Eu não lembro de audiências públicas para o BRT em Belém. A concepção, mesmo que fosse implantada de vera, seria a melhor para a área metropolitana ao custo que foi concebida? Que outra concepção houve, para que a sociedade, e técnicos da área, pudessem opinar? Em situações tão críticas como é o transporte de massas, é sempre bom ouvir o diagnóstico de mais de um médico.

> Prioridade/Resolutividade

Os governantes ainda não atentaram que o transporte digno de massa é um dos principais problemas do século 21, e ainda não enfrentam a questão como prioridade.

O Japão, por exemplo, detém a ponta da tecnologia dos trens de alta velocidade e está prestes a colocar para levitar a segunda geração do sistema. E por que o Japão? Porque transporte de massa lá é prioridade. O departamento que cuida do assunto é como se fosse a NASA nos EUA, e com uma diferença: com mais dinheiro para pesquisa.

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> Belém/Resolutividade

Não haverá oferta eficaz e digna de locomoção de massas, sem o comprometimento governamental. Impressiona ver o trânsito de Belém infartado, como consequência de 50 anos sem sequer um cateterismo, e os arremedos de stents da última década, parados, enferrujando, enquanto alhures se discute implantação de veículos sub, ou supersônicos.

Nenhum povo é mais inteligente que o brasileiro. Alguns apenas são melhores governados.

Comentários

  1. Parsifal;

    Aproveito o ensejo para lhe lembrar de outra vítima do BRT: a ciclovia da Av. Almirante Barroso. O novo traçado, digo aquilo que sobrou depois dos recortes da via expressa, das aberturas para os futuros binários e das paradas curitibanas abandonados, é uma brincadeira de mau gosto. Não pode ser chamado de ciclovia de jeito nenhum. É um atestado de péssima administração.

    Por quê a prefeitura de Belém não acaba com as batentes da via expressa nas faixas de travessia de pedestres? Que maldade com os cadeirantes e com as pessoas idosas e/ou que enxergam pouco. Eu mesmo já testemunhei vários tropeços e quedas. Outro detalhe curioso sobre as faixas expressas é o acúmulo de 'limalhas de pneus' que ela propicia, isto contribui muito para a poluição por dispersão de detritos no ar.

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  2. Este projeto que não houve e não haverá deveria ser congelado e nele ser gravado de forma indelével o nome do autor....de quem foi o responsável pela sua im-plantação... as dificuldades que causa a população...quanto custou e quanto custará terminar.
    Para que nós todos saibamos o quanto nos custa votar em quem não merece o nosso voto.
    Pois precisamos aprender que o politico é votado para nos servir..enão nós coletividade a êle.

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  3. Patricia Bittencourt Neves04/12/2014, 13:41

    Pelo andar da carruagem o custo final do BRT vai ser equivalente ao custo do trem-bala.

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  4. A solução para os bairros do centro: a) acabar com o estacionamento nos dois lados das vias, b) implantação de mais ciclofaixas (bem feitas não esse arremedo que temos hoje em algumas ruas) c) uma reorganizacão dos onibus que circulam vazios pelo centro da cidade e d) (mais dificil) educar motoristas a não estacionar em fila dupla e fechar cruzamentos.

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  5. Anônimo 21:28;

    Concordo com você em relação a necessidade de construção de mais vias exclusivas para ciclistas; porém há de se melhorar muito em Belém o significado de ciclofaixa. Na João Paulo II por exemplo, os motoboys e mototaxistas entendem que a ciclofaixa é deles sempre que o trânsito ficar um pouco congestionado. Caroceiros e empurradores de carrinhos também. Aí já viu né...

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