Brasil gastou R$ 258 bilhões, em 2013, com segurança pública e não arrefeceu o problema

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Publica-se hoje (10) a oitava edição do “Anuário Brasileiro de Segurança Pública”, elaborado pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

O que já foi pré-anunciado do relatório ratifica a cronicidade do problema no Brasil: como na saúde, na segurança pública não falta dinheiro, mas gestão eficiente.

Em 2013, a Federação (União, Estados e municípios) despendeu R$ 258 bilhões com a rubrica, o que vem a ser 5,4% do PIB.

Nesse pacote estão os substratos diretos e indiretos da violência desenfreada que acomete o Brasil, como manutenção de prisões, despesas com tratamento de saúde das vítimas e manutenção estrutural das policias militares e civis dos estados, excluídas as folhas de pagamentos.

> Gasto maior que o PIB de mais da metade dos países do mundo

Apenas 51 países do mundo têm PIB maior do que o despendido com segurança pública no Brasil e a má gestão dos recursos empaca a resolutividade das pastas.

Se consideramos que essa quantia, como lavra o relatório, se tem mantido atualizada nos últimos cinco anos, e até com incremento nominal, é possível afirmar que em um quinquênio o Brasil despendeu R$ 1,3 trilhão em segurança pública e o problema não arrefeceu, ao contrário, potencializou-se.

Daí ser lícito afirmar que há grande probabilidade de não estar no dinheiro o problema da segurança pública no Brasil, mas em quem o gasta.

Comentários

  1. É claro que a segurança pública tem sérios problemas de gestão, mas mais visível é a falta de lógica na estrutura que mantém essa bagunça. Isso tudo só acontece por causa da amnésia que assombra no período eleitoral o povo brasileiro, fruto desse sistema político de cabeça para baixo. Vejam o Pará, será que nesses 12 anos em que os indicadores de violência quadruplicaram na média, nada poderia ter sido feito? Será que não tem ninguém dentro do governo (isso inclui a assembleia legislativa e todo tipo de sinecura que rodeia toda essa galera) com condições de propor alguma mudança concreta, que não signifique mais do chefe Bratton? Será que o Pará, seguindo os postulados do criador do Panóptico, está seguindo o fundamento que o governo tem que repartir prêmios e castigos? Será o povo premiado ou castigado? E a oposição não politiza nada, prefere escândalos nas manchetes dos jornalões? O poder judiciário está preocupado com a justiça? O MP tem feito o papel de fiscal da Lei? A defensoria e suas novas atribuições de defesa do cidadão tem servido para alguma coisa? A polícia civil tem investigado a contento? A PM faz policiamento preventivo ou segue reativo mesmo? Será a visão durkheiniana de crime como coesão social? Qual o papel da mídia sensacionalista e superficial nisso tudo? Mais importante ainda, qual o papel da política sobre a polícia? Será que a polícia é controlada pelo poder político? Caso a polícia cometa crimes, então a política é coautora? Caso não seja controlada pelo poder político, então é salve-se quem puder?

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