Siegfried Lenz

Pouco conhecido no Brasil, embora com livros traduzidos para uns 40 idiomas, morreu hoje (07), aos 88 anos, Siegfried Lenz, um dos mais renomados escritores alemães, que junto com Günter Grass, para mim, forma a dupla que com mais perfeição soube traduzir a alma alemã no pós-guerra.

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A sua obra prima (minha opinião), "A lição de alemão", que eu li na tradução para o português europeu (não sei se houve edição brasileira) é o que o título diz: uma magistral lição de como agiu e se sentia o povo alemão no pós-guerra a partir da ascensão e queda do Terceiro Reich.

O "Deutschstunde", título original do livro acima referido, deve ter sido lido por todos os alemães e virou uma espécie de mea culpa da nação de quem o mundo cobrava expiação pelos terríveis crimes cometidos pelo fascismo alemão, que desembocou no nazismo.

Eu ensimesmava em não compreender como um povo tão educado, culto e disciplinado como o alemão se deixou embasbacar por algo tão bizarro quanto o nazismo, e só comecei a pegar o fio da meada desse entorpecimento coletivo depois que li “A lição de alemão”, pois o núcleo do romance é exatamente a dualidade moral extrema a qual o Terceiro Reich submeteu a nação.

Desde que li o livro, esperei, e ainda espero, o filme. E já que o por mim escolhido para dirigir, o sueco Ingmar Bergman, se finou antes de se desincumbir da tarefa, contento-me com Werner Herzog para a empreitada.

Comentários

  1. Patricia Bittencourt Neves08/10/2014, 09:32

    Olá Parsifal!
    Você despertou meu interesse pelo livro, obrigada pela sugestão e parabéns pelo blog. Dentro desta temática, gostaria de ver uma postagem em seu blog sobre as agressões que os nordestinos estão sofrendo neste momento político.

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