A propaganda eleitoral para inglês ver

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O correspondente-chefe do Financial Times no Brasil, o britânico Joe Leahy, relata aos súditos da rainha Elizabeth II a propaganda eleitoral no Brasil.

> Tiririca

Começa pelo Tiririca, cujo slogan, em 2014, é: "Você está cansado da política. Então vote em mim". Leahy relembra que Tiririca “passou de palhaço a político na última eleição” com um único mote: "Você não sabe o que se faz em Brasília? Nem eu. Vote em mim e você vai descobrir". Essa, aliás, foi a única promessa que o Tiririca fez e, para fazer jus ao mandato, não cumpriu: o povo continua não sabendo, pois, se ele descobriu, não contou.

Opina que Tiririca “foi a expressão maior da insatisfação com a bagunça generalizada com a classe política”, e confessa não entender o porquê do programa eleitoral ser dividido de acordo à representatividade dos partidos políticos.

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Ele tem razão em estranhar a bizarra divisão, pois ela lesa o princípio da igualdade no mais crucial momento da liça política, e isso é uma das mais claras distorções do nosso sistema eleitoral.

> Dilma Rousseff

Leahy sugere que o horário eleitoral "é um circo político onde a verdade é a primeira vítima, substituída por fantasia e ficção", e acusa os fundamentos da asserção: “Dilma Rousseff diz que não há recessão, apesar do IBGE ter reforçado isso no final do mês passado”, e que “a prova de que a economia está indo bem é que o mercado de ações subiu”, mas não menciona que isto está acontecendo porque os investidores acham que ela irá sair do poder”.

> Aécio Neves

Aécio Neves é acusado de fazer "anúncios surreais", como dizer que a saúde em Minas Gerais, quando ele era governador, "seria de causar inveja a muitos milionários”. Ele disse isso?!!

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Leahy diz que viu o programa tucano mostrando que “uma mulher pobre é apanhada por um motorista particular no interior e levada a um hospital público da cidade". Ele não deve entender que a propaganda eleitoral dos tucanos mostra as exceções, pois as regras deles são tão sofríveis quanto as necessidades.

> Marina Silva

E sobra para a Marina Silva, que se diz de um partido que não existe, a Rede. Leahy acusa Marina de leviandade orçamentária, quando ela afirma que aumentará “os gastos na saúde de 7% para 10% da receita, ao mesmo tempo em que reconforta o mercado ao dizer que vai controlar o déficit orçamentário.” Meu caro Leahy, no Brasil, equilíbrio orçamentário é pagar 20% das despesas com 6 meses de atraso e os outros 80% injetar nos restos a pagar.

> Tiririca novamente

Mas Leahy enquizilou mesmo foi com o Tiririca, a quem ele chama de “o mais descarado”, e opina que “o triste é que os brasileiros provavelmente vão optar por ele novamente para mostrar o seu descontentamento com a política”.

E encerra com uma paráfrase comum: “Tiririca pode fazer as pessoas rirem, mas para aqueles que entendem o sistema político, ele é apenas mais um motivo para chorar".

Choremos nós...

Comentários

  1. Parsifal;

    Já conhecia o Jatene sambista, mas agora ele se revelou também na arte do "repentismo". Foi só sair o índice do IDEB (mais um em que o Pará fica na lanterna) para Jatene passar o lenço na calva, pentear o cavanhaque e correr para o programa eleitoral prometendo grandes investimentos na educação com o objetivo de levantar o IDEB. E os dois governos dele e mais um do pai dele - Almir Gabriel - não contam? Mas...

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  2. Francisco Márcio12/09/2014, 12:10

    Faz tempo que choro...

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  3. Se eu fosse governante, construiria um plano de recuperação orçamentária e as áreas prioritárias seriam aquelas relativas à prevenção: cada dólar aplicado em saneamento básico, por exemplo, economiza, apenas na primeira década, U$5.00 em custos hospitalares - mas dura por décadas, então a economia é umas 20 vezes maior que o investimento). Assim seria com a educação básica e infraestrutura. Além, claro, de criar a cadeira elétrica, pois sustentar bandido é caro e a taxa de recuperação é pífia. Respeitaria as dívidas já contraídas até a véspera da posse, mas seria altamente criterioso com as próximas.

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