Mosca mutilada
Enquanto o governo reforma hospitais particulares para chumbar placas de inauguração e assina ordens de serviços só para bater fotos para a campanha, embarcações que prestavam serviços de saúde aos ribeirinhos do Marajó apodrecem junto com o trapiche onde atracam.
A Sespa declara que as embarcações estão paradas desde 2010 e já são inservíveis, finalidade que agora é prestada por equipamentos alugados. Replica-se: são inservíveis porque o governo, propositadamente, as desprezou ao tempo.
Quanto ao trapiche, a Sespa canta o mesmo estribilho que o governo entoa quando é flagrado em desídia: será reformado ainda esse ano.
> Gestão sem rumo
O fato é que o governo perdeu os olhos e não provê organicidade à gestão: prefere dar descarga em milhões com propaganda e despreza a manutenção de equipamentos cotidianos.
Simão Jatene usa helicópteros e aeronaves para fazer campanha disfarçada de culto religioso e visita oficial ao Marajó, e não percebe que o seu governo apodrece como os barcos da Sespa, preferindo acreditar nos áulicos que lhe massageiam o ego dizendo que está tudo bem.
O mito de bom administrador caiu por terra: se isso ele foi um dia, a bússola escapou-lhe da mão e se estilhaçou no chão.
Como disse Alfred de Musset, “a política é uma delicada teia de aranha em que lutam inúmeras moscas mutiladas” e Jatene é uma dessas moscas, na sua própria teia.
Se fosse só embarcações que a SESPA abandona, veja um imóvel na Boaventura da Silva entre Generalíssimo e 14 de março (bairro nobre de Belém), prédio abandonado pelo Poder Público, mas não para o vizinho, que ocupou o mesmo como depósito de material de construção. Alugam imóveis de terceiros e não cuidam dos seus.
ResponderExcluirTemos aí mais um problema de "amnésia seletiva"... 2010, a gestão governamental do Estado não estava nas mãos dos, "antes aliados", depois "alvo de críticas severas" de V. Excelência e agora novamente aliados para as futuras eleições?
ResponderExcluirNão. Não sofro de nenhum tipo de amnésia. Depois de 2010 veio 2011, 2012, 2013 e 2014. Não interessa quem foi, ou quem não é, quem é, quem será, ou qualquer tempo que se queira emprestar ao verbo. A fotografia é o retrato da desídia de qualquer jeito e a qualquer tempo.
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