Após 65 anos de vida pública, Pedro Simon anuncia aposentadoria

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O senador Pedro Simon (PNDB-RS), 85 anos, elegeu-se pela primeira vez, em 1958, vereador pelo PTB em Caxias do Sul-RS, onde nasceu. Depois foi deputado estadual por quatro mandatos, governador do Rio Grande do Sul, ministro de Estado e exerce o seu quarto mandato de senador.

Intitulando-se do “velho MDB”, Simon integra a “Ala Independente” do PMDB, que não se alinha a nenhum dos lados da polarização PT X PSDB que tomou conta do Brasil em uma espécie de udenismo bipolar.

Simon não apresenta projetos, não usa a verba indenizatória, salvo para comprar os seus bilhetes de ida e volta para Porto Alegre, e nem apresenta emendas ao orçamento. Seus colegas no Congresso são unânimes, todavia, em qualificá-lo como uma das reservas morais da política nacional.

Durante os quase 32 anos de mandato de senador usou, por uma única vez, recursos públicos em proveito próprio: teve pagadas pelo Senado as despesas de implantes dentários, no valor de R$ 62,7 mil. A imprensa ensaiou uma iconoclastia, mas o “escândalo” não teve eco na opinião pública e logo foi tirado das tintas.

No jornal “O Globo” desse domingo (15), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) anunciou que, após quatro mandatos consecutivos no Senado, não concorrerá à reeleição em outubro, encerrando a sua vida pública após 56 anos dedicado a ela.

Pesou, na verdade, na decisão de Simon, o fato de o PMDB do Rio Grande do Sul, onde ele estava praticamente isolado pelas suas posições, ter feito uma aliança com o PSB para disputar o governo e a vaga ao Senado foi negociada ao PSB, que indicou o deputado federal Beto Albuquerque, o que fez com que Simon decidisse não disputar a indicação da Convenção.

É uma pena: o Senado, e a política nacional, perdem uma das suas referências e um dos tribunos mais eloquentes do Parlamento.

Para ler pontos da entrevista de Pedro Simon a “O Globo”, clique aqui.

Comentários

  1. Francisco Marcio15/06/2014, 20:02

    Está aí Excelência um ótimo exemplo à ser seguido, tanto tempo na política e não usou dos "meios" defensáveis por Vossa Excelência.
    Se a sua carreira política não encerrar-se nessa legislatura, quando voltar, tenha-o como paradigma, vai lhe fazer bem, experimente. O inacreditável é que ele é do PMDB.
    Loas à sua Excelência, Pedro Simon, é claro.

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    1. Simon não é a regra e sim a exceção. O mundo é feito de regras. Simon não é o real e sim o ideal. O mundo é feito de realidade. Simon é a utopia que devemos perseguir e isso faz de nós seres melhores.
      E como ele há muitas exceções na política, mas a imprensa só repercute as regras, pois notícia ruim é que vende: essa é a regra.

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  2. Francisco Márcio16/06/2014, 07:31

    Então, por isso está justificado os "meios" que Vossa Excelência e 99,9999% de sua trupe, utilizam-se para manter-se no poder? Essa é a regra? O que importa à Sua Excelência é está com a regra, está com a maioria? É isso?

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    1. Os 99,9999% são por sua conta e risco: faz parte da hipérbole que é a regra quando se trata de pareceres sobre políticos.
      Mas não esqueça: políticos não vieram de Júpiter e, in casu, você acusa 99,9999% da sociedade brasileira dos mesmos vícios, pois eles são mera amostragem dela. Só deve sobrar você nesses 0,0001% restante, por isso só há um Pedro Simon. Onde você já viu colher mamão de mangueiras?
      O que me importa é não esconder a realidade, para que o cidadão a enxergue e busque o ideal, pois é assim que progredimos: perseguindo utopias.
      Eu não sou o ideal, mas como já lhe disse, não preciso me submeter as regras: tenho as minhas próprias. Mas isso sou eu, que tenho os meios e os elementos que me propiciam assim agir e não posso cobrar de quem não os tem que ajam como eu, por isso não faço discursos morais, deixando-o para os que acham que são proprietários dela.

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    2. Francisco Márcio16/06/2014, 11:07

      Não Excelência, eu não acuso 99,9999% da sociedade brasileira, pois existem um número considerável que não imiscuem-se na política. Pois preferem seguir a lógica exposta pelo apóstolo Paulo:
      " Julgai todas as coisas, abstende-vos do que for mal, e retende-vos o que for bom".
      "O que me importa é não esconder a realidade". Excelência, importe-se em fazer diferente, importe-se em inverter a ordem da política atual. Onde o interesse pessoal sempre está a frente do coletivo. Importe-se em ser um modelo moral ( Vossa Excelência tem os meios ) à ser seguido, e não mais do mesmo, pois isso, em nada contribui para melhora da sociedade.

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    3. Os que "não imiscuem-se na política" são os que não seguem a lógica epistolar, pois "não julgam", e no momento em que se abstêm da participação política potencializam o que "é de mal".
      Observe, ainda, que a lavra paulina é o ideal e não o real, pois os dogmas religiosos são os ideais religiosos e não a realidade religiosa, na qual a maioria, ou todos, somos pecadores. E é exatamente na realidade do pecado original que se erige toda a redenção e, inclusive, o ponto central do cristianismo: a crucificação.
      E foi para mostrar essa realidade que o Cristo se fez homem. E o Pai resolveu mostrá-la da forma mais cruel possível: sacrificou o Filho. E nós, do lado de cá, resolvemos rejeitar o sacrifício da forma mais cruel possível: decidimos enviar o Filho à cruz e poupar um ladrão.
      E o que é isso? A realidade nua e crua: é nela que vivemos. Portanto, mostrar a realidade é de tão grande valia quanto mostrar o ideal que a realidade deve ser um dia. Não é mais do mesmo e sim uma exceção tanto quanto o ideal, pois a regra é vender ilusões para que a paga seja o tributo de quem a negocia.
      Como eu não posso ser o ideal, sou a realidade. E como você opinou por colocar epístolas no comentário, quem tiver ouvidos ouça a realidade, pois se não a sabe não tem como mudá-la.

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  3. Ricardo, o algoz16/06/2014, 20:29

    O que foi que esse Dinossauro da Política fez de bom para o Brasil e/ou RS? Naaaaaadddaaa! Só porque virou Franciscano, virou Santo! Pai'dégua, está no Congresso pra que? Para ser sustentado por nós? E não fazer PN, igualzinho a Ti né Blogueiro?

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  4. O que me causa estranheza é que o nobre SENADOR, bastião da honestidade e moralidade NÃO enxergou nenhum INCONVENIENTE em apoiar um certo governo d'uma GOVERNADORA do seu próprio Estado, FLAGRADA em caso notório de corrupção, tendo inclusive INDICADO seu FILHO para o cargo de DIRETOR GERAL DO DETRAN.Será a famosa "ÉTICA de CONVENIÊNCIA"??Por favor, alguém me explique.ASSIM como não existe mulher meio grávida, existira alguém "meio ético"?

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    1. Quem está dizendo que Pedro Simon é bastão da honestidade e moralidade é você. Não há afirmação minha sobre isso na postagem.
      Portanto, faça a pergunta a você mesmo.

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