Jair Rodrigues

Nascido em Igarapava, no interior de São Paulo, Jair Rodrigues foi um dos mais talentosos e festejados intérpretes da MPB.

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De família pobre, jovem trabalhou como engraxate, mecânico de automóveis, pedreiro e alfaiate, mas sempre se entretinha com um gingado musical que encantava.

Aos 18 anos já era crooner nas noites do interior paulista. Em 1960, depois de 2 anos no serviço militar, chegou na cidade de S. Paulo. Em 1962 inscreveu-se no popular programa de calouros da Rádio Cultura de SP, o “Programa de Cláudio de Luna”: obteve a primeira colocação.

O sucesso da participação no “Programa de Cláudio de Luna” ergueu-o ao patamar de cantor profissional e, em 1965 estreou, com outro talento que tentava a vida na capital paulista, Elis Regina, o programa musical de maior audiência da TV Record: “O Fino da Bossa”.

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Em 1966, aos 27 anos, firmou-se como um dos maiores talentos da MPB. Era o tempo dos grandes festivais, promovidos pelas emissoras nacionais de TV (TV Excelsior, TV Record, TV Rio e Rede Globo), onde vencer um dos 3 primeiros lugares era a medida certa para o sucesso nacional e internacional.

Naquele ano, Jair Rodrigues foi o grande vencedor do “2º Festival de MPB TV Record”, com a magistral interpretação da icônica “Disparada”, de Geraldo Vandré e Théo de Barros.

Embora tenha empatado no 1º lugar com “A Banda", de Chico Buarque, o modo como Jair Rodrigues apresentou “Disparada” encantou o Brasil e ele foi, disparado, o dono da festa que o lançou à glória.

Abaixo a magnífica defesa de Jair Rodrigues, de “Disparada” em 1966. É de arrepiar:

Depois de “Disparada” realizou turnês pela Europa, EUA e Japão, além de países da América Latina, cantando e encantando com o jeito brejeiro: Jair era de bem com a vida e trazia sempre um largo e contagiante sorriso.

Na terça-feira, 06.05, Jair Rodrigues esbanjou energia em um show em São Lourenço (MG). Brincou com público, sambou e, em um momento, fingiu que trazia Elis Regina ao palco, para cantar “Romaria”, que ele mesmo cantou “para ela”. Quando terminou a canção, despediu-se de Elis dizendo: “Elis, um grande abraço, vai com Deus, o Homem tá te esperando. Fala pra Ele que eu não quero ir tão cedo lá pra cima”.

A audiência testemunhou o último show do grande Jair. Dois dias depois, em 08.05.2014, aos 75 anos, entrou na sauna da sua casa, em Cotia, interior de São Paulo e ali encontrou a indesejada das gentes, que lhe ceifou a vida com um infarto do miocárdio.

Uma das mais belas passagens de Jair que eu assisti foi um show no qual ele cantou com Chitãozinho e Xororó, “Majestade o Sabiá”:

"Tô indo agora prum lugar todinho meu
Quero uma rede preguiçosa pra deitar
Em minha volta sinfonia de pardais
Cantando para a majestade, o sabiá
A Majestade, o sabiá"

Que a terra lhe seja leve…

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Comentários

  1. Magnífico!! Já estava com saudades dessas postagens dos fins de domingo.

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  2. A charge do início é o Jair Rodrigues puro. Um grande cantor da MPB.

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