300: A Ascensão do Império

Os gregos chamavam de medos todos os povos que formavam o Império Persa, por isso as guerras entre os persas e os gregos, pelo controle das rotas e portos comerciais dos mares Egeu e Jônico, no século V a.C., chamaram-se de Guerras Médicas.

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Foi Frank Miller o responsável por eu ter me aprofundado na leitura das Guerras Médicas, depois que li, em 2000, “300”, uma das suas mais famosas graphic novels, que tratou de uma das mais heroicas batalhas da história: a “Batalha das Termópilas”.

Foi nas Termópilas que 300 espartanos, e cerca de mil téspios e tebanos, sob o comando do rei Leônidas, labutaram até à morte para conter um dos mais espetaculares exércitos já perfilados: o exército de Xerxes I.

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Os persas, destarte a enorme vantagem numérica e bélica, foram represados por três dias, até que um espartano (Efialtes) ensinou a Xerxes I um caminho que contornava o desfiladeiro e solapava a retaguarda de Leônidas.

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Quando, em 2007, Zack Snyder filmou, quase todo em chroma key, os quadrinhos de Miller, que eu lera em 1999, fui à pré-estreia para conferir: “300” manteve-se fiel à obra e ilustrações originais e mereceu todos as mais de 20 indicações e os 12 prêmios recebidos.

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“300” foi no teatro da Segunda Guerra Médica. Agora (2014), Zack Snyder deslocou-se para a produção e entrou Noam Murro na direção de “300: A Ascensão do Império”, que eu fui ver e achei melhor que o primeiro.

O filme atual é a continuação do primeiro, mas começa com o final da “Batalha de Maratona” (490 a.C.), travada na “Primeira Guerra Médica”, antes do episódio das Termópilas.

Em Maratona, o ateniense Milcíades venceu os persas, liderados por Dario I. Dez anos depois, os persas voltaram com Xerxes I, filho de Dario I, para cobrar a conta dos gregos pela derrota.

300: A Ascensão do Império” mantém-se fiel à estética de Miller e também usa o chroma key para ilustrar a tela como se fora as páginas de uma graphic novel.

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Na sequência, após derrotar Leônidas nas Termópilas, os persas seguiram até Atenas, mas a resistência de Leônidas deu tempo para evacuar a cidade para Salamina, onde a magnífica frota marítima persa planejava desembarcar.

É na Batalha de Salamina que se concentra “300: A Ascensão do Império”. Ali, motivadas pelo sacrifício de Leônidas, as diversas cidades gregas se uniram e enfrentaram a frota de Xerxes I e, embora esse tivesse dez vezes o número de belonaves, teve o mesmo destino que o seu pai teve há 10 anos: obrigou-se a recuar.

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Rouba a cena em “300: A Ascensão do Império”, a atuação de Eva Green, como Artemísia I de Cária, que compôs a frota persa, comandando 5 navios da cidade-estado de Halicarnasso. Conta o historiador grego Pausânias, que a halicarnassiana distinguiu-se na Batalha de Salamina pela sua habilidade bélica, que suplantou a de todos os demais generais de Xerxes I.

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De tudo o que li sobre as Guerras Médicas, a explicação para tão poucos vencerem tantos – o exército persa contava com cerca de 300 mil guerreiros e 1000 belonaves enquanto que os gregos não passavam de 7 mil homens e 100 belonaves – foi a motivação: o exército persa era uma colcha de retalhos formado por diversas nacionalidades dominadas (assírios, egípcios, babilônios e até colonos gregos da Ásia Menor, que fora dominada por Dario I), enquanto que os gregos, apesar de serem uma coligação de cidades-estados, tinham uma nacionalidade comum e o cadáver de um herói que os unia: Leônidas.

Comentários

  1. Gostei bastante deste post, Deputado.

    Muitas pessoas criticaram o primeiro filme por não entenderem a relação dele com a obra de Frank Miller.
    Há um livro muito interessante chamado "Portões de Fogo" que foi uma das fontes de consulta utilizadas pelo prórprio Miller. A obra relata, em forma de romance, alguns pormenores do treinamento dos jovens espartanos, chegando ao episódio das Termópilas.

    Ainda não assisti "A ascenção...", mas do próximo final de semana não passa!

    Abraços!

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    Respostas
    1. Olá Fabio,

      Não deixe de ir ao segundo filme: está bem melhor que o primeiro com o aperfeiçoamento da técnica em CK digitalizada.

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  2. Gostei muito desse post,

    Muitas pessoas criticaram o primeiro filme por desconhecerem a relação com a obra de Frank Miller.

    Há um livro muito interessante chamado de "Portões de Fogo", ele descreve desde o treinamento dos jovens espartanos até o episódio das Termópilas, em forma de romance.

    Ainda não fui assistir à "Ascenção...", mas do próximo final de semana não passa.

    Abraços!

    ResponderExcluir

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